sábado, 25 de setembro de 2010

CARTA DA IMPRENSA LIVRE!!!

Pela ampla liberdade de expressão no Brasil.

O ato “contra o golpismo midiático e em defesa da democracia”, proposto e organizado pelo Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, adquiriu uma dimensão inesperada. Alguns veículos da chamada grande imprensa atacaram esta iniciativa de maneira caluniosa e agressiva. Afirmaram que o protesto é “chapa branca”, promovido pelos “partidos governistas” e por centrais sindicais e movimentos sociais “financiados pelo governo Lula”. De maneira torpe e desonesta, estamparam em suas manchetes que o ato é “contra a imprensa”.
Diante destas distorções, que mais uma vez mancham a história da imprensa brasileira, é preciso muita calma e serenidade. Não vamos fazer o jogo daqueles que querem tumultuar as eleições e deslegitimar o voto popular, que querem usar imagens da mídia na campanha de um determinado candidato. Esta eleição define o futuro do país e deveria ser pautada pelo debate dos grandes temas nacionais, pela busca de soluções para os graves problemas sociais. Este não é momento de baixarias e extremismos. Para evitar manipulações, alguns esclarecimentos são necessários:
1. A proposta de fazer o ato no Sindicato dos Jornalistas de São Paulo teve uma razão simbólica. Neste auditório que homenageia o jornalista Vladimir Herzog, que lutou contra a censura e foi assassinado pela ditadura militar, estão muitos que sempre lutaram pela verdadeira liberdade de expressão, enquanto alguns veículos da “grande imprensa” clamaram pelo golpe, apoiaram a ditadura – que torturou, matou, perseguiu e censurou jornalistas e patriotas – e criaram impérios durante o regime militar. Os inimigos da democracia não estão no auditório Vladimir Herzog. Aqui cabe um elogio e um agradecimento à diretoria do sindicato, que procura manter este local como um espaço democrático, dos que lutam pela verdadeira liberdade de expressão no Brasil.
2. O ato, como já foi dito e repetido – mas, infelizmente, não foi registrado por certos veículos e colunistas –, foi proposto e organizado pelo Centro de Estudos Barão de Itararé, entidade criada em maio passado, que reúne na sua direção, ampla e plural, jornalistas, blogueiros, acadêmicos, veículos progressistas e movimentos sociais que lutam pela democratização da comunicação. Antes mesmo do presidente Lula, no seu legítimo direito, criticar a imprensa “partidarizada” nos comícios de Juiz de Fora e Campinas, o protesto contra o golpismo midiático já estava marcado. Afirmar o contrário, insinuando que o ato foi “orquestrado”, é puro engodo. Tentar partidarizar um protesto dos que discordam da cobertura da imprensa é tentar, isto sim, censurar e negar o direito à livre manifestação, o que fere a própria Constituição. É um gesto autoritário dos que gostam de criticar, mas não aceitam críticas – que se acham acima do Estado de Direito.
3. Esta visão autoritária, contrária aos próprios princípios liberais, fica explícita quando se tenta desqualificar a participação no ato das centrais sindicais e dos movimentos sociais, acusando-os de serem “ligados ao governo”. Ou será que alguns estão com saudades dos tempos da ditadura, quando os lutadores sociais eram perseguidos e proibidos de se manifestar? O movimento social brasileiro tem elevado sua consciência sobre o papel estratégico da mídia. Ele é vítima constante de ataques, que visam criminalizar e satanizar suas lutas. Greves, passeatas, ocupações de terra e outras formas democráticas de pressão são tratadas como “caso de polícia”, relembrando a Velha República. Nada mais justo que critiquem os setores golpistas e antipopulares da velha mídia. Ou será que alguns veículos e até candidatos, que repetem o surrado bordão da “república sindical”, querem o retorno da chamada “ditabranda”, com censura, mortos e desaparecidos? O movimento social sabe que a democracia é vital para o avanço de suas lutas e para conquista de seus direitos. Por isso, está aqui! Ele não se intimida mais diante do terrorismo midiático.
4. Por último, é um absurdo total afirmar que este ato é “contra a imprensa” e visa “silenciar” as denúncias de irregularidades nos governos. Só os ingênuos acreditam nestas mentiras. Muitos de nós somos jornalistas e sempre lutamos contra qualquer tipo de censura (do Estado ou dos donos da mídia), sempre defendemos uma imprensa livre (inclusive da truculência de certas redações). Quem defende golpes e ditaduras, até em tempos recentes, são alguns empresários retrógrados do setor. Quem demite, persegue e censura jornalistas são os mesmos que agora se dizem defensores da “liberdade de imprensa”. Somos contra qualquer tipo de corrupção, que onera os cidadãos, e exigimos apuração rigorosa e punição exemplar dos corruptos e dos corruptores. Mas não somos ingênuos para aceitar um falso moralismo, típico udenismo, que é unilateral no denuncismo, que trata os “amigos da mídia” como santos, que descontextualiza denúncias, que destrói reputações, que desrespeita a própria Constituição, ao insistir na “presunção da culpa”. Não é só o filho da ex-ministra Erenice Guerra que está sob suspeição; outros filhos e filhas, como provou a revista CartaCapital, também mereceriam uma apuração rigorosa e uma cobertura isenta da mídia.
5- Neste ato, não queremos apenas desmascarar o golpismo midiático, o jogo sujo e pesado de um setor da imprensa brasileira. Queremos também contribuir na luta em defesa da democracia. Esta passa, mais do que nunca, pela democratização dos meios de comunicação. Não dá mais para aceitar uma mídia altamente concentrada e perigosamente manipuladora. Ela coloca em risco a própria a democracia. Vários países, inclusive os EUA, adotam medidas para o setor. Não propomos um “controle da mídia”, termo que já foi estigmatizado pelos impérios midiáticos, mas sim que a sociedade possa participar democraticamente na construção de uma comunicação mais democrática e pluralista. Neste sentido, este ato propõe algumas ações concretas:
- Desencadear de imediato uma campanha de solidariedade à revista CartaCapital, que está sendo alvo de investida recente de intimidação. É preciso fortalecer os veículos alternativos no país, que sofrem de inúmeras dificuldades para expressar suas idéias, enquanto os monopólios midiáticos abocanham quase todo o recurso publicitário. Como forma de solidariedade, sugerimos que todos assinemos publicações comprometidas com a democracia e os movimentos sociais, como a Carta Capital, Revista Fórum, Caros Amigos, Retrato do Brasil, Jornal Brasil de Fato, Revista do Brasil, Hora do Povo entre outros; sugerimos também que os movimentos sociais divulguem em seus veículos campanhas massivas de assinaturas destas publicações impressas;
- Solicitar, através de pedidos individuais e coletivos, que a vice-procuradora regional eleitoral, Dra. Sandra Cureau, peça a abertura dos contratos e contas de publicidade de outras empresas de comunicação – Editora Abril, Grupo Folha, Estadão e Organizações Globo –, a exemplo do que fez recentemente com a revista CartaCapital. É urgente uma operação “ficha limpa” na mídia brasileira. Sempre tão preocupadas com o erário público, estas empresas monopolistas não farão qualquer objeção a um pedido da Dra. Sandra Cureau.
- Deflagrar uma campanha nacional em apoio à banda larga, que vise universalizar este direito e melhorar o PNBL recentemente apresentado pelo governo federal. A internet de alta velocidade é um instrumento poderoso de democratização da comunicação, de estimulo à maior diversidade e pluralidade informativas. Ela expressa a verdadeira luta pela “liberdade de expressão” nos dias atuais. Há forte resistência à banda larga para todos, por motivos políticos e econômicos óbvios. Só a pressão social, planejada e intensa, poderá garantir a universalização deste direito humano.
- Apoiar a proposta do jurista Fábio Konder Comparato, encampada pelas entidades do setor e as centrais sindicais, do ingresso de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) por omissão do parlamento na regulamentação dos artigos da Constituição que versam sobre comunicação. Esta é uma justa forma de pressão para exigir que preceitos constitucionais, como o que proíbe o monopólio no setor ou o que estimula a produção independente e regional, deixem de ser letra morta e sejam colocados em prática. Este é um dos caminhos para democratizar a comunicação.
- Redigir um documento, assinado por jornalistas, blogueiros e entidades da sociedade civil, que ajude a esclarecer o que está em jogo nas eleições brasileiras e que o papel da chamada grande imprensa tem jogado neste processo decisivo para o país. Ele deverá ser amplamente divulgado em nossos veículos e será encaminhado à imprensa internacional.

domingo, 25 de julho de 2010

THE ECONOMIST: INDICADORES SOCIAIS NO BRASIL!!!

Os números e os fatos falam por si mesmo.

Apenas para ciência de quem critica sem conhecimento!!!


a) Vejam os dados abaixo passados pelo jornal "The economist":
Senhores,
Com isenção de ânimo e sem paixões políticas, conhecer indicadores sociais e econômicos publicados pelo Jornal "The Economist", comparando os Governos FHC e Lula.
A diferença é muito grande... É bom lembrar.
LEIAM O QUE FOI PUBLICADO NO JORNAL THE ECONOMIST
The Economist publicou!
Situação do Brasil antes e depois: Itens
Nos tempos de FHC Nos tempos de LULA
Risco Brasil 2.700 pontos 200 pontos
Salário Mínimo 78 dólares 210 dólares
Dólar Rs$ 3,00 Rs$ 1,78
Dívida FMI Não mexeu Pagou
Indústria naval Não mexeu Reconstruiu
Universidades Federais Novas Nenhuma 10
Extensões Universitárias Nenhuma 45
Escolas Técnicas Nenhuma 214
Valores e Reservas do Tesouro Nacional 185 Bilhões de Dólares Negativos 160 Bilhões de Dólares Positivos
Créditos para o povo/PIB 14% 34%
Estradas de Ferro Nenhuma 3 em andamento
Estradas Rodoviárias 90% danificadas 70% recuperadas
Industria Automobilística Em baixa, 20% Em alta, 30%
Crises internacionais 4, arrasando o país Nenhuma, pelas reservas acumuladas.
Cambio Fixo, estourando o Tesouro Nacional. Flutuante: com ligeiras intervenções do Banco Central
Taxas de Juros SELIC 27% 11%
Mobilidade Social 2 milhões de pessoas saíram da linha de pobreza 23 milhões de pessoas saíram da linha de pobreza
Empregos 780 mil 11 milhões
Investimentos em infraestrutura Nenhum 504 Bilhões de reais previstos até 2010
Mercado internacional Brasil sem crédito Brasil reconhecido como investment grade


Vais repassar este e-mail também, né?
- Que este e-mail circule pelo Brasil inteiro.
- ESSE TEXTO DEVE-SE TRANSFORMAR NA MAIOR CORRENTE QUE A INTERNET JÁ VIU!!!


ACORDA BRASIL! ""

FHC, o farol, o sociólogo, entende tanto de sociologia quanto o governador de São Paulo, José Serra, entende de economia. Lula, que não entende de sociologia, levou 32 milhões de miseráveis e pobres à condição de
consumidores; que não entende de economia, pagou as contas de FHC, zerou a dívida com o FMI e ainda empresta algum aos ricos.

Lula, o "analfabeto", que não entende de educação, criou mais escolas e universidades que seus antecessores juntos, e ainda criou o PRÓ-UNI, que leva o filho do pobre à universidade.


Lula, que não entende de finanças nem de contas públicas,
elevou o salário mínimo de 64 para mais de 200 dólares,
e não quebrou a previdência como queria FHC.

Lula, que não entende de psicologia, levantou o moral da
nação e disse que o Brasil está melhor que o mundo.
Embora o PIG - Partido da Imprensa Golpista, que entende
de tudo, diga que não.

Lula, que não entende de engenharia, nem de mecânica, reabilitou o Proálcool, acreditou no biodiesel e levou o
país à liderança mundial de combustíveis renováveis.

Lula, que 'não entende de política', mudou os paradigmas mundiais e colocou o Brasil na liderança dos países emergentes, passou a ser respeitado e enterrou o G-8.

Lula, que não entende de política externa nem de conciliação, mandou às favas a ALCA, olhou para os parceiros do sul, especialmente para os vizinhos da América Latina, onde exerce liderança absoluta sem ser imperialista.. Tem fácil trânsito junto a Chaves, Fidel,
Obama, Evo etc. Bobo que é, cedeu a tudo e a todos.


Lula, que não entende de mulher nem de negro,
colocou o primeiro negro no Supremo (desmoralizado por
brancos), uma mulher no cargo de primeira ministra, e pode
fazê-la sua sucessora.

Lula, que não entende de etiqueta, sentou ao lado da rainha e afrontou nossa fidalguia branca de lentes azuis.


Lula, que não entende de desenvolvimento, nunca ouviu falar
de Keynes, criou o PAC, antes mesmo que o mundo inteiro
dissesse que é hora de o Estado investir, e hoje o PAC é
um amortecedor da crise.

Lula, que não entende de crise, mandou baixar o IPI e levou a indústria automobilística a bater recorde no trimestre.

Lula, que não entende de português nem de outra
língua, tem fluência entre os líderes mundiais, é
respeitado e citado entre as pessoas mais poderosas e
influentes no mundo atual.



Lula, que não entende nada de sindicato, é amigo do tal John Sweeny e entra na Casa Branca com credencial de negociador, lá, nos "States".


Lula, que não entende de geografia, é ator da mudança geopolítica das
Américas.

Lula, que não entende nada de diplomacia internacional, , age com sabedoria em todas as frentes e se torna interlocutor universal.

Lula, que não entende nada de história, faz história e será lembrado por um grande
legado, dentro e fora do Brasil.

Lula, que não entende nada de conflitos armados nem de guerra, pois é um pacifista, já é cotado pelos palestinos para dialogar com Israel.

Lula, que não entende nada de nada, segundo ELES, é melhor que todos eles.
Alem de receber o premio de estadista GLOBAL

UMA PROPOSTA DE POLÍTICA CULTURAL!!!

Cláudio Ribeiro e a proposta de cultura para Osmar e Dilma.
Publicado em 9/07/2010 por Redação, nas categorias Almanaque Brasil Cultura, Cultura, Destaques, Gestão Cultural, Leis, Música.


Cláudio Ribeiro - Jornalista e Compositor
O histórico das políticas culturais no Paraná e no Brasil apresenta momentos em que o Estado tratou com descaso o setor cultural. Em outros, buscou uma intervenção maior, por vezes acompanhada de elitismos, repressão, censura e autoritarismo. O jornalista e compositor Cláudio Ribeiro, organizou uma pré proposta de Cultura para os candidatos Osmar Dias, candidato ao governo do estado do Paraná e, Dilma Rousseff para a presidência da republica. A pré proposta é a base documental da criação de um “Comitê da Cultura – Osmar Dias e Dilma” e o modelo aqui apresentado é o resultado de uma decisão política de anos de luta e discussões entre entidades e agentes culturais mas, podendo sofrer alterações com inclusões de sugestões que o torne mais consistente e capaz de contemplar a diversidade da cultura paranaense. Conheça e ajude na divulgação deste documentos de referência para Politicas Públicas de Cultura no Paraná. São elementos de conceituação, conscientização e fontes de inspiração para ações que visem a transição à uma cultura de não-violência, de cidadania, diálogo, tolerância e solidariedade para o Paraná e o Brasil que queremos.


As contribuições, sugestões e assinaturas neste pré Manifesto, poderão ser feitas através do email: osmaredilmacultura@brasilcultura.com.br



Pré -Manifesto (proposta)

Sabendo que um dos desafios de nossa sociedade hoje é a constituição de um sistema cultural democrático, descentralizado e acessível que fomente, difunda e preserve a produção cultural, respeitando e valorizando a ampla diversidade de manifestações, promovendo a inclusão dos mais diferentes setores da população é o que nós artistas, intelectuais, jornalistas, produtores, entidades culturais e agentes culturais do Paraná em documento, expressamos nosso apoio às candidaturas de Osmar Dias Governador e Dilma Presidente.

É preciso respeitar e apoiar a diversidade e a pluralidade das formas culturais e correntes artísticas; o Estado não deve tutelar a criação, que se funda na liberdade, mas deve assegurar que a criação disponha de condições para desenvolver-se, intervindo nos domínios em que o simples jogo da oferta e da procura, no mercado, não garante essas condições; os objetivos da política cultural devem associar equilibradamente a defesa e valorização do patrimônio material e imaterial, o apoio à criação e aos criadores, o desenvolvimento e a formação dos públicos, as redes de equipamentos distribuídos pelo território paranaense e a promoção.

Criação de uma política de Estado para o desenvolvimento cultural, com dotação orçamentária constitucionalmente estabelecida considerando que a cultura tem relevância como transformador social, tal qual a educação. Transformar as diretrizes gerais deste documento em um Plano Estadual de Cultura em ações e metas adequadas às especificidades das linguagens artísticas, práticas culturais, demandas de grupos populacionais e identitários e situações dos municípios paranaense.



Para isso, propomos:



1- Realizar uma Conferência Estadual de Cultura em 2011



2-A Secretaria de Estado da Cultura cabe formular, promover e executar políticas, programas e ações na área da cultura. Propor na Conferência a criação do Sistema Estadual de Cultura, que articulará em rede as secretarias, fundações e departamentos municipais de cultura, juntamente com as instituições da sociedade civil, dialogando de forma qualificada com o Sistema Nacional de Cultura e Governo Federal. Fortalecer a ação do Estado no planejamento e execução das políticas culturais;



3-Constituir o Conselho Estadual de Cultura na Conferência.



4- Regulamentar em 2011 o Fundo Estadual de Cultura;



5- Lançar os editais do FEC em 2011, para incentivo à produção, circulação, formação e infra-estrutura – Pontos de Cultura do Paraná.



6- Pontos de Cultura: Uma das carências dos municípios no Estado é de infra-estrutura cultural. Com a formatação do SEC – Sistema Estadual de Cultura, via editais e investimento de 20% dos recursos orçamentários da SEEC, pode o Paraná em 4 anos estabelecer um espaço cultural multiuso para cada um dos 399 municípios do Estado. Para tanto é necessário que os municípios adotem os princípios do SNC e invistam sua contrapartida no projeto, agregando recursos humanos e financeiros.

Afirmação e incentivo a organização dos movimentos de política cultural através de pontos de cultura e das redes publicas de ensino e de bibliotecas com objetivo de fortalecer o dialogo, aprendizado também para a circulação de informações entre os agentes culturais e artistas de todas as cidades do estado. Transformar a Rede Estadual de Bibliotecas Públicas em pontos de cultura, tendo em vista também a distribuição de obras independentes ou lançadas através de Leis de Incentivo, para que estas sejam comercializadas através das associações de amigos das Bibliotecas. Transformar o sistema em circuito literário (palestras, lançamentos e oficinas)



7- O Hip Hop é um poderoso articulador de ações de criação cultural e de processos cidadãos. Como nas outras manifestações, mas levando em conta as várias linguagens que abriga o Hip Hop – dança música, poesia, artes visuais – é movimento estratégico para ações de uma política focada para a juventude dos bairros mais carentes de processo educativos e culturais. A proposta é a criação de um programa específico que contemple a organização de núcleos espalhados pelas áreas de maior risco social, instalação de espaço cultural e fomento a processos de formação e emanação da criação espontânea dos grupos.



8- Utilizar o Teatro Guaíra para articular os editais voltados para o fomento dos grupos de produção organizados do estado, aos moldes da FUNARTE, focando as áreas das artes cênicas, artes visuais e música.



9- Ampliar o Edital de Cinema, possibilitando que pessoas jurídicas sem fins lucrativos da área cultural, possam inscrever projetos em uma linha específica de fomento à produção de formação, videografia e curta-metragem, estruturando desta forma uma política de audiovisual para o Estado do Paraná, com o fomento à produção, formação e infra-estrutura/circulação com os Pontos de Cultura do Paraná e a Rádio e Televisão Educativa do Paraná.



10- Preservar e fortalecer as ações e estruturas existentes na cultura do Paraná: Museus, Centros Culturais, Bibliotecas Publicas, Festivais e corpos estáveis do Teatro Guaíra. Universalizar o acesso dos paranaenses à fruição e produção cultural;



11 – Democratização do acesso e dos benefícios gerados pelos recursos públicos investidos em cultura. • Ampliação do volume de recursos a serem investidos em cultura. Diversificação das fontes de financiamento e sua adequação ao perfil dos demandantes. Profissionalização das atividades culturais. Consolidar os sistemas de participação social na gestão das políticas culturais



12 – O Estado deve apoiar logística e financeiramente as atividades de criação, produção e difusão, de acordo com o mérito artístico e a relevância cultural e segundo critérios de transparência e eqüidade. Deve dirigir o seu apoio àquelas áreas nas quais o desenvolvimento do mercado não é suficiente para assegurar sustentação econômica e liberdade criativa; e deve incentivar a diversificação de fontes de financiamento, de modo a evitar a dependência dos criadores face a uma só fonte, seja ela o Estado, as autarquias, a bilheteira, o mecenato ou outra.



13 – Adaptar e reorganizar o bem sucedido Projeto Fera/Comciência da Secretaria de Estado da Educação, com os mesmos objetivos, porém direcionado à “Melhor Idade” (Terceira Idade).



14 – A importância do reconhecimento da dimensão cultural para o desenvolvimento humano e para a construção de uma sociedade democrática justa e solidária, Ampliar a participação da cultura no desenvolvimento sócio econômico sustentável; desenvolvimento de nova postura política do governo do estado no sentido de defesa incondicional da música ante a dominação do capital estrangeiro nesta manifestação, no qual acaba por prejudicar o desenvolvimento sócio/econômico do estado do Paraná graças ao cartel formado pela indústria fonográfica, entidades arrecadadoras e distribuidoras dos direitos autorais e mídia de comunicação de massas.



15 – Determinar acordos para “implementação” de amplo mapeamento estratégico da cultura no Paraná através de órgãos competentes, incluindo aspectos históricos, geográficos, da diversidade cultural, saberes populares, naturais, e ainda aspectos econômicos, políticos e sociais. As relações com o meio ambiente fazem parte dos repertórios e das escolhas culturais;



16 – Num País como o Brasil, onde as diferenças sociais muitas vezes superam as diferenças regionais, a aplicação e manutenção de políticas públicas compensatórias são necessárias e indispensáveis. No caso dos quilombolas essa desigualdade se mostra ainda mais evidente pela herança de problemas resultantes da estrutura econômica do passado, baseada no trabalho escravo e na perseguição a esses grupos.

O acesso à terra, cultura, saúde, educação, moradia e segurança alimentar é prioridade para essa população, pois esses elementos garantem uma melhora nas condições de vida de seus membros, levando à permanência dos quilombolas em seus locais de origem.

(o documento em tela é apenas uma proposta inicial, mande sua sugestão).

osmaredilmacultura@brasilcultura.com.br

domingo, 18 de julho de 2010

Chico Brasileiro

Chico Brasileiro

O QUE É A SIP NESTA ALTURA DO CAMPEONATO???

Política| 18/07/2010 | Copyleft

A calúnia golpista da SIP contra o presidente Lula

Fundada nos Estados Unidos em 1946, a SIP teve papel fundamental durante a Guerra Fria. Empenhou-se com afinco a etiquetar como “antidemocráticos” os governos latino-americanos que não se alinhavam com a Casa Branca. Constituiu-se em peça decisiva da guerra psicológica que antecedeu os levantes militares no continente entre os anos 60 e 80. Qual a autoridade dos dirigentes dessa agremiação para falar em democracia, com sua biografia banhada na lama e no sangue? O que fazem é se aproveitar dos espaços públicos sobre os quais exercem propriedade privada para conspirar, agredir e manipular. O artigo é de Breno Altman.

Breno Altman - Opera Mundi

Os jornais de hoje (17) estampam declaração do presidente da Sociedade Interamericana de Imprensa, Alejandro Aguirre, afirmando que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva “não pode ser chamado de democrático”. O ataque se estende aos demais países da região que são administrados por partidos de esquerda. Esses governos, de acordo com o dirigente da SIP, “se beneficiam de eleições livres para destruir as instituições democráticas”.

Certamente é importante, para os leitores, conhecer a história dessa entidade antes de julgar a credibilidade das declarações de seu principal dirigente. Fundada nos Estados Unidos em 1946, a SIP teve papel fundamental durante a Guerra Fria. Empenhou-se com afinco a etiquetar como “antidemocráticos” os governos latino-americanos que não se alinhavam com a Casa Branca. Constituiu-se em peça decisiva da guerra psicológica que antecedeu os levantes militares no continente entre os anos 60 e 80.

Orgulha-se de reunir 1,3 mil publicações das Américas, com 40 milhões de leitores. Entre seus membros mais destacados, por exemplo, está o diário chileno El Mercurio, comprometido até a medula com a derrubada do presidente constitucional Salvador Allende, em 1973, e a ditadura do general Augusto Pinochet

Outros jornais filiados são os argentinos La Nación e El Clarín, apoiadores de primeira hora do golpe sanguinário de 1976, liderado por Jorge Videla. Aliás, suspeita-se que a dona desse último periódico recebeu como recompensa um casal de bebês roubado de seus pais desaparecidos.

A lista é interminável. O vetusto diário da família Mesquita, Estado de S.Paulo, também foi militante estridente das fileiras anticonstitucionais, clamando e aplaudindo, em 1964, complô contra o presidente João Goulart. Mas não foi atitude solitária: outros grupos brasileiros de comunicação, quase todos também inscritos na SIP, seguiram a mesma trilha golpista.

Os feitos dessa organização, entretanto, não são registros de um passado longínquo. Ou é possível esquecer a histeria da imprensa venezuelana, em abril de 2002, no apoio ao golpe contra o presidente Hugo Chávez? Naquela oportunidade, a SIP não deixou por menos: a maioria de seus filiados foi cúmplice da subversão oligárquica em Caracas.

Uma trajetória dessas é para deixar até o mais crédulo com as barbas de molho. Qual a autoridade dos dirigentes dessa agremiação para falar em democracia, com sua biografia banhada na lama e no sangue? O que fazem é se aproveitar dos espaços públicos sobre os quais exercem propriedade privada para conspirar, agredir e manipular.

Ainda mais quando apelam à calúnia. A imensa maioria dos veículos de imprensa no Brasil dedica-se à desabusada oposição contra o presidente Lula e seu partido. Nenhuma publicação dessas foi fechada ou censurada por iniciativa de governo. Circulam livremente, apesar de muitos terem atravessado o Rubicão que separa o jornalismo da propaganda política, violando as mais comezinhas regras de equilíbrio editorial.

As palavras do presidente da Sociedade Interamericana de Imprensa, dessa forma, devem ser compreendidas através do código genético de Aguirre e seus pares. Hoje, como antes, atacam os governos progressistas porque desejam sua desestabilização e derrocada. Insatisfeitos com os resultados e as perspectivas eleitorais de aliados políticos, tratam de vitaminá-los com factóides de seu velho arsenal.

A história do presidente Lula, afinal, é de absoluto respeito à Constituição e à democracia. O mesmo não pode ser dito da SIP, cujas impressões digitais estão gravadas na história dos golpes e ditaduras que infelicitaram a América Latina.

(*) Breno Altman é jornalista e diretor editorial do site Opera Mundi (www.operamundi.com.br)

quarta-feira, 14 de julho de 2010

SERRA DESMASCARADO PELAS CENTRAIS SINDICAIS!!!

Movimentos
14 de Julho de 2010 - 12h04
Desmascarado pelas centrais sindicais, Serra busca socorro da UGT
Depois de ser denunciado por cinco das seis centrais sindicais — no ótimo manifesto “Serra: impostura e golpe contra os trabalhadores” —, o presidenciável José Serra (SP) acusou o golpe. Nesta quarta-feira (14), uma semana após a divulgação do manifesto, o tucano irá a uma plenária da UGT (União Geral dos Trabalhadores), em São Paulo, para receber em mãos um documento da central endereçado aos candidatos à Presidência.

Por André Cintra
Em meio à acirrada campanha eleitoral, Serra corre para reverter a imagem de inimigo número um dos trabalhadores e do movimento sindical. Suas chances de obter êxito são muito próximas a zero. Conforme declara o manifesto assinado pelos presidentes de CUT, Força, CTB, CGTB e Nova Central, a “marca registrada” da trajetória política de Serra “foi atuar contra os trabalhadores”. Não há marquetagem ou factoide que maquie essa reputação.

De acordo com as centrais, Serra “tem se apresentado como um benemérito dos trabalhadores, divulgando inclusive que é o responsável pela criação do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) e por tirar do papel o Seguro-Desemprego. Não fez nenhuma coisa, nem outra”.

O manifesto também lembra que, na Assembleia Nacional Constituinte (1987-1988), o então deputado federal José Serra boicotou inúmeros avanços para os trabalhadores e o sindicalismo. Serra votou contra a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, a garantia de aumento real do salário mínimo, a estabilidade do dirigente sindical, o direito à greve, entre outras medidas.

As denúncias contra o tucano são ainda mais numerosas: “Serra, enquanto governador de São Paulo, reprimiu a borrachadas e gás lacrimogênio os professores que estavam reivindicando melhores salários; jogou a tropa de choque contra a manifestação de policiais civis que reivindicavam aumento de salário, o menor salário do Brasil na categoria; arrochou o salário de todos os servidores públicos do Estado de São Paulo”, registra o manifesto das centrais.

Serra economista?

A mentira tem perseguido o discurso do candidato do PDSB. Outra “marca registrada” de Serra é lustrar sua biografia de tal forma que, como diria Machado de Assis, lhe confira “ares de fidalgo”. O tucano, por exemplo, afirma em todos os cantos que é economista, assim como já sustentou ser engenheiro.

O Conselho Regional de Economia da Paraíba já pediu interpelação judicial e enquadramento do presidenciável tucano, acusando Serra de “falsidade ideológica” e “charlatanismo”. A denúncia recebeu o apoio dos conselhos regionais de mais sete estados — Alagoas, Maranhão, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, Rondônia e Tocantins.

Como enfatiza o jornalista Paulo Henrique Amorim no blog Conversa Afiada, “ele pode até ter estudado economia e engenharia na Bolívia, no Chile, nos Estados Unidos, no Uzbequistão ou na PiGolândia (onde ele é soberano e quase rei). Mas, não detém um diploma que o credencie a exercer essas profissões no Brasil. E muito menos a dizer que é ‘engenheiro’ ou ‘economista’”.

Uma aliança natural

Só mesmo a UGT para dar guarida a um candidato com esse “não-currículo”, na contramão da imensa maioria do movimento sindical. Nada mais natural que se trate da única central que demonstra entusiasmo com uma candidatura tão conservadora. Neste ano, a entidade presidida por Ricardo Patah já vinha tomando uma série de decisões que sinalizavam o rompimento com a unidade do sindicalismo e a adesão à direita.

Um momento emblemático da guinada foi a manifestação hipócrita e oportunista que a UGT promoveu, em 7 de abril, contra o regime cubano e em defesa das “Damas de Branco”. O protesto foi um fiasco. Para desmascarar o isolamento da UGT, entidades das mais variadas frentes se aliaram ao Movimento Paulista de Solidariedade a Cuba e realizaram, no mesmo local e na mesma hora, um ato em solidariedade ao povo cubano e de repúdio à campanha midiática contra o país caribenho. Mais tarde, soube-se ainda que a UGT contratou “manifestantes de aluguel”, por R$ 50 e R$ 100, para forjar uma boa mobilização.

A UGT também tentou, em vão, levar Serra ao 1º de Maio Unificado, promovido em conjunto com a CTB e a Nova Central. Dissimulado, o tucano afirmou que o convite não havia chegado a suas mãos. Mas um pré-acordo entre a central e a campanha Serra fez com que a UGT ficasse de fora do maior evento do movimento sindical brasileiro em mais de duas décadas — a 2ª Conferência Nacional da Classe Trabalhadora, em 1º de junho, no Estádio do Pacaembu, em São Paulo.

O encontro reuniu mais de 25 mil lideranças sindicais e aprovou a Agenda da Classe Trabalhadora. Com seis eixos estratégicos e 249 reivindicações, o documento é o mais legítimo porta-voz dos interesses dos trabalhadores. Suas propostas foram deliberadas em consenso por cinco centrais diferentes, representantes de mais de 90% da base do movimento. Ao desqualificá-lo, UGT e Serra mostram que só podem estar, ambos, numa mesma — e deplorável — trincheira.

Leia abaixo o manifesto das centrais
Serra: impostura e golpe contra os trabalhadores

O candidato José Serra (PSDB) tem se apresentado como um benemérito dos trabalhadores, divulgando inclusive que é o responsável pela criação do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) e por tirar do papel o Seguro-Desemprego. Não fez nenhuma coisa, nem outra. Aliás, tanto no Congresso Nacional quanto no governo, sua marca registrada foi atuar contra os trabalhadores. A mentira tem perna curta e os fatos desmascaram o tucano.

A verdade

Seguro-Desemprego - Foi criado pelo decreto presidencial nº 2.284, de 10 de março de 1986, assinado pelo então presidente José Sarney. Sua regulamentação ocorreu em 30 de abril daquele ano, através do decreto nº 92.608, passando a ser concedido imediatamente aos trabalhadores.

FAT - Foi criado pelo Projeto de Lei nº 991, de 1988, de autoria do deputado Jorge Uequed (PMDB-RS). Um ano depois Serra apresentou um projeto sobre o FAT (nº 2.250/1989), que foi considerado prejudicado pelo plenário da Câmara dos Deputados, na sessão de 13 de dezembro de 1989, uma vez que o projeto de Jorge Uequed já havia sido aprovado.

Assembleia Nacional Constituinte (1987/1988) - José Serra votou contra os trabalhadores:
a) Serra não votou pela redução da jornada de trabalho para 40 horas;
b) não votou pela garantia de aumento real do salário mínimo;
c) não votou pelo abono de férias de 1/3 do salário;
d) não votou para garantir 30 dias de aviso prévio;
e) não votou pelo aviso prévio proporcional;
f) não votou pela estabilidade do dirigente sindical;
g) não votou pelo direito de greve;
h) não votou pela licença paternidade;
i) não votou pela nacionalização das reservas minerais.
Por isso, o Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar), órgão de assessoria dos trabalhadores, deu nota 3,75 para o desempenho de Serra na Constituinte.

Revisão Constitucional (1994) - Serra apresentou a proposta nº 16.643, para permitir a proliferação de vários sindicatos por empresa, cabendo ao patrão decidir com qual sindicato pretendia negociar. Ainda por essa proposta, os sindicatos deixariam de ser das categorias, mas apenas dos seus representados. O objetivo era óbvio: dividir e enfraquecer os trabalhadores e propiciar o lucro fácil das empresas. Os trabalhadores enfrentaram e derrotaram os ataques de Serra contra a sua organização, garantindo a manutenção de seus direitos previstos no artigo 8º da Constituição.

É por essas e outras que Serra, enquanto governador de São Paulo, reprimiu a borrachadas e gás lacrimogênio os professores que estavam reivindicando melhores salários; jogou a tropa de choque contra a manifestação de policiais civis que reivindicavam aumento de salário, o menor salário do Brasil na categoria; arrochou o salário de todos os servidores públicos do Estado de São Paulo.

As Centrais Sindicais brasileiras estão unidas em torno de programa de desenvolvimento nacional aprovado na Conferência Nacional da Classe Trabalhadora, em 1º de junho, com mais de 25 mil lideranças sindicais, contra o retrocesso e para garantir a continuidade do projeto que possibilitou o aumento real de 54% do salário mínimo nos últimos sete anos, a geração de 12 milhões de novos empregos com carteira assinada, que acabou com as privatizações, que descobriu o pré-sal e tirou mais de 30 milhões de brasileiros da rua da amargura.

Antonio Neto – presidente da CGTB
Wagner Gomes – presidente da CTB
Artur Henrique – presidente da CUT
Miguel Torres – presidente da Força Sindical
Jose Calixto Ramos – presidente da Nova Central

segunda-feira, 12 de julho de 2010

COPA: RACISMO E POLÍTICA!!!

Matéria da Editoria:
Internacional

12/07/2010


Copa: futebol, racismo e política

Quando Lúcio, o aplicado capitão da seleção canarinho, leu mensagem condenando o racismo antes daquela fatídica partida contra a Holanda, talvez não pudesse medir o grande alcance de seu gesto, que nos obriga a recuperar um fase da história recente. Condenar ali mesmo o racismo era imperioso pois era respeitar aquele povo e também alertar para as novas expressões racistas que estão se projetando em outros países, inclusive países que estavam ali disputando o certame. O artigo é de Beto Almeida.

Beto Almeida (*)

Data: 10/07/2010
Vai chegando ao final a primeira Copa do Mundo de Futebol realizada na África. Talvez a frustração da torcida brasileira, combinada com uma destrambelhada cobertura midiática, - que exortou sentimentos racistas contra paraguaios e de hostilidade gratuita contra argentinos - não tenha permitido compreender que o simples fato da Copa ter sido na África do Sul é uma grande vitória contra o racismo internacional e contra as grandes potências capitalistas que tentaram boicotar ou desmoralizar os africanos. Mas, sobretudo, é a vitória de um país e de um povo que sequer participou da Copa. Cuba, que ao derrotar o exército racista sul-africano em Cuito Cuanavale, Angola, para onde enviou 400 mil soldados, deu o passo fundamental para a libertação da África do Sul. “A Batalha de Cuito Cuanavale foi o começo do fim do apartheid. E isto devemos a Cuba”, disse Mandela, após ser liberado de 27 anos de prisão. A torcida mundial deveria ser amplamente informada destas verdades.

Quando Lúcio, o aplicado capitão da seleção canarinho, leu mensagem condenando o racismo antes daquela fatídica partida contra a Holanda, talvez não pudesse medir o grande alcance de seu gesto, que nos obriga a recuperar um fase da história recente. Condenar ali mesmo o racismo era imperioso pois era respeitar aquele povo e também alertar para as novas expressões racistas que estão se projetando em outros países, inclusive países que estavam ali disputando o certame.

Sob o apartheid não haveria Copa na África do Sul

O certo é que a Copa do Mundo só estava se realizando ali em território sul-africano porque milhares de seres humanos deram suas vidas contra o animalesco regime do apartheid, que com o apoio de países como Estados Unidos e Inglaterra, principalmente, massacrou de maneira cruel a pátria de Mandela. A África do Sul racista, imperialista, ditatorial, que foi recebendo sanções internacionais quanto mais crescia a resistência popular em seu interior e mundo a fora, levando-a a receber algumas sanções internacionais, jamais poderia ser a sede de uma Copa do Mundo se estivesse sob o apartheid.

Queremos, portanto, estender a oração do capitão Lúcio para fazer justiça a um povo que não estava disputando a Copa, mas que foi fundamental para que a Copa ali se realizasse para alegria e orgulho da nova África do Sul. A declaração de Lúcio tem raízes na história da solidariedade revolucionária que Cuba ofereceu á África, a começar pelo envio de médicos para a apoiar a Revolução na Argélia, onde esteve trabalhando o próprio Che Guevara.

Enquanto Mandela ainda estava preso, Cuba já estava apoiando os vários processos de libertação em território africano. Libertação que veio a receber um grande impulso a partir da Revolução dos Cravos, em Portugal, liderada por jovens capitães, muitos deles egressos das então colônias portuguesas em território africano, onde aprenderam muitas lições de dignidade por parte daqueles povos a quem deveriam esmagar. Houve capitães que mais tarde relataram que em território angolano se convenceram que a razão da história estava com os guerrilheiros angolanos. Por isso mesmo, chegavam a organizar certas incursões pelas selvas, onde deixavam deliberadamente suas armas para serem recolhidas pelos soldados do Movimento Popular para a Libertação de Angola, simulando que haviam sido desarmados, quando estavam a dizer, com aquele gesto, que apoiavam a causa da libertação africana.

Estes gestos dos militares portugueses floresceram em Cravos Vermelhos pelas ruas de Lisboa, após soarem os primeiros acordes da canção “Grândola, Vila Morena”. A razão histórica venceu! Não sei se o capitão Lúcio, na sua juventude de uma vida dedicada ao futebol, teve oportunidade de informar-se sobre isto antes de ler aquela importante declaração contra o racismo, num gesto de grandeza da nossa seleção.

Cuito Cuanavale: começo do fim do apartheid

Quando Cuba atendeu ao chamado do presidente angolano, o médico, poeta e guerrilheiro Agostinho Neto, para que enviasse ajuda militar para assegurar a libertação de Angola, conquistada em 11 de novembro de 1975, com pronto reconhecimento de Brasil e óbvia contrariedade dos EUA, abria-se uma nova página na história da África, mas também da solidariedade internacional.

A hipocrisia e a malignidade intrínseca da mídia comercial não deu a conhecer aos milhões de torcedores do mundo inteiro de olhos magnetizados no televisor uma linha sequer desta luta heróica para derrotar o apartheid e permitir, afinal, não apenas a libertação de Angola e da Namília, mas também de Nelson Mandela e a erradicação total do regime racista, derrotado no campo militar em Cuito Cuanavale e, mais tarde, novamente derrotado pelos votos que elegeram Mandela seu primeiro presidente da república, o primeiro com legitimidade!

Não tínhamos nenhuma dúvida da bravura e da grandeza do gesto do povo cubano ao fazer a travessia do Atlântico no sentido contrário àquela rota feita pelos navios negreiros que vieram para o Brasil e também para o Caribe, nos unindo para sempre na dor, no sangue, na música, na cultura e também no compromisso de saldar esta imensa dívida que toda a humanidade tem para com os povos africanos. Porém, Cuba decidiu pagar antes de todos e para lá enviou 400 mil homens e mulheres, negros e brancos, inclusive a brancura da filha de Che Guevara, que também já havia lutado em Cabinda, enclave angolano próximo ao Congo. O médico brasileiro Davi Lerer estava exilado em Angola naquele período, ensandecido de solidariedade e de compromisso com a libertação angolana. Foi quando começou a perceber que alguns dos feridos de guerra por ele tratados, falavam espanhol. Era fruto da Rota do Atlântico feita no sentido contrário, no sentido da libertação. Todos devemos à Mama África. Mas, só Cuba teve a audácia de pagar esta dívida com armas nas mãos!

Armas nucleares contra Cuba

A nobreza do gesto provocou o instinto assassino das chamadas democracias imperialistas. Acaba de ser divulgado que Israel ofereceu armas nucleares à África do Sul para serem lançadas sobre as tropas cubanas no sul de Angola. Com o apoio dos aviões Migs de fabricação soviética, as tropas do exército racista da África do Sul foram enxotadas de território angolano, postas para correr também do território da Namíbia, cujas forças revolucionárias também formavam aquele formidável exército de libertação. Chegou-se a discutir nas forças de libertação a ida até Pretória!. Por isto os imperialistas cogitaram o uso de armas nucleares contra o exército cubano, pois o seu exemplo de internacionalismo proletário era por demais poderoso à humanidade! Tudo isto resultou no agravamento da crise do regime de Botha, na libertação de Mandela, no fim do apartheid, nas eleições diretas, e, por fim, na conquista da realização da Copa do Mundo, pela primeira vez, em território africano!. Vitória da humanidade, após tantas vitórias que abrilhantam a linda história de justiça da humanidade, unindo a Revolução Cubana à Revolução dos Cravos de Portugal! As armas nucleares na foram utilizadas daquela vez. Não se atreveram! Não se sabe se as utilizarão agora contra o Irã.

Racismo nos países imperialistas

A condenação ao racismo lida pelo nosso capitão, é atualíssima. Tem endereço. Depois da desclassificação das seleções dos EUA e da França, vimos pipocar novamente manifestações de racismo contra negros, imigrantes, árabes, hispânicos, sobretudo nestes dois países. Há os que considerem a França uma democracia exemplar, mas não querem prestar atenção nas declarações de Zidane, o craque da seleção francesa de origem argelina. Contrariando a tese dos acadêmicos pouco atentos, ele questiona a democracia francesa: “Eu posso ser campeão do mundo com a camisa da França, orgulho nacional, mas não posso eleger o presidente?” Agora o deselegante técnico da seleção francesa atira a culpa pelo fracasso aos jogadores de origem africana, à cultura dos bairros de periferia das grandes cidades francesas. Nenhum questionamento ao sistema político francês que é tão duramente combatido pelos jovens das periferias pobres na França, sem perspectiva de estudo ou de emprego!

Nos EUA não foi muito diferente. Buscam-se justificativas para a desclassificação, mas, as vozes racistas voltam a falar alto, sobretudo contra hispânicos, asiáticos e afro-descendentes. A gigantesca contradição política vivida pelos Eua só tende a se agravar, certamente de forma dramática, já que o presidente Obama tem sido pressionado pelo complexo militar-industrial a reforçar sua presença armada mundo afora. Já mandou mais 30 mil soldados para o Afeganistão, continua a ordenar bombardeios de povoados matando crianças e destruindo alvos civis naquele país empobrecido. Esqueceu-se das torturas de Guantânamo? Manda uma frota nuclear para as proximidades da costa do Irã. Multiplica o orçamento do Pentágono. O prêmio Nobel da Paz vai se revelando o Prêmio Nobel da Guerra e continua colecionando cadáveres e mais cadáveres!

Na linha inversa, o Brasil aprova o seu Estatuto da Igualdade Racial e cria a Universidade Lusoafricana Brasileira (Unilab), na cidade cearense de Redenção, a primeira em extinguir o escravagismo no Brasil. Lá teremos professores e studantes africanos, estudando gratuitamente. É a forma brasileira de também começar a apagar a enorme dívida que temos para com os povos africanos, como assinalou Lula. É verdade que estes dois gestos concretos nos chegam com 112 anos de atraso. Há muito ainda para caminhar, mas a linha é a de continuar a abrir espaços para que os negros sigam aumentando sua presença qualificada nas universidades, para que os Territórios dos Quilombos sejam definitivamente escriturados em nome dos remanescentes dos escravos, que as políticas públicas de habitação contemplem as necessidades da população negra, ainda alvo de desumana discriminação no mercado de trabalho, recebendo ainda os piores salários, ocupando as piores funções, e, ainda por cima, confinada à invisibilidade nos meios de comunicação, salvo as honrosas exceções da comunicação das tvs públicas e comunitárias, que registram alguma justiça racial televisiva.

Rivalidades exageradas são contra a cooperação

O mau exemplo vem exatamente das tvs comerciais. Ofendem gratuitamente ao povo paraguaio ou insuflam uma exagerada hostilidade contra argentinos, certamente, fazendo um tipo de jornalismo de desintegração, exatamente quando nós latino-americanos estamos a organizar e por em prática, por meio de vários governos, políticas públicas de integração econômica, energética, comercial, cultural educacional. Seguindo as orientações dos que querem impedir que sejamos solidários e cooperativos entre nós - por acaso, as mesmas nações imperiais que antes apoiaram o apartheid e recentemente tentaram boicotar a realização da Copa na África - cria-se um clima para uma rivalidade exacerbada, agressiva, verdadeira hostilidade, por exemplo contra argentinos e paraguaios.

Basta recordar o comportamento do capitão da seleção uruguaia, Obdúlio Varela, que ,em 1950, fez o Brasil todo chorar quando derrotarem a equipe canarinha em pleno Maracanã. Varela sentiu tanta segurança e confiança no caráter amistoso do povo brasileiro que foi comemorar a vitória uruguaia com brasileiros na noite carioca, sendo tratado com fraternidade e nobreza olímpicas pelos nosso povo. Diante de comportamento tão elevado dos brasileiros, certos narradorestelevisivos de hoje, apesar de frequência em certames internacionais, revelam-se verdadeiramente torpes e ineptos para alcançarem um padrão de jornalismo desportivo minimamente olímpico, tal como a Grécia Antiga - não a atual induzida á falência pela oligarquia financeira - legou à humanidade. Querem animalizar, embrutecer, despertar baixos instintos, estando portanto, em choque frontal com os princípios e valores que a Constituição pauta para os meios de comunicação, exigindo que sejam educativos, respeitosos aos mais nobres valores humanos e destinados à elevação cultural da sociedade.

As nações imperiais sabem perfeitamente da utilidade destas rivalidades fomentadas, muitas vezes artificialmente. Sobretudo contra povos que possuem grande potencial de cooperação entre si, como é o caso de Brasil e Argentina, cuja integração das bases produtivas poderia acelerar e encurtar sobremaneira os prazos históricos para a integração da América Latina. Por isto fazem o jornalismo da desintegração. Pela mesma razão, são incapazes, como meios de comunicação, de informar sobre o papel que Cuba desempenhou na história recente de libertação da África.

Jornalismo de integração

As nossas tvs públicas precisam fazer o contraponto. A diversificação e a pluralidade informativas, neste episódio, seriam extremamente válidas. Sobretudo se permitisse ao povo brasileiro conhecer quanta história existe por detrás da declaração contra o racismo que o capitão Lúcio fez naquele estádio repleto de sul-africanos libertos do regime do apartheid. E também conhecer quanta manipulação se faz do esporte, em nome de causas mesquinhas e anti-civilizatórias, como as que pretendem reviver o racismo e o impedimento ideológico da cooperação e da solidariedade entre os povos que tem um destino comum. O da unidade, da cooperação e da solidariedade.

(*) Beto Almeida é diretor de Telesur

sábado, 10 de julho de 2010

CARTA DAS CENTRAIS SINDICAIS!!!

BRASIL

9 de Julho de 2010

Centrais acusam tucano de impostura e golpe contra trabalhadores
As centrais sindicais lançaram manifesto conjunto na última quarta-feira (7) onde alertam a população para que não se deixe enganar pelas mentiras veiculadas na rádio e na televisão por José Serra, candidato de Fernando Henrique e do PSDB à Presidência da República, a respeito de pretensas medidas que teria proposto em prol da classe trabalhadora. Serra age como um verdadeiro lobo vestido em pele de cordeiro.

Sob o título “Serra: impostura e golpe contra os trabalhadores”, CUT, Força Sindical, CTB, CGTB e Nova Central denunciam que “o candidato José Serra (PSDB) tem se apresentado como um benemérito dos trabalhadores, divulgando inclusive que é o responsável pela criação do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) e por tirar do papel o Seguro-Desemprego. Não fez nenhuma coisa nem outra. Aliás, tanto no Congresso Nacional quanto no governo sua marca registrada foi atuar contra os trabalhadores”. De acordo com as centrais, “a mentira tem perna curta e os fatos desmascaram o tucano”.

Falsificando a história

A nota assinada pelos presidentes das centrais (Wagner Gomes, da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil; Artur Henrique, da Central Única dos Trabalhadores; Miguel Torres, em exercício, da Força Sindical; Antonio Neto, da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil e José Calixto Ramos, da Nova Central Sindical dos Trabalhadores) ressalta é fundamental que a população seja bem informada a respeito dos fatos para que dimensione o tamanho da falsidade que vem sendo divulgada pelo PSDB.

“A verdade”, esclareceram, é que “o seguro-desemprego foi criado pelo decreto presidencial nº 2.284, de 10 de março de 1986, assinado pelo então presidente José Sarney. Sua regulamentação ocorreu em 30 de abril daquele ano, através do decreto nº 92.608, passando a ser concedido imediatamente aos trabalhadores”. Da mesma forma, “o FAT foi criado pelo Projeto de Lei nº 991, de 1988, de autoria do deputado Jorge Uequed (PMDB-RS). Um ano depois Serra apresentou um projeto sobre o FAT (nº 2.250/1989), que foi considerado prejudicado pelo plenário da Câmara dos Deputados, na sessão de 13 de dezembro de 1989, uma vez que o projeto de Jorge Uequed já havia sido aprovado”.

Reprovado pelo Diap

Na Assembleia Nacional Constituinte (1987/1988), o candidato tucano votou reiteradamente contra os trabalhadores, assinala o manifesto: “Serra não votou pela redução da jornada de trabalho para 40 horas; não votou pela garantia de aumento real do salário mínimo; não votou pelo abono de férias de 1/3 do salário; não votou para garantir 30 dias de aviso prévio; não votou pelo aviso prévio proporcional; não votou pela estabilidade do dirigente sindical; não votou pelo direito de greve; não votou pela licença paternidade; não votou pela nacionalização das reservas minerais”.

Por isso, conforme recordam os sindicalistas, José Serra foi reprovado pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), que conferiu aos parlamentares uma nota entre zero a dez de acordo com a posição assumida na votação dos temas de interesse da classe trabalhadora, em particular o capítulo sobre direitos sociais.

Serra, que a esta altura já tinha se bandeado para o lado da direita, teve nota 3,75 pelo desempenho na Constituinte. Vale lembrar que no primeiro turno da Constituinte, o atual candidato tucano tirou nota 2,50 e, no segundo turno, por se ausentar em várias votações em que havia votado contra, levou nota 5,0 – o que lhe elevou a média para 3,75.

Homem do capital financeiro

Já em 1994, diante da proposta de Revisão Constitucional, lembram as centrais, “Serra apresentou a proposta nº 16.643, para permitir a proliferação de vários sindicatos por empresa, cabendo ao patrão decidir com qual sindicato pretendia negociar. Ainda por essa proposta, os sindicatos deixariam de ser das categorias, mas apenas dos seus representados. O objetivo era óbvio: dividir e enfraquecer os trabalhadores e propiciar o lucro fácil das empresas. Os trabalhadores enfrentaram e derrotaram os ataques de Serra contra a sua organização, garantindo a manutenção de seus direitos previstos no artigo 8º da Constituição”.

Conforme o manifesto, “é por essas e outras que Serra, enquanto governador de São Paulo, reprimiu a borrachadas e gás lacrimogêneo os professores que estavam reivindicando melhores salários; jogou a tropa de choque contra a manifestação de policiais civis que reivindicavam aumento de salário, o menor salário do Brasil na categoria; arrochou o salário de todos os servidores públicos do Estado de São Paulo”.

“As Centrais Sindicais brasileiras estão unidas em torno de programa de desenvolvimento nacional aprovado na Conferência Nacional da Classe Trabalhadora, em 1º de junho, com mais de 25 mil lideranças sindicais, contra o retrocesso e para garantir a continuidade do projeto que possibilitou o aumento real de 54% do salário mínimo nos últimos sete anos, a geração de 12 milhões de novos empregos com carteira assinada, que acabou com as privatizações, que descobriu o pré-sal e tirou mais de 30 milhões de brasileiros da rua da amargura”, conclui o documento assinado pela CUT, Força Sindical, CTB, Nova Central e CGTB.

Enfim, Serra é um homem do capital financeiro e, como tal, já se revelou inimigo da classe trabalhadora. Definitivamente não merece a confiança das centrais sindicais.

TRABALHADORES BRASILEIROS UNI-VOS!!!

BRASIL

9 de Julho de 2010 - 2h00

Centrais acusam tucano de impostura e golpe contra trabalhadores
As centrais sindicais lançaram manifesto conjunto na última quarta-feira (7) onde alertam a população para que não se deixe enganar pelas mentiras veiculadas na rádio e na televisão por José Serra, candidato de Fernando Henrique e do PSDB à Presidência da República, a respeito de pretensas medidas que teria proposto em prol da classe trabalhadora. Serra age como um verdadeiro lobo vestido em pele de cordeiro.


Sob o título “Serra: impostura e golpe contra os trabalhadores”, CUT, Força Sindical, CTB, CGTB e Nova Central denunciam que “o candidato José Serra (PSDB) tem se apresentado como um benemérito dos trabalhadores, divulgando inclusive que é o responsável pela criação do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) e por tirar do papel o Seguro-Desemprego. Não fez nenhuma coisa nem outra. Aliás, tanto no Congresso Nacional quanto no governo sua marca registrada foi atuar contra os trabalhadores”. De acordo com as centrais, “a mentira tem perna curta e os fatos desmascaram o tucano”.

Falsificando a história

A nota assinada pelos presidentes das centrais (Wagner Gomes, da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil; Artur Henrique, da Central Única dos Trabalhadores; Miguel Torres, em exercício, da Força Sindical; Antonio Neto, da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil e José Calixto Ramos, da Nova Central Sindical dos Trabalhadores) ressalta é fundamental que a população seja bem informada a respeito dos fatos para que dimensione o tamanho da falsidade que vem sendo divulgada pelo PSDB.

“A verdade”, esclareceram, é que “o seguro-desemprego foi criado pelo decreto presidencial nº 2.284, de 10 de março de 1986, assinado pelo então presidente José Sarney. Sua regulamentação ocorreu em 30 de abril daquele ano, através do decreto nº 92.608, passando a ser concedido imediatamente aos trabalhadores”. Da mesma forma, “o FAT foi criado pelo Projeto de Lei nº 991, de 1988, de autoria do deputado Jorge Uequed (PMDB-RS). Um ano depois Serra apresentou um projeto sobre o FAT (nº 2.250/1989), que foi considerado prejudicado pelo plenário da Câmara dos Deputados, na sessão de 13 de dezembro de 1989, uma vez que o projeto de Jorge Uequed já havia sido aprovado”.

Reprovado pelo Diap

Na Assembleia Nacional Constituinte (1987/1988), o candidato tucano votou reiteradamente contra os trabalhadores, assinala o manifesto: “Serra não votou pela redução da jornada de trabalho para 40 horas; não votou pela garantia de aumento real do salário mínimo; não votou pelo abono de férias de 1/3 do salário; não votou para garantir 30 dias de aviso prévio; não votou pelo aviso prévio proporcional; não votou pela estabilidade do dirigente sindical; não votou pelo direito de greve; não votou pela licença paternidade; não votou pela nacionalização das reservas minerais”.

Por isso, conforme recordam os sindicalistas, José Serra foi reprovado pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), que conferiu aos parlamentares uma nota entre zero a dez de acordo com a posição assumida na votação dos temas de interesse da classe trabalhadora, em particular o capítulo sobre direitos sociais.

Serra, que a esta altura já tinha se bandeado para o lado da direita, teve nota 3,75 pelo desempenho na Constituinte. Vale lembrar que no primeiro turno da Constituinte, o atual candidato tucano tirou nota 2,50 e, no segundo turno, por se ausentar em várias votações em que havia votado contra, levou nota 5,0 – o que lhe elevou a média para 3,75.

Homem do capital financeiro

Já em 1994, diante da proposta de Revisão Constitucional, lembram as centrais, “Serra apresentou a proposta nº 16.643, para permitir a proliferação de vários sindicatos por empresa, cabendo ao patrão decidir com qual sindicato pretendia negociar. Ainda por essa proposta, os sindicatos deixariam de ser das categorias, mas apenas dos seus representados. O objetivo era óbvio: dividir e enfraquecer os trabalhadores e propiciar o lucro fácil das empresas. Os trabalhadores enfrentaram e derrotaram os ataques de Serra contra a sua organização, garantindo a manutenção de seus direitos previstos no artigo 8º da Constituição”.

Conforme o manifesto, “é por essas e outras que Serra, enquanto governador de São Paulo, reprimiu a borrachadas e gás lacrimogêneo os professores que estavam reivindicando melhores salários; jogou a tropa de choque contra a manifestação de policiais civis que reivindicavam aumento de salário, o menor salário do Brasil na categoria; arrochou o salário de todos os servidores públicos do Estado de São Paulo”.

“As Centrais Sindicais brasileiras estão unidas em torno de programa de desenvolvimento nacional aprovado na Conferência Nacional da Classe Trabalhadora, em 1º de junho, com mais de 25 mil lideranças sindicais, contra o retrocesso e para garantir a continuidade do projeto que possibilitou o aumento real de 54% do salário mínimo nos últimos sete anos, a geração de 12 milhões de novos empregos com carteira assinada, que acabou com as privatizações, que descobriu o pré-sal e tirou mais de 30 milhões de brasileiros da rua da amargura”, conclui o documento assinado pela CUT, Força Sindical, CTB, Nova Central e CGTB.

Enfim, Serra é um homem do capital financeiro e, como tal, já se revelou inimigo da classe trabalhadora. Definitivamente não merece a confiança das centrais sindicais.

domingo, 4 de julho de 2010

SEMANA DE MOBILIZAÇÃO PELA APROVAÇÃO DA PEC DO JUDICIÁRIO!!!

Cobre do deputado da sua região apoio à PEC 190

A semana que vem pode ser decisiva para a aprovação da PEC 190, do Estatuto dos Servidores do Judiciário. A Fenajud está mobilizando sindicatos de todos os estados para, nos dias 06 e 07, pressionar aos deputados em Brasília.
Aqui no Paraná, o Sindijus-PR disponibiliza os e-mails e telefones dos deputados federais para que os servidores cobrem apoio à PEC.
Ligue ou envie um e-mail pedido ao deputado da sua região o voto pela aprovação da proposta.


ABELARDO LUPION
Telefone: (61) 3215-5515 - Fax: 3215-2515
dep.abelardolupion@camara.gov.br

AFFONSO CAMARGO
Telefone: (61) 3215-5233 - Fax: 3215-2233
dep.affonsocamargo@camara.gov.br

ALCENI GUERRA
Telefone: (61) 3215-5528 - Fax: 3215-2528
dep.alceniguerra@camara.gov.br

ALEX CANZIANI
Telefone: (61) 3215-5842 - Fax: 3215-2842
dep.alexcanziani@camara.gov.br

ALFREDO KAEFER
Telefone: (61) 3215-5818 - Fax: 3215-2818
dep.alfredokaefer@camara.gov.br

ANDRE VARGAS
Telefone: (61) 3215-5923 - Fax: 3215-2923
dep.andrevargas@camara.gov.br

ANGELO VANHONI
Telefone: (61) 3215-5672 - Fax: 3215-2672
dep.angelovanhoni@camara.gov.br

ASSIS DO COUTO
Telefone: (61) 3215-5428 - Fax: 3215-2428
dep.assisdocouto@camara.gov.br

CASSIO TANIGUCHI
Telefone: (61) 3215-5513 - Fax: 3215-2513
dep.cassiotaniguchi@camara.gov.br

CEZAR SILVESTRI
Telefone: (61) 3215-5221 - Fax: 3215-2221
dep.cezarsilvestri@camara.gov.br

CHICO DA PRINCESA
Telefone: (61) 3215-5633 - Fax: 3215-2633
dep.chicodaprincesa@camara.gov.br

DILCEU SPERAFICO
Telefone: (61) 3215-5746 - Fax: 3215-2746
dep.dilceusperafico@camara.gov.br

DR. ROSINHA
Telefone: (61) 3215-5474 - Fax: 3215-2474
dep.dr.rosinha@camara.gov.br

EDUARDO SCIARRA
Telefone: (61) 3215-5433 - Fax: 3215-2433
dep.eduardosciarra@camara.gov.br

FERNANDO GIACOBO
Telefone: (61) 3215-5762 - Fax: 3215-2762
dep.giacobo@camara.gov.br

GUSTAVO FRUET
Telefone: (61) 3215-5821 - Fax: 3215-2821
dep.gustavofruet@camara.gov.br

HERMES “FRANGÃO” PARCIANELLO
Telefone: (61) 3215-5234 - Fax: 3215-2234
dep.hermesparcianello@camara.gov.br

LUIZ CARLOS HAULY
Telefone: (61) 3215-5220 - Fax: 3215-2220
dep.luizcarloshauly@camara.gov.br

LUIZ CARLOS SETIM
Telefone: (61) 3215-5901 - Fax: 3215-2901
dep.luizcarlossetim@camara.gov.br

MARCELO ALMEIDA
Telefone: (61) 3215-5728 - Fax: 3215-2728
dep.marceloalmeida@camara.gov.br

MOACIR MICHELETTO
Telefone: (61) 3215-5478 - Fax: 3215-2478
dep.moacirmicheletto@camara.gov.br

NELSON MEURER
Telefone: (61) 3215-5916 - Fax: 3215-2916
dep.nelsonmeurer@camara.gov.br

ODÍLIO BALBINOTTI
Telefone: (61) 3215-5604 - Fax: 3215-2604
dep.odiliobalbinotti@camara.gov.br

OSMAR SERRAGLIO
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sábado, 3 de julho de 2010

Obras reveem advogado e combatente: LUIZ GAMA!!!

Afrobrasileiros e suas Lutas

Por: FABIO VICTOR

Pesquisa resgata petições reveladoras da habilidade do líder abolicionