quarta-feira, 30 de junho de 2010

TEMOS CANDIDATO AO GOVERNO DO PARANÁ!!!

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Osmar Dias é candidato ao governo do Paraná

A novela da candidatura ou não do senador Osmar Dias (PDT) ao governo do Paraná pode ter tido seu último capítulo na noite de ontem. Depois de quase três horas de reunião com o presidente nacional da legenda, Carlos Lupi, Osmar, enfim, comunicou aos prefeitos e deputados do PDT que será candidato ao governo do Paraná. O anúncio oficial, no entanto, só ocorrerá hoje, após a formalização da aliança com PT e PMDB.


Da reunião na sede estadual do PDT, Osmar e Lupi partiram para a casa do governador Orlando Pessuti (PMDB), para comunicá-lo pessoalmente da decisão. A desistência de Pessuti em disputar a reeleição é uma das condições para a formalização da aliança.

Ao governador, caberá a indicação do nome do candidato a vice-governador na chapa que terá, ainda, Gleisi Hoffmann (PT) e Roberto Requião (PMDB) como candidatos ao Senado. Com a confirmação da aliança, PT, PDT e PMDB também deverão estar juntos nas eleições proporcionais, coligados com, até, outros cinco partidos.

“Acabou a angústia. Temos candidato do PDT ao governo do Estado. Osmar e Lupi já comunicaram a todos os prefeitos do PDT de que ele (Osmar) será nosso candidato. Agora não tem volta”, disse o prefeito de Paranaguá, José Baka Filho (PDT).

Na reunião da noite de ontem, o ex-governador Mário Pereira (PDT) também foi confirmado como o coordenador da campanha de Osmar Dias. A novela sobre a candidatura de Osmar Dias é uma das mais longas da política paranaense.

Anunciado como pré-candidato ao governo logo após a derrota para Roberto Requião em 2006, quando perdeu o segundo turno por 10 mil votos, Osmar vinha trabalhando sua candidatura ao lado de seus aliados tradicionais no Estado, PSDB, DEM e PPS, até o fim das eleições municipais de 2008, quando apoiou a reeleição de Beto Richa (PSDB) à prefeitura de Curitiba.

Com a votação histórica alcançada por Beto nas eleições municipais, o PSDB passou a trabalhar a candidatura própria do tucano e Osmar foi buscar novos aliados, passando a ser o candidato preferido do presidente Lula (PT) e da candidata petista à presidência, Dilma Rousseff, no Paraná.

O senador hesitou em trocar de palanque e, ao mesmo tempo em que travava uma difícil negociação com PT e PMDB, estudava uma proposta para ser candidato ao Senado na chapa de Beto.

Quando estava decidido a disputar o governo pela base de Lula e com a aliança pronta para ser fechada, Osmar foi surpreendido com o convite recebido por seu irmão, Álvaro Dias (PSDB), para ser candidato a vice-presidente de José Serra (PSDB) e suspendeu o anúncio da candidatura, alegando que estaria exposto a um enorme constrangimento sendo adversário do próprio irmão e argumentando que o eleitor não entenderia uma disputa em família.

A vinda de Lupi foi fundamental para a decisão do senador. Segundo convencionais pedetistas que participaram da reunião, Lupi explicitou, mais uma vez, que o PDT nacional havia fechado questão no apoio a Dilma, que não autorizaria coligação com o PSDB e que conquistar o governo do Paraná era uma das prioridades do partido, já que Osmar aparece com mais de 30% das intenções de votos em todas as pesquisas registradas este ano na Justiça Eleitoral.

Lupi disse a Osmar que não havia como esperar pela definição do vice de Serra, já que hoje é o último dia para a o fechamento das convenções e vários outros partidos dependiam da decisão do PDT e salientou que não via nenhuma incoerência em Osmar ser candidato ao governo mesmo com Álvaro sendo vice do Serra, uma vez que, frisou, “ninguém vota em vice”. Osmar saiu da reunião com o compromisso de disputar o governo independente do futuro de Alvaro.

fonte: paranaonline

domingo, 27 de junho de 2010

LECI BRANDÃO CANDIDATA!!!

Candidata pelo PCdoB, Leci Brandão diz que já fez música para Marina

Por: Priscila Tieppo



Nome consagrado no samba brasileiro, Leci Brandão aceitou o desafio de candidatar-se a uma cadeira na Assembleia Legislativa de São Paulo. A cantora recebeu o convite do vereador e candidato ao Senado Netinho de Paula para filiar-se ao PCdoB e entrar na política. Aos 66 anos, a carioca, nascida em Madureira, diz querer o cargo de deputada estadual para levantar temas referentes ao preconceito e à justiça social.



Além de elogiar Dilma Rousseff, candidata do PT à presidência, a cantora também disse ser fã de Marina Silva, do PV, e contou que já fez uma música para a ex-senadora.



Confira a entrevista com Leci Brandão na íntegra:

Terra: Por que você decidiu se filiar ao PCdoB e concorrer ao cargo de deputada estadual?
Leci Brandão: Sempre defendi todo tipo de cidadania, sou contra todo tipo de preconceito, sempre tive músicas contra o racismo, pelo MST, pelos índios, contra a fome, participei das Diretas Já, sempre fui engajada. As pessoas falavam o meu nome, achavam que eu tinha capacidade, daí o Netinho de Paula, em uma reunião que nós tivemos na sede estadual, me disse que eu só não tive um mandato, mas sempre fui muito política e que sempre demonstrei preocupação com os problemas da sociedade brasileira menos favorecida. O meu público é o povão e eu resolvi aceitar esse desafio.



Terra: Você tem um histórico de shows em atos políticos.
Leci Brandão: Principalmente os dos partidos de esquerda.



Terra: Você costuma escolher os eventos, se oferece, ou sempre foi convidada?
Leci Brandão: Sempre fui convidada. Eu sempre me ofereço quando são eventos beneficentes. Ao longo da minha carreira eu sempre batalhei ao lado de ações que tem a ver com as causas sociais. É muito difícil alguém me convidar para eventos que não sejam de esquerda, porque eu sempre fui muito transparente. Por causa disso, eu já tive problemas dentro da mídia, de ficar cinco anos sem gravar, de não participar de alguns programas com outros sambistas porque tinham medo de que eu falasse alguma coisa política.



Terra: Teve algum programa que você não participou e que te marcou, por achar injusto?
Leci Brandão: Eu não vou nem citar para não dar problema e nem ficar divulgando esses programas, estes produtores, entendeu? Mas o povo percebe e diz: "você sempre tem tanta coisa a dizer, por que não está lá?". Mas é uma opção do programa.



Terra: Qual é a principal bandeira que você levantará na sua campanha?
Leci Brandão: A minha bandeira é sempre as classes menos favorecidas. Além disso, defendo os direitos humanos, a justiça social, a negritude. Não é à toa que me chamaram para fazer parte do Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial, na gestão da Matilde Ribeiro Secretaria da Igualdade Racial. Aí, continuei, porque o ministro Edson Santos pediu e agora eu vou ter que sair porque vou me candidatar.



Terra: Acha que as mulheres e os negros ainda são muito discriminados na sociedade?
Leci Brandão: A questão do negro é claro que existe, embora exista o discurso hipócrita de que o Brasil tem preconceito social e não racial, mas quem é negro sabe que isso é uma falácia. Existe sim e tem o institucionalizado que é o pior. É difícil ver negros em cargos de direção, como gerentes de banco privado, comandantes nas companhias áreas. Se você observar os negros em destaque são jogadores de futebol ou artistas. Mas eu quero ver os negros médicos, arquitetos. Aí, as pessoas perguntam por que eles não conseguem, eles são burros? Não, não é isso. Para entrar em uma universidade pública, é muito difícil.



