sábado, 24 de outubro de 2009

PACTO PT-PMDB CAREC INCORPORAR A ESQUERDA!!!

Brasil

22 de Outubro de 2009 - 17h47

Pacto PT-PMDB carece incorporar a esquerda, diz Jô Moraes

A pré-aliança eleitoral entre o PT e PMDB foi o primeiro passo para a continuidade do projeto político que dá sustentação ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas ela não satisfaz e não garante a polarização desse campo com os tucanos na disputa de 2010. Isso só será assegurado com incorporação nesse processo do núcleo dos partidos de esquerda, leia-se PCdoB e PSB. A análise é da deputada federal Jô Moraes (PCdoB-MG), ex-candidata à Prefeitura de Belo Horizonte.

Para ela, o pré-candidato do PSB, deputado Ciro Gomes (SP), é uma figura política de expressão nesse processo. “Neste momento, ele está cumprindo uma importante tarefa de demarcar com os tucanos, aos ataques que eles fazem a nossa experiência”, disse.

Porém, a parlamentar acredita que o pré-candidato do PSB não será um empecilho para a formatação de uma ampla aliança. “Ele tem um profundo compromisso com essa experiência levado a cabo pelo governo do presidente Lula, evidentemente que com o passar do tempo e a intensificação do debate, ele saberá se posicionar da melhor forma que não atrapalhe a polarização.”

Segundo ela, quem vai dar o caráter de continuidade ao projeto político em voga será justamente os partidos de esquerda. As siglas, no seu entendimento, deverão intervir no programa e na coordenação de uma aliança eleitoral mais ampla, “jogando um papel decisivo.”

Jô Moraes argumenta que foi por meio das bandeiras programáticas apresentadas pela esquerda que o governo Lula avançou. “Não será numa plataforma de centro que vai se caracterizar a polarização. Por isso, que a pactuação entre PT e PMDB tem que se somar de forma decisiva à articulação da esquerda”, explicou.

Oposição à deriva

Por outro lado, a deputada mineira salienta as dificuldades do campo oposicionista para as eleições de 2010, sobretudo a complexidade que tem o PSDB e o Democratas para a formatação de um projeto para o país. “A oposição não tem o que apresentar de novo à sociedade. Os dois possíveis candidatos (os governadores de São Paulo, José Serra, e o de Minas, Aécio Neves) não têm identidade de ação política. Eles são de dois estados que historicamente se confrontam no interior do PSDB”, diz.

Na sua opinião, a oposição está perdida por falta de projeto e também pela “enorme dificuldade de conviver com os fatos positivos que o Brasil vive”. Citou o processo de superação da crise econômica com o desencadeamento de projetos de investimentos públicos que ativam a economia.

Ao se referir ainda ao governo Lula, a deputada destacou a articulação do diálogo com a sociedade, principalmente com as centrais sindicais e com a União Nacional dos Estudantes (UNE). “Isso a oposição não tem o que responder. Não consegue criticar. Não consegue apresentar qualquer outro tipo de alternativa mais avançada. Ao mesmo tempo as forças da situação buscam tomar passos que avance no sentido de caracterizar que as eleições de 2010 vai ser uma eleição entre eles e nós.”

Política mineira

Jô Moraes avisa para quem não conhece os meandros da política em Minas Gerais que é quase nula a possibilidade do governador Aécio Neves ser o candidato a vice numa chapa puro sangue do PSDB. Ou seja, não há sustentação no estado para esse projeto tucano. “Há uma tendência muito nítida e clara de que São Paulo não deixará uma figura política de Minas dirigir o país (...). Nesse momento o governador tenta manter-se na disputa, mas há uma tendência natural de ele ser candidato ao Senado”, avaliou.

“Os que consideram que ele será o vice do candidato de São Paulo tem pouco conhecimento do que seja a dinâmica econômica e política de Minas Gerais. Minas ao longo de sua história nunca se colocou a serviço da construção do projeto paulista”.

Da Sucursal de Brasília,
Iram Alfaia

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