Terra: Você é a favor das cotas?
Leci Brandão: Sim, eu acho que as cotas resolveriam o grande problema de inclusão nessas profissões liberais. Raramente você vê negros na medicina, você vê auxiliares de enfermagem, mas médicos não.



Terra: E na política?
Leci Brandão: Na política também tem poucos políticos negros. Porque se você olhar na população brasileira o percentual de negros que tem e a quantidade que têm no Congresso Nacional é pouco. Você não vê na Assembleia Legislativa de São Paulo, que tem 94 deputados.



Terra: Como avalia a candidatura de Netinho de Paula para o Senado? Ele está preparado para o cargo?
Leci Brandão: Sim, até porque ele está fazendo um mandato como vereador que é elogiado por muita gente. Ele é um cara muito interessado, conversa muito com os outros vereadores, para procurar ter mais sabedoria, porque ele é um cara muito inteligente. Ele está fazendo uma política séria, comprometida, está estudando mais, ele está fazendo faculdade inclusive. O Netinho está demonstrando que está dando conta do recado. Ele quer ser senador, é um sonho dele e ele quer provar que pode fazer muita coisa e provar que um cara pobre, negro, pode ser um senador com competência.



Terra: Você acha que os artistas ainda sofrem preconceitos por tentar cargos públicos?
Leci Brandão: O preconceito existe. É o povo que fica sempre com o pé atrás e pergunta: "o que esse artista vai fazer lá?" Eu, graças a Deus, tenho o apoio das pessoas para a minha candidatura, porque eles dizem: "a Leci sempre foi uma militante". Na verdade, o espanto é porque eu vou ser candidata e eu sempre disse que não queria ser.



Terra: Você acredita que a sua posição é diferente dos outros candidatos porque sempre esteve na condição de militante.
Leci Brandão: O povo, pelo menos, vê isso dessa forma. São as pessoas que estão dizendo: "a Leci é uma pessoa séria, a Leci eu conheço e sempre conversou com seu público". Eu sempre falo coisas sérias no meu palco, eu falo mesmo, falo até demais.



Terra: E a classe artística, tem te apoiado?
Leci Brandão: Eu já recebi apoio da Paula Lima, do Reinaldo, do Mano Brown, do Rappin Hood, de vários intérpretes de escolas de samba de São Paulo, do Jorge Aragão, da Zélia Duncan. Bom, essas pessoas já disseram que estão apoiando a candidatura, falaram naturalmente, sem divulgar nada, ficaram sabendo e se manifestaram. Eu não saí propagando isso.



Terra: O PCdoB, que é seu partido, faz parte da base aliada do PT. Como você avalia a candidatura de Dilma Rousseff?
Leci Brandão: Eu acho uma coisa muito importante, primeiro por ser mulher, porque a participação da mulher no Brasil está se valorizando mais. Eu tive o prazer de conhecer a Dilma em uma homenagem que recebi no Senado federal, por meus serviços prestados a sociedade e ela fez um discurso maravilhoso. Eu não sabia que ela sacava a minha história. Mas antes disso, eu já a admirava porque ela é uma mulher que foi presa, foi torturada e sempre lutou, é uma mulher inteligente e é uma pessoa que demonstra um grande conhecimento do País. Eu confio na Dilma, ela é uma pessoa séria. Mas é claro que a mídia que é contra ela, fica ocupando espaço para falar da roupa, do cabelo, que ela é gorda, acho isso muito medíocre, é um horror, é uma coisa preconceituosa, de gente que só quer saber de estética.



Terra: Mas estas críticas são da mídia no geral?
Leci Brandão: É da mídia que é contra o Lula, que é contra a candidatura da Dilma. Existe uma mídia que é forte no Brasil, que tem poder e que não é favorável. O que puder falar vai falar.



Terra: Por outro lado, a Marina Silva também concorre à presidência. Acha que ela está sofrendo o mesmo preconceito que Dilma?
Leci Brandão: De vez em quando falam da Marina, só porque é mulher e fica essa coisa horrorosa. Eu sou fã da Marina e da vida dela, já fiz uma música para ela quando ela foi senadora. Eu acho a Marina demais, porque ela tem uma história linda, ela veio da seringueira. Ela é muito inteligente.



Terra: E Dilma, também vai ganhar uma música?
Leci Brandão: Quem sabe, né? (risos)



Terra: O PT já havia feito algum convite para você se filiar?
Leci Brandão: Nunca ninguém me convidou não, mas sei que eles gostam de mim. O primeiro convite foi do Netinho mesmo.



Terra: Leci, você tem algum plano de governo ou temas que pretende abordar na Assembleia?
Leci Brandão: São necessários projetos para que as pessoas pobres e da periferia possam ter oportunidades, condições de estudar mais, de poder se formar no curso superior, para mudar o quadro no Brasil. Tem a questão cultural, fazer com que a cultura popular tenha mais espaço. A questão da saúde da mulher, da anemia falciforme. E o problema da habitação, porque eu vi que muita gente ficou desabrigada, com doenças, por que fizeram casas onde não podia ser feito. E outra coisa que eu queria falar é sobre a abordagem policial com os jovens negros. A filosofia da segurança pública em São Paulo é extremamente racista. Outros temas importantes são a intolerância religiosa e a homofobia.



Terra: Se você vencer o pleito de outubro, como conciliará a vida artística e a política?
Leci Brandão: Eu sou uma pessoa que faço shows de forma normal, não faço show a toda hora, não sou superstar e nem celebridade. As apresentações são mais aos finais de semana. Vai dar para associar, até porque quero deixar claro que eu não vou encerrar a minha carreira, pois foi a música foi a válvula propulsora para realizar tudo que realizei.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

GUERRILHEIROS DA COMUNICAÇÃO: UNI-VOS!!!

A GUERRILHA DA INFORMAÇÃO


MAIR PENA NETO



O poder da internet, com suas redes sociais, tem se revelado um fenômeno extremamente interessante, que deixa de lado a alienação da informação instantânea e se aproxima da guerrilha semiológica do texto de Umberto Eco no sentido de apropriação de um “instrumento extremamente potente” que interfere na comunicação de massa.

O Brasil, com sua enorme adesão ao uso da internet e às novas tecnologias de informação, está criando situações exemplares de interferência dinâmica na comunicação, com os antigos receptores deixando seu papel passivo para se tornarem produtores ativos de informação.

O tempo real, que transformava a notícia em commodity nas mãos de seus produtores, e mesmo ferramentas como o twitter, que José Saramago ironizou ao comparar seus 140 caracteres como o retorno ao grunhido, ganham nova conotação com a sua apropriação para fins de interferência política em seu sentido mais amplo.

Essa possibilidade de intervenção na realidade, que aconteceu no caso da propaganda dos 45 anos da TV Globo e sua associação (in)direta com a campanha de José Serra e que vem se manifestando numa vigilância permanente do comportamento midiático na atual eleição presidencial, ganhou exposição ainda maior no atual conflito entre a Globo e o técnico da seleção brasileira na Copa do Mundo.

O que era para ter sido um episódio comum, discussão entre técnico e jornalistas, mesmo que com uso de palavrões reprováveis, ganhou outra dimensão, quando a blogosfera identificou na condenação exacerbada da Globo uma vingança da emissora contra Dunga, que vinha eliminando seus privilégios no acesso à seleção.

A origem de toda a controvérsia, por sinal, foi apontada inicialmente na blogosfera. Um dia antes que alguns sites ligados aos meios de comunicação tradicionais dissessem ter identificado a raiz do problema, vários blogs já tinham contado que a Globo tentara conseguir entrevistas coletivas por intermédio do presidente da CBF, Ricardo Teixeira, e que Dunga ignorara memorando que lhe foi entregue neste sentido, chegando a rasgá-lo.

Como o editorial que a Globo fez ser lido em todos os seus veículos foi desmascarado como vingança, Dunga passou a contar com a solidariedade que não teve em nenhum momento de sua trajetória de treinador da seleção. Ninguém saiu em defesa de sua atitude na entrevista coletiva em que murmurou palavras ofensivas contra um jornalista da emissora, mas, sim, foi apontada a campanha orquestrada contra o treinador por causas alheias ao comportamento do time em campo.

A maneira das pessoas externarem sua indignação é imprevisível. A reação começou no twitter com uma mensagem que se tornou recordista no microblog , “cala a boca Tadeu Schmidt”, referência ao jornalista da Globo que primeiro leu a mensagem contra Dunga preparada pela emissora, e se estendeu a um movimento “Dia sem Globo”, que propõe um boicote à transmissão do jogo entre Brasil e Portugal nos canais da rede.

O significado dessa reação é muito revelador no modo de fazer e consumir informação. A mídia está sendo definitivamente mudada. Com as novas tecnologias, ninguém tem mais a exclusividade da opinião. Como escreveu Eco, “a batalha pela sobrevivência do homem como ser responsável na Era da Comunicação não se vence lá de onde a comunicação parte mas lá onde chega.” Parafraseando o escritor e semiólogo italiano, poderíamos dizer que o universo da comunicação tecnológica já está sendo atravessado por guerrilheiros da comunicação com uma dimensão crítica da recepção passiva.

sábado, 19 de junho de 2010

Aumento de salário Prefeito Curitiba.wmv

ABDIAS NASCIMENTO CONCORRE AO NOBEL DA PAZ 2010!!!

Em Debate

Por: PLÍNIO FRAGA

Pouco ousado, Lula não foi até o fim contra racismo

INDICADO AO NOBEL, LÍDER NEGRO FAZ A DEFESA DE MARINA E DIZ QUE DISCURSO DA MISCIGENAÇÃO É UMA COBERTURA MORAL PARA O PRECONCEITO



No dia 8 de outubro, uma comissão escolhida pelo Parlamento norueguês apontará qual dos 237 indicados receberá o Prêmio Nobel da paz deste ano. Entre eles, o militante do movimento negro Abdias Nascimento, 96.


A indicação ao Nobel é o mais novo item no currículo deste pintor, dramaturgo, escritor, poeta e fundador do Teatro Experimental do Negro em 1944.


Ex-senador pelo PDT (suplente, assumiu duas vezes a vaga de Darcy Ribeiro), Abdias não crê que será o escolhido: "Não acredito em vitória porque depende de uma mobilização muito grande de pessoas importantes para sensibilizar aquele povo de Oslo. E eu não tenho isso".


Recém-recuperado de problemas de saúde, ele mantém o bom humor e o apetite: "Como feijoada, mocotó, picanha. Muita pimenta. No almoço e no jantar."


Adbias recebeu a Folha na sede do Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-Brasileiros, fundado por ele.



Folha - O Supremo Tribunal Federal decide sobre a constitucionalidade das cotas raciais. O sr. é a favor das cotas?
Abdias Nascimento - Claro. Já que houve restrições é importante que haja também leis que assegurem valores como ingressar na universidade. Em 1946, na Constituinte, eu já falava dessas coisas, de como criar uma forma de ajudar, auxiliar os descendentes de africanos no Brasil.
É preciso dar apoio material objetivo aos afrodescendentes... A abolição não aboliu as restrições econômicas. Aboliu e daí? O que aconteceu? Não aconteceu nada que favorecesse realmente o descendente africano.

Os críticos defendem cotas sociais ou de renda, que beneficiem não só os negros, mas todos os mais pobres.
Os outros não tiveram esse tipo de entrave. Por que é preciso especificamente esse tipo de reparação? A injustiça em cima dos africanos e descendentes continuou mesmo depois da abolição.
A sociedade brasileira nasceu sob o signo do racismo e continua racista até agora.

Então o Estado deve intervir?
São necessárias leis de apoio bem claras. Não foi na lei que se inscreveu que o negro era escravo? Estava lá escrito. Havia políticos defendendo isso no Parlamento.
Não há nada de mais que sejam escritas nas leis do país uma série de garantias para que os negros possam cursar a faculdade, que o negro possa entrar nesta ou naquela carreira, no serviço público. Dos mais de dez ministros do STF só há um negro. Tinha de ter o mesmo número de negros e brancos. Isto é o que seria a Justiça no país.



Há quem diga que o Brasil é miscigenado, e por isso não faria sentido enxergar divisão racial aqui.
Isto é a cretinice brasileira, a falta de caráter, a sem-vergonhice brasileira. Isso vem de longe. Este discurso é para ajudar o Brasil a continuar racista. A continuar a ter a cobertura moral para o racismo. Eles querem até isto.



O sr. acha que o tema racial deveria ser levado à pauta nas eleições? Por quem?
Quem poderia fazer isso, mas não gosta das coisas não convencionais, é a Marina [Silva (PV)]. Mas ela não vai nada além das coisas que são aceitáveis. Estive com ela no Senado e vi que tem caráter para levantar a discussão. Mas falta alguma coisa.



Ela é melhor candidata na sua opinião?
Sem dúvida nenhuma. Tem qualidades e preparo. É de classe humilde, apesar de ter aprendido a ler muito depois de adulta, tem qualidade. Uma das primeiras solidariedades que tive no Senado foi a dela. Todo mundo sabe das minhas posições em defesa da minha raça. E ela não teve medo em vir me abraçar e se colocar à disposição para a ajuda que ela pudesse dar. Não recebi dos outros nenhum apoio.



Como analisa os dois mandatos do governo Lula?
Teve atos que favoreceram os mais humildes, mas foi uma coisa medrosa, não enfrentando os tabus brasileiros. O Lula, sendo humilde, não se negou a dar as mãos às classes humildes, desprestigiadas. Mas foi pouco ousado no geral. Não chegou ao fim das consequências. Nomeou o [Gilberto] Gil ministro, mas tinha de colocar um lutador, um defensor da causa negra. Não teve coragem de colocar um negro aguerrido na linha de frente.



Obama é criticado por muitos por não fazer um discurso constante de reafirmação de sua cor. Concorda com esse tipo de crítica?
Não. Isso é coisa secundária. A função dele é delicada e ele tem que falar para os dois lados que votaram nele. Tem de falar para toda a nação, composta de gente de várias raças, várias misturas. Está certo. Não precisa estar a todo instante reafirmando sua origem. Está na cara.
Ele falou que o Lula é o cara, mas ele também é o cara. Não precisa ficar lembrando a todo momento que tem estas e estas origens.

ODE AO FILHO DA TORTURA!!!

Debate

Por: CÁSSIO SCHUBSKY



Os escritos e exemplos de Luiz Gama são legados de um tempo que não acabou: a tortura no Brasil continua impune, corroendo presídios




Com sua pena afiada e cirúrgica, Darcy Ribeiro foi ao ponto, ao descrever a escravidão no Brasil como uma "máquina de moer carne humana". Séculos de sevícias não se esquecem facilmente. Índios dizimados e enterrados em todos os recantos do país impedem que se transforme a história do Brasil num conto de fadas de concórdia e fantasia. Sertanejos de Canudos. Trabalhadores de Eldorado do Carajás. Presos do Carandiru.


Ironia do destino nos armou o centenário da Revolta da Chibata. Em 1910, os marinheiros, em plena República, estrugiram contra a sanha dos açoites impingidos como castigo aos trabalhadores do mar, sob o comando da Marinha.


Agora, em 2010, cem anos depois, ministros do Supremo Tribunal Federal transformaram a fundamentação histórica de seus julgados sobre anistia a torturadores da ditadura em história da carochinha, ao fabularem um brasileiro pacífico e cordato, amigo do acordo, a justificar a impunidade. Sejam feitas as ressalvas aos preclaros ministros Carlos Ayres Britto e Enrique Ricardo Lewandowski.


A história tem mesmo o condão de nos pregar peças... Pois em 21 de junho celebram-se os 180 anos de nascimento de Luiz Gonzaga Pinto da Gama (1830-1882). "A quem a história não esqueceu", mas que vinha recebendo diminuto reconhecimento. Ressaltem-se esforços recentes para trazer à tona os feitos obumbrados de Gama.


Caso do embaixador Rubens Ricupero e do professor Fábio Konder Comparato, por meio de artigos e discursos; ou da pesquisadora Lígia Fonseca Ferreira, com várias obras publicadas; e do historiador e advogado trabalhista Nelson Câmara, que lança agora um livro ("O Advogado dos Escravos"), desvelando os dotes de causídico de Gama, que conseguiu, rábula, a libertação de centenas de escravos, com bem articulados habeas corpus.


Filho da negra liberta Luiza Mahin e de um fidalgo português de identidade desconhecida, o baiano Luiz Gama foi vendido como escravo pelo pai, com dez anos de idade.


Ainda jovem, conquistou a liberdade. Maçom, ativista político, abraçou, com fervor, as causas da abolição e da República, atuando na loja América, com pares como Castro Alves, Rui Barbosa e Joaquim Nabuco. Impedido de estudar direito nas Arcadas, fez-se advogado por si mesmo.


Poeta, jornalista, educador e tribuno, articulou seus afazeres em prol da libertação dos escravos. Seu estilo ferino rendeu-lhe reprimendas várias. Funcionário da polícia paulista, foi exonerado.


Fustigou a magistratura, com picardia, por não respeitarem muitos dos juízes as leis em vigor, que proibiam o tráfico e a própria escravidão, como demonstrou Luiz Gama na Justiça. Poeta engajado, advogado atilado, jornalista cáustico e percuciente, seus escritos e seus exemplos são legados de um tempo que não acabou: a tortura no Brasil continua impune, corroendo delegacias e presídios. Legiões de desesperados minguam prostrados na marginalidade no campo e na cidade.


Em afronta às leis em vigor, a começar da Lei Maior -nossa pisoteada Constituição cidadã.



CÁSSIO SCHUBSKY, 44, editor e historiador, é organizador do livro "Clóvis Beviláqua, um Senhor Brasileiro" (Editora Lettera.doc).

quarta-feira, 16 de junho de 2010

BRASIL SOBERANO VENCE O ENTREGUISMO!!!

Brasil soberano vence o entreguismo
* Janeslei Aparecida Albuquerque

Na madrugada do dia 10 de Junho, o Brasil amanheceu mais soberano e menos colonizado. Tivéssemos nós uma imprensa comprometida com a verdade factual e com os interesses do povo brasileiro, essa notícia teria sido estampada em todas as primeiras páginas dos veículos de comunicação. Mas não. A imprensa do Brasil preferiu tornar-se o maior partido político de oposição do país, e como tal vem agindo sistematicamente. Por isso não pudemos festejar essa vitória da nossa soberania, a maioria do povo nem ficou sabendo do legado que o Governo Lula nos deixa: ".em vez de herdar dívidas, novas gerações ganham uma poupança de até 50 bilhões de barris de petróleo." sob controle do Estado brasileiro. Ao contrário de governos anteriores em que cada um ao sair deixava o país mais pobre, mais espoliado e com dívidas também cada vez maiores.
Com Fernando Henrique Cardoso não foi diferente: após desnacionalizar a economia do Brasil no processo de privatização (batizado muito bem por Elio Gaspari de "privataria"), sob o pretexto de pagar as dívidas deixadas pelos antecessores, legou-nos uma dívida ainda maior. Apesar da liquidação do patrimônio público: Vale do Rio Doce, CSN, Açominas, Embratel, Telebrás, Eletrobrás etc.
No processo de discussão do marco regulatório do pré-sal, o partido de FHC, o PSDB prometia "dificultar ao máximo" a soberania brasileira no pré-sal. Em matéria publicada na epígrafe diária do site Carta Maior (http://www.cartamaior.com.br/), dia 07 de Junho, o tucano Álvaro Dias (PSDB/Pr), prometia:
"Nossa intenção é dificultar o máximo a aprovação dos projetos do pré-sal, porque somos contra o modelo da partilha [ assim como as petroleiras internacionais ] e a forma proposta de capitalização da Petrobras, por meio de 'cessão onerosa' [porque fortalece a dimensão estatal da empresa, tornando mais distante o projeto demotucano de privatizá-la].
Saber e compreender essas movimentações são vitais para compreendermos o que está em jogo no Brasil de hoje. Que projetos estão em disputa. Álvaro Dias falava em nome, não do povo brasileiro, mas das petroleiras estadunidenses cujos interesses representava nos debates do marco regulatório e na definição do sistema de exploração: se de concessão modelo FHC, ou de partilha, modelo Lula/Dilma, pois a ex-Ministra ajudou a construir essa proposta.
"O projeto prevê a capitalização da Petrobrás e destinação de receitas e royalties para a formação de um fundo estatal vinculado a investimentos em educação, ciência, tecnologia, meio ambiente e combate à pobreza e à desigualdade. Pela primeira vez na história desse país, se pensa uma política de exploração dos recursos naturais, vinculados a um projeto de caráter social, científico com vistas a soberania e ao avanço do nosso país à condição da sempre prometida, e nunca cumprida promessa de grande nação. Soberana, rica, com justiça social.
Senado aprova capitalização da Petrobrás de até US$ 60 bi que ampliará a dimensão estatal da empresa, bem como o regime de partilha, pelo qual União é a dona dos campos e contrata serviços de terceiros na exploração soberana das jazidas do pré-sal. Decisão representa derrota para Serra e petroleiras internacionais que lutaram até o fim para adiar votação na expectativa de reverter o quadro político nacional, após as eleições. Novo marco regulador garante à Petrobras o papel de operador único de gigantescas jazidas que podem conter até 50 bilhões de barris, segundo a Agencia Nacional de Petróleo. Estatal brasileira terá, no mínimo, 30% dos novos campos, mas poderá receber do Estado 100% de novas áreas sem licitação. O próximo passo é a criação da Petro-Sal, uma estatal que vai gerenciar todo o processo e garantir o interesse público em cada operação. É a pá de cal na agenda privatizante do petróleo brasileiro aglutinada em torno da candidatura de José Serra. Foi aprovado, ainda, o Fundo Social formado pela capitalização de recursos oriundos de receitas e royalties, vinculados a investimentos em educação, ciência, tecnologia, meio ambiente, combate à pobreza e à desigualdade. Dia 10 de junho de 2010: pela primeira vez, um governo lega às gerações futuras um passaporte de emancipação social, em vez de dívidas, crise e alienação de patrimônio público.
(Carta Maior e a decisão histórica que a mídia demotucana tentou ofuscar destacando emenda inviável sobre royalties, a ser vetada por Lula; 11-06-10).
Diante desse momento e dessa vitória histórica, temos que dizer a nós mesmos e a todo o povo brasileiro: Festejem!!! Festejem!!! O Partido da Imprensa foi derrotado de novo.
Todos os que amamos o Brasil conquistamos nessa linda madrugada de Junho, mais soberania, mais respeito como povo e como país, mais esperança e condições concretas para avançarmos na efetivação de uma Pátria que seja finalmente e de fato mãe para todos os brasileiros nascidos e por nascer.
*Professora de Língua e Literatura, mestre em Educação, secretária Educacional da APP-Sindicato

segunda-feira, 14 de junho de 2010

FATOR PREVIDENCIARIO E REAJUSTE PARA APOSENTADOS!!!

Aumento para aposentados: “demagogia” ou avanço social?

Enquanto o governo mantém um superávit fiscal de 3. 3 % do PIB em 2010, (cerca de R$ 110 bilhões), para pagar banqueiros, e só de juros e amortização da Dívida gastou R$ 380 bilhões com rentistas em 2009, emprestando US$ 4,5 bilhões (cerca de R$ 8 bilhões) recentemente para o FMI engordar os agiotas europeus, chama de demagógico distribuir renda através da aposentadoria.

Foi aprovada no Congresso a Medida Provisória 475 e já está nas mãos de Lula o projeto que concede 7, 71% de aumento para os aposentados e o fim do Fator Previdenciário. O governo pode vetá-lo ou não. As aposentadorias e pensões amargam 18 anos de achatamento. A maioria da grande imprensa contesta estes dados, afirmando que o valor não foi corroído em virtude do seu reajuste pela inflação. No entanto, dados da Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas revelam que as perdas, somente entre os governos Lula e FHC (1994 – 2009), chegam a 67,26% (Lula 40,66% e FHC 26,60 %). As contas não deixam dúvidas: um aposentado que em 1991 ganhava dois salários mínimos, hoje, ganha o equivalente a um salário mínimo. Especialistas chegaram a calcular que daqui a 20 anos, caso persista esta atual política de reajuste, todos os brasileiros que hoje já estão aposentados pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) vão ganhar apenas um salário mínimo.
Fim do Fator Previdenciário – Pelo mecanismo do Fator Previdenciário, os segurados têm que escolher entre se aposentar com menos dinheiro ou trabalhar mais tempo para garantir o benefício integral. No entanto, diante de tamanhas perdas acumuladas, os 25 milhões de aposentados do país, se uniram para que fosse aprovada no Congresso a Medida Provisória 475.


Cruzada contra aposentados - A grande imprensa sempre reagiu de forma reacionária com relação aos aumentos dos aposentados, esquecendo que, de acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em 53% dos domicílios brasileiros em que residem aposentados, são eles os responsáveis por mais da metade de renda familiar: rendimentos estes que contribuem para o crescimento do país.
“Demagogia” ou avanço social? - O Ministro Paulo Bernardo afirmou que a aprovação do aumento para os aposentados no Congresso foi “decisão demagógica”. Pelos cálculos do Ministro, este aumento redundaria em torno de 6 bilhões por ano de acréscimo ao Orçamento. Já os números da Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas – COBAP - apontam para uma direção completamente diferente: em 2009 sobraram mais de R$ 4 bilhões do caixa do INSS. Além disso, a Seguridade Social, da qual a Previdência é parte integrante, teve um superávit de R$ 21 bilhões também em 2009.
Orçamento versus dívida social - O país tem uma dívida social para com aqueles que trabalharam tanto para construir a riqueza nacional, já que temos um dos menores salários mínimos do mundo, e uma das piores distribuição de renda do planeta. É bom lembrar também que são os mais pobres, que começam a trabalhar antes, os maiores prejudicados com o fator previdenciário por causa do ‘pedágio’ que pagam para se aposentar. Ao completarem 35 anos de contribuição cedo, precisam esperar os 60 anos de idade, no caso dos homens, ou 55 anos no caso das mulheres. O cálculo provoca uma queda de até 42% no salário da mulher e de até 38% no dos homens. Enquanto o governo mantém um superávit fiscal de 3. 3 % do PIB em 2010, (cerca de R$ 110 bilhões), para pagar banqueiros, e só de juros e amortização da Dívida gastou R$ 380 bilhões com rentistas em 2009, emprestando US$ 4,5 bilhões (cerca de R$ 8 bilhões) recentemente para o FMI engordar os agiotas europeus, chama de demagógico distribuir renda através da aposentadoria. É hora de mudança de valores e prioridades no governo e na sociedade.

http://www.draclair.com.br/noticia_destaque_detalhe.php?recordID=21

terça-feira, 8 de junho de 2010

Movimentos Sociais se unem pelo fim da corrupção na Assembléia Legislativa!!!

Movimentos Sociais se unem pelo fim da corrupção na Assembléia Legislativa



Diversas entidades do movimento social no Paraná estão publicando uma nota conjunta sobre as denúncias de corrupção na Assembléia Legislativa do Paraná. Na nota, as entidades pedem o afastamento do Presidente da Assembleia, Deputado Nelson Justus; do Primeiro Secretário, Alexandre Curi, e dos demais membros da mesa diretora. Segundo a nota, o afastamento é necessário para a garantia de independência das investigações e da apuração dos fatos denunciados na imprensa.



A nota é assinada pela Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil, pela Federação dos Trabalhadores na Indústria (FETIEP) e na Agricultura (FETAEP) do Paraná; pelo Sindicato dos Médicos (SIMEPAR), Engenheiros (SENGE-PR), Enfermeiros (SEEPR), Químicos, Papeleiros e o SINTRAFUCRAB; pela União Paranaense dos Estudantes (UPE), União Paranaense dos Estudantes Secundaristas (UPES); União da Juventude Socialista (UJS), União Brasileira de Mulheres (UBM); União dos Estudantes de Ponta Grossa, Guarapuava, Laranjeiras do Sul, e DCEs da UNICENTRO e da Universidade da Fronteira Sul.



Essas entidades já vêm participando do “Movimento Caça Fantasmas da Assembléia Legislativa” desde o seu início. O movimento surgiu da iniciativa dos estudantes logo após as primeiras denúncias do Jornal Gazeta do Povo e da RPC. No dia 24 de março, foi realizada a primeira manifestação em frente a Assembléia. No começo o movimento era pequeno, mas muito aguerrido. Foi crescendo e diversos setores da sociedade foram aderindo. Até agora foram quatro passeatas em Curitiba (24 e 31 de março, 14 de abril e 19 de maio) reunindo milhares de pessoas, e diversas manifestações por todo o Estado.



A nota parabeniza os jornalistas que investigaram e produziram as reportagens com as denúncias e os estudantes pela vanguarda nas manifestações. Saúda também a OAB e a FIEP que aderem ao movimento fazendo-o crescer ainda mais garantido mais força e espaço na mídia. Enfim, conclama os paranaenses a erguerem sua voz e a mostrarem que não estão apáticos e não vão se omitir nesse momento tão importante.



A manifestação deste dia 08 de junho em Curitiba é a próxima atividade que contará com a participação das entidades que assinam essa nota, além dos mais diversos setores da sociedade que desejam mudanças e o fim do roubo do dinheiro do povo.



Segue a íntegra da nota publicada pelas entidades:



Nota conjunta de entidades do movimento social organizado sobre a corrupção na Assembléia Legislativa do Paraná



As entidades que assinam essa nota vêm participando das manifestações do “Movimento Caça-Fantasmas da Assembléia Legislativa” integrado por entidades estudantis (UPE, UPES), centrais sindicais (CTB, CUT e outras), sindicatos, Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), partidos e diversas entidades do movimento social organizado.



Estas entidades defendem o imediato afastamento do Presidente da Assembleia, Deputado Nelson Justus; do Primeiro Secretário, Alexandre Curi, e dos demais membros da mesa diretora daquela casa de leis para que sejam devidamente apuradas as denúncias de irregularidades veiculadas na imprensa. A garantia de independência das investigações e da apuração dos fatos, com vistas a medidas judiciais efetivas depende disso.



O afastamento da atual mesa diretora permitirá mais rapidez nas ações da Justiça para a punição dos culpados e recuperação dos valores desviados. A magnitude administrativa, econômica, política e moral do escândalo, claramente sugere que os diretores afastados e presos, agiram sob ordens superiores. A identificação das fontes de onde saíram esses comandos depende também do afastamento dos componentes da mesa diretora onde estão os verdadeiros responsáveis pela Assembléia Legislativa e pelas suas finanças.



As entidades saúdam a coragem e a competência dos jornalistas da RPC/Gazeta do Povo que apuraram os fatos apresentados em grandes e precisas reportagens. Saúda também os cidadãos e cidadãs paranaenses que vêm se manifestando, ocupando as ruas de diversas cidades, para mostrar seu repúdio ao assalto promovido aos cofres públicos. Saúda em especial os estudantes que estão na frente das manifestações e representam sempre o maior contingente a ocupar as ruas.



A iniciativa da OAB em conjunto com a FIEP de elaborar um manifesto convocando entidades, empresas e pessoas físicas a se integrarem no movimento pela moralidade, bem como a manifestação do dia 08 de junho em Curitiba, também devem ser saudados como mais uma parcela da sociedade que se mobiliza para que os crimes cometidos em e contra a nossa Assembléia Legislativa sejam apurados e seus autores sejam devidamente punidos.



A união de forças das entidades de estudantes, dos trabalhadores e do movimento popular, com a OAB, Federação das Indústrias e outros entes públicos faz crescer o movimento e aumentar as chances de que este clamor possibilite que a vontade do povo seja respeitada e os criminosos, punidos.



Curitiba, junho de 2010



Assinam esta nota:

Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – CTB PR
Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Paraná – FETAEP
Federação dos Trabalhadores na Indústria do Paraná – FETIEP
Sindicato dos Médicos no Estado do Paraná – SIMEPAR
Sindicato dos Trab. na Ind. do Fumo, Cacau, Doces de Curitiba – SINTRAFUCARB
Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas e Farmacêuticas do Paraná
Sindicato dos Trabalhadores nas Ind. de Papel, Papelão e Cortiça do Paraná
Sindicato dos Engenheiros do Paraná – SENGE-PR
Sindicato dos Enfermeiros do Paraná – SEEPR
União Brasileira de Mulheres – UBM-PR
União da Juventude Socialista – UJS
União Paranaense dos Estudantes – UPE
União Paranaense dos Estudantes Secundaristas – UPES
União Geral dos Estudantes Secundaristas de Guarapuava – UGES
União Metropolitana dos Estudantes Secundaristas de Ponta Grossa – UMESP
União dos Estudantes Secundaristas de Laranjeiras do Sul
Diretório Central dos Estudantes Renato Manfredini Jr. - UNICENTRO/Guarapuava
Comissão pró-DCE da Universidade Federal Fronteira Sul

sexta-feira, 4 de junho de 2010

SOBRE O ATAQUE DO ESTADO TERRORISTA DE ISRAEL!!!

A NOVA HIPOCRISIA CONTRA ISRAEL

Recife (PE) - O primeiro-ministro de Israel Benjamin Netanyahu, que fugiu de um hospício e ninguém viu, encheu o peito há pouco e mandou bala, agora em palavras: a frota de ajuda humanitária que seguia para Gaza fazia parte de "uma operação terrorista". Isso mesmo, terrorista, com as perigosas e avançadas armas de remédios e alimentos. Mas antes que o mundo perguntasse, terroristas, quem, cara-pálida?, ele foi mais longe, impune e convicto de sua impunidade, ao descobrir que "Israel está sendo vitima de um ataque de hipocrisia internacional".

O primeiro impulso de toda a gente, que se opõe ao tratamento de cães raivosos a um povo cercado, é achar que o Estado de Israel, além de assassinar civis, quer também assassinar o sentido original das palavras. Esse impulso chega a ser fortalecido pelas análises mais cínicas e brutais, como a do analista internacional da BBC News, que pergunta sobre o assalto, execuções e seqüestro de pacifistas: “então, o que deu errado?”. Uma pergunta que pressupõe a legitimidade do abuso de força de Israel, a naturalidade do isolamento de populações civis em Gaza, e o indisfarçável desconforto de que no mundo ainda existam palestinos. “Afinal, onde erramos?”.

Quando refletimos melhor, no entanto, notamos que pode haver um sentido, digamos, legítimo na declaração do primeiro-ministro, que vê o seu Estado vítima de uma hipocrisia internacional. Benjamin Netanyahu pode apenas querer dizer, se nós sempre matamos civis, por que esse clamor agora? Soldados de Israel já passaram com tanque sobre uma pacifista desarmada, já fuzilaram Somaeah Hassan, de 6 anos, a Rosa da Palestina, na faixa de Gaza, já atacaram famílias com bombas proibidas em tratados internacionais, e agora, vaidade das vaidades, hipocrisia das hipocrisias, por que o furor de tamanha virtude e indignação?

Se for reparar direito, a chamada “opinião internacional” nunca se ergueu contra o escândalo de que na Faixa de Gaza não entrem armas que todo o mundo conhece como lâmpadas, velas, fósforos, livros, instrumentos musicais, giz de cera, roupas, sapatos, colchões, lençóis, cobertores, massa para cozinhar, chá, café, chocolate, nozes, xampu e condicionador. Os civilizados governantes europeus tratam isso, há muito, como uma lista de produtos em falta em supermercados. Algo como uma pequena crise de abastecimento. Nas tevês brasileiras, os “correspondentes internacionais”(bela gente, que belo caráter), quando ouvem o outro lado dos conflitos, entrevistam um muçulmano ladino, como novos escravos aculturados, de cidadania israelense. Então, por que essa grita?

Nada mais natural, contra esses hipócritas, que a magnífica Hillary Clinton defenda uma investigação internacional dos últimos crimes, mas (esse “mas” é tudo) sob a liderança de Israel. Claro, uma investigação conduzida de forma imparcial e transparente, sob comando israelense. Mais imparcial e transparente impossível. Viva. Como uma antecipação aos desejos de madame Clinton, os militares israelenses viram alguns erros na operação pirata. A saber, de inteligência, equipamentos e táticas erradas. E para piorar, houve pacifistas que não se jogaram ao chão diante do céu iluminado com os soldados israelenses que desciam. À tábua dos mandamentos de Israel se negaram. Ô raça...

Nos jornais de hoje, o escritor Amós Oz, com o seu costumeiro ar de homem ponderado e sábio, reconhece que existem os palestinos, admite que esses inacreditáveis humanos devem ser melhor tratados, porque afinal o governo de Israel não pode desconhecer que “o problema é que não estamos sós nesta terra, e os palestinos não estão sós nesta terra”. O que é uma pena, para o Estado de Israel, para a sua segurança e fascismo. O problema é a solução: os palestinos têm hoje a opinião pública de todo o mundo a seu lado.

O QUE PENSA MARINA SILVA SOBRE A INTERNET???

Encontro com Marina Silva
Julio Daio Borges



Recebi um e-mail do Juliano Spyer na sexta, falando sobre um encontro de "pessoas da internet" com a pré-candidata do Partido Verde à presidência da República, a senadora Marina Silva. Confesso que não sou dos formadores de opinião mais politizados da internet, e tento conservar o Digestivo o mais "neutro" possível. O negócio do site é cultura e, pessoalmente, tenho uma certa antipatia por temas que costumam "polarizar" demais, como política, religião e até esportes. Talvez não seja uma boa estratégia de minha parte, porque entrar nas polêmicas traria certamente mais audiência, mas ainda prefiro administrar textos do que egos.

Mesmo raramente participando da discussão política, decidi aceitar o convite por alguns motivos. Primeiro, porque conheço o Juliano. Ele foi meu colega de Campus Party, numa mesa que, por coincidência (ou não), dividimos com a Soninha, já subprefeita da Lapa. (Antes de encontrá-lo pessoalmente, já havia me convidado para uma espécie de "apoio" à reeleição do Kassab, mas dessa ação preferi não participar.) Aceitei também porque, obviamente, estamos falando de uma das três pessoas que concorrerão à presidência da República no dia 3 de outubro. E - como não poderia deixar de ser - tenho ouvido falar bastante da Marina Silva. (Se eu poderia conhecê-la diretamente, por que não?)

Aliás, havia me proposto, no dia anterior, a ouvir a entrevista da pré-candidata na CBN, pois foi bem comentada. Ouvi a da Dilma quase em tempo real e a do Serra - que foi bastante criticada - no site. A da Marina, realmente, foi a mais espontânea, ainda que ela estivesse bastante "afiada" e demonstrasse uma energia fora do comum para quem teve seu histórico de problemas de saúde. (Os ouvintes tiveram razão em elogiar.) Além disso, percorri o óbvio da internet sobre ela, como a Wikipedia, e fui parar nos seus vídeos, que estão num site e no YouTube. Falando para a CNI, achei-a mais repetitiva e, no anúncio de seu vice, mais "aguerrida" (talvez resquício da militância petista). (Não gostei do Gilberto Gil declarando seu apoio e apelando, excessivamente, para a emoção.)

Como não havia muito tempo - da tarde de sexta para o final da tarde de segunda -, "abri" o meu Twitter para quem desejasse enviar perguntas. Ainda informei aos Colaboradores do Digestivo, porque não queria desperdiçar o encontro com a pré-candidata. O evento aconteceu ontem, num "espaço" da Vila Madalena, perto da Livraria da Vila. Cheguei relativamente cedo, e pude escolher o meu lugar num cenário que lembrava o do Roda Viva. Logo apareceu o Cris Dias, que se sentou ao meu lado e que havia feito a "lição de casa" melhor do que eu: através de um vídeo no YouTube, que já estava na primeira página de resultados do Google, conclamando a internet inteira a enviar-lhe perguntas. (Produzira uma lista, bilíngue.) ;-)

O Inagaki também apareceu, fagueiro, e, através deles, conheci o lendário Marco Gomes do boo-box, o simpático Guilherme Felitti (que me deu notícias da má fase do IDG Now!) e o já igualmente famoso Jonny Ken, criador do Migre.me. A pré-candidata entrou sem que eu notasse, assim como o seu pré-candidato a vice, Guilherme Leal, um dos donos da Natura (este sorrindo para todos). Quase sem querer, dei o "start" e o tom da conversa, pois tive uma espécie de impulso e quis fazer a primeira pergunta. Observando uma parte do establishment da internet ali presente, senti que esse deveria ser o assunto. Mesmo imaginando que nenhum dos dois teria a resposta, fulminei quase com uma obrigação cívica: "Qual será a estratégia da campanha de vocês para a internet?".

Ainda que eu tenha sido incisivo, e desconfiasse que a resposta não viria deles, eu esperava por algum tipo de resposta... A senadora generalizou (quando provavelmente não devia ter respondido), e sua linguagem me lembrou a do Gilberto Gil no MinC: "Novos fazeres e novos saberes" (transformando verbos no infinitivo em substantivos). O pré-candidato a vice acertou mais, quando falou em "relação de longo prazo" (com os internautas). Mas quem acabou respondendo, mesmo, foi o Caio Túlio Costa, coordenador da campanha na internet. Contudo, foi o início da minha decepção com o evento, porque, mesmo o Caio Túlio (do UOL e do iG), respondeu genericamente: "usariam mídias sociais", "mobilização on-line", "um site que entraria no ar dia 5 de julho" - dando a entender que "tudo o que os outros candidatos fizessem", eles "fariam também".

Bem, o problema é que isso não chega a ser uma estratégia. Se você quiser ganhar, não pode dizer que a sua estratégia é simplesmente "fazer tudo o que os outros vão fazer". Aliás, foi a própria Marina quem lembrou (a pergunta rendeu outros comentários) que teriam pouco tempo de televisão. Acontece que - por isso mesmo - a estratégia deles deveria ser diferente da dos outros candidatos. Agora me ocorre que o Caio Túlio pode ter tentado dizer que "eles não ficariam atrás", mas eu esperava uma resposta mais técnica. A Dilma, por exemplo, - que parece até menos à vontade com o meio on-line - contratou Ben Self: justamente, um dos responsáveis pela campanha on-line do Obama. (Eu tencionava, inclusive, perguntar qual seria reação deles diante do fato, mas, dadas as limitações, acabei desencanando...)



Felizmente para mim (ou infelizmente para eles), meus amigos blogueiros, donos de sites e empreendedores on-line continuaram fazendo perguntas no âmbito da internet (salvo raríssimas exceções). A Daniela Arrais, por exemplo, quis saber quais eram os hábitos de navegação da pré-candidata. Ela acabou deixando escapar que não atualizava, diretamente, seu Twitter, pois tinha pouco tempo de "inclusão digital", e que nem tinha sites preferidos, fora o "professor Google" (palavras suas).

Bob Wollheim, o ilustre detentor de um iPad, tentou puxar o assunto para o empreendedorismo. Marina falou em "empreendedorismo caboclo", citando o seu "pré-vice" - e o Guilherme Leal me decepcionou nessa hora, porque veio com uma ideia de "empreendedores sociais", no embalo do microcrédito etc. Quando, na realidade, a própria Natura, em seu crescimento, não tem nada de "cabocla", ou qualquer ranço de "empreendedorismo do terceiro mundo", com expansões, a olhos vistos, pelo globo...

O Alec Duarte não foi tão bonzinho e decidiu ser até mais específico do que eu e a Daniela. Perguntou sobre o Marco Civil da Internet e as mudanças na Propriedade Intelectual e na Lei de Direito Autoral. As expressões aparentemente assustam, mas qualquer discussão, comezinha, sobre internet trata disso - resumindo: como ficam as leis, quando muitas já não se aplicam ao universo virtual; e como fica o copyright, a distribuição de obras protegidas, a remuneração dos criadores etc. Mais uma vez, as respostas foram evasivas. "Marco Civil" soou como grego para eles e, quanto a direitos autorais, Marina apelou, de novo, para o vocabulário de Gil e soltou um "resignificar". Acertou quando evocou um encontro com Lessig, na Campus Party, mas quis puxar o assunto para a sua defesa da Amazônia (quando não foi isso o que havia sido perguntado)...

O auge da impaciência aconteceu - surpreendentemente, para mim - com o Pedro Markun. Ele praticamente exigiu "posições objetivas" dos pré-candidatos, quanto ao Plano Nacional de Banda Larga (Inclusão Digital), os chamados Dados Abertos (lembrei do Many Eyes), encerrando com um ataque frontal ao brasil.gov.br, que havia consumido, se não me engano, 5 milhões de reais (mas que era um site todo "protegido", cujo conteúdo não podia ser distribuído etc.). Nessa hora, Marina Silva entregou os pontos e assumiu que "não poderia responder nada objetivamente" (sobre o assunto internet). Tentou sair-se bem, dizendo que aquilo era, no fundo, uma conversa, "uma construção", mas me pareceu tarde demais...

Houve outras boas perguntas de Marco Gomes (sobre educação à distância) e Jonny Ken (sobre carga tributária), mas eu já tinha chegado à minha conclusão: nenhum dos dois pré-candidatos tinha propostas concretas para a internet. Talvez quisessem usar o encontro como um "laboratório de testes", mas a minha impressão foi a de que só acabaram decepcionando uma audiência qualificada. Um dos princípios da democracia é justamente o de votar num representante. Se o candidato a representante não se mostra a par da sua realidade - de eleitor -, como é que você vai votar nele? Só pela emoção?

Confesso que o apelo, constante, à emoção me incomodou também. Existe, sim, um desejo, talvez inconsciente, de "santificar" Marina Silva, por causa da sua ascensão, da sua origem e da sua saúde frágil. É quase como o "messianismo" de 2002, em torno do Lula, reciclado, para uma mulher, que se desligou do PT (pós-mensalão) e que fala em nome da natureza (para quem se cansou da "civilização"). Não tiro o mérito da senadora, mas essa mistura de ingenuidade, com despreparo, com sentimentalismo não me parece a receita para governar o Brasil do futuro (que já chegou).

Eleições de 2010 estão na terceira onda de campanhas na internet

*Eleições de 2010 estão na terceira onda de campanhas na internet*

*As redes sociais estão na moda agora, como foram antes os blogs e sites
pessoais. A relação entre candidato e eleitor fica mais próxima*


Juliana Braga - Da Secretaria de Comunicação da UnB

Twitter, Orkut e Facebook estão entre os principais fronts da disputa
eleitoral de 2010. É a terceira onda das campanhas no mundo virtual, segundo
o professor Marcello Barra, da Sociologia. As redes sociais da internet
diminuem as distâncias entre políticos e eleitorado e favorece a
fiscalização após as eleições. “Os eleitores têm a oportunidade de dizer
diretamente para o político o que pensam”, explica.

Isso fortalece a relação entre o eleitor e candidato porque na internet o
cidadão se sente mais a vontade para cobrar. Para os candidatos, a vantagem
é saber o que passa na cabeça do eleitorado. Mudando, inclusive, suas
propostas políticas. O cientista político Rodolfo Teixeira, doutor pela UnB,
diz que a importância das redes sociais está no espaço aberto para
comentários que serão lidos por outros eleitores. “Antes o cidadão lia
jornais, via TV e, quando muito, comentava com os amigos. Não saía dali.
Hoje o eleitor é também um formador de opinião”, sustenta.

O uso da internet nas campanhas não é novidade. O que muda são as
ferramentas. “As mudanças são tão dinâmicas que de uma eleição para outra
aparecem elementos completamente novos que não existiam na anterior. Daqui a
quatro anos vai ser tudo novo de novo”, brinca Marcello. Foi com base nessas
ferramentas que ele dividiu as campanhas virtuais em três ondas. Além da
terceira, em que predominam as redes sociais, o professor identificou a dos
sites e a dos blogs.

*HISTÓRICO -* Nas eleições de 2002, a internet começou a ser usada por meio
de sites pessoais e dos partidos. Aumentou o alcance das informações, mas o
eleitor ainda era passivo. O cidadão lia as informações, mas não tinha
espaço para comentar ou dialogar com os políticos. Já em 2006, na segunda
onda, apareceram os blogs. Havia espaço para comentários, mas eles eram
regulados. Mesmo assim, as contribuições do eleitorado eram ouvidas e podiam
influenciavar as propostas dos candidatos.

Independente da ferramenta utilizada, a internet veio para ficar nas
campanhas eleitorais. Rodolfo Teixeira alerta: “Os eleitores podem não ter
se dado conta, mas os políticos já perceberam a importância do mundo virtual
e tentam controlá-lo”. Por isso o tema foi alvo de debate no Congresso
Nacional durante a consolidação da Legislação Eleitoral para 2010.

Depois das discussões ficou estabelecido que as campanhas não serão
permitidas em sites de pessoas jurídicas e da administração pública, que não
poderão ser pagas, e que devem ser suspensas cinco dias antes das eleições.
Os infratores estão sujeitos a multas que chegam a R$ 30 mil.

O controle dos comentários e das redes sociais, entretanto, ficou de fora do
texto final. Mesmo assim, Rodolfo alerta que a legislação pode acabar sendo
ineficiente. Não tem como punir candidatos que hospedem sites em provedores
de outros países. Nem eleitores que decidam se manifestar às vésperas das
eleições. “Se todo mundo fizer comentários, vamos fazer o quê? Sair multando
todo mundo? Não tem como controlar”, aponta Rodolfo.

*TELEVISÃO –* A internet tende a diminuir a importância que é dada ao espaço
na campanha obrigatória veiculada no rádio e na TV. “Uma parte dos acordos
políticos feitos hoje, parte deles escusos, visam maior espaço na propaganda
eleitoral obrigatória. Já a internet não é moeda de troca, como a TV. É
território livre”, acredita Marcello. A internet está disponível sempre que
o eleitor quiser alguma informação, não só em horários estabelecidos como na
propaganda televisiva. E favorece principalmente pequenos partidos, que não
dispõem do mesmo tempo dos grandes.

Mas grandes as mudanças só devem ser sentidas a longo prazo. A televisão
atinge quase toda a população brasileira. Já a internet só está disponível
para pessoas com maior poder aquisitivo. Por isso é difícil medir qual será
o impacto das campanhas virtuais nas urnas. Rodolfo acredita que a internet
influenciará mais em locais onde o número de eleitores é menor. Nas eleições
presidenciais, entretanto, não há como prever qual será o peso das campanhas
na internet. “Será importante para atrair o público mais jovem e com mais
poder aquisitivo. Mas não dá pra traduzir isso em números”, avalia.

As eleições de 2010 trazem ainda outra novidade. O Tribunal Superior
Eleitoral autorizou a doação de campanha pela internet. Identificado pelo
CPF, qualquer cidadão poderá contribuir com seu candidato o cartão de
crédito. Apesar de ser novidade no Brasil, a fórmula já é usada em outros
países e foi uma das principais fontes de recursos da campanha do presidente
Barack Obama nos Estados Unidos. Isso favorece o envolvimento do cidadão.
“Hoje o eleitor não lembra em quem votou nas últimas eleições. Quando ele
tira R$ 50 para apoiar o candidato, será mais difícil esquecer”, diz
Marcello.


Todos os textos e fotos podem ser utilizados e reproduzidos desde que a
fonte seja citada. Textos: *UnB Agência*. Fotos: *nome do fotógrafo/UnB
Agência*.

--
Yuri Soares Franco
Estudante de História da UnB
Diretório Central dos Estudantes da UnB
Honestino Guimarães
Gestão Pra Fazer Diferente!!!

www.dce.unb.br

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quinta-feira, 3 de junho de 2010

BANDA LARGA!!!

Plano irá baratear acesso à Banda Larga

Já existem programas de acesso subsidiado a computadores. Inclusive foram desenvolvidas duas linhas de crédito e financiamento. O próprio mercado tem se encarregado de baratear sobremaneira o custo e hoje já não está mais tão complicado o acesso. O equipamento em si, não é o principal obstáculo. O preço da Banda Larga é que continua sendo impeditivo.

A internet no Brasil é lenta e muito cara. O serviço não é de qualidade. Com o Plano Nacional de Banda Larga pretendemos ampliar o acesso a uma velocidade mínima de 560 a 600 Kbps, pelo menos. Isso já confere uma velocidade razoável para o usuário. Claro que empresas que demandam um tráfego de dados em volume maior devem contratar sempre uma faixa, uma banda maior para ter acesso e velocidade. O plano prevê a implantação em todo País. Mas é claro que as capitais, as regiões metropolitanas, têm infraestrutura já pronta, portanto haverá maior velocidade no atendimento.

A Telebras está se estruturando nesse momento para a implantação, pois foi recém definida como a gestora do plano. Ainda neste ano teremos alguns resultados, que entram em linha e ganharão velocidade a partir do ano que vem. Porque existe um período para que a empresa se estruture, faça as aquisições necessárias, contrate os parceiros que vão trabalhar com ela. Acho que a partir do ano que vem ganhamos velocidade na implantação.

Este ano teremos, ainda, cem cidades selecionadas. Não sei quais serão as cidades, os critérios para a seleção ainda serão definidos. Esses locais terão disponíveis integralmente a banda larga. E depois, a partir de 2011, prossegue-se o processo normal de implantação. Mas, a meta para 2010, em função inclusive dos limites orçamentários, é de atendimento a essas cem cidades, além de todas as capitais.

Espero que todo brasileiro tenha acesso a esse serviço. Isso é consolidação da cidadania. Se dará pelo barateamento através do uso de uma infraestrutura do próprio governo federal. Toda essa infraestrutura deverá servir como meio de levar sinais de banda larga e, consequentemente, os preços se reduzem para todo o País. Todas as obras federais de rodovias e ferrovias que forem feitas já têm que prever o duto para transmitir ali uma fibra ótica que leve esses sinais, faça transmissões de dados de um local para o outro. Com isso e a redução do preço que estamos trabalhamos junto a Anatel, pretendemos atingir, em cinco anos, mais de 49 milhões de novos acessos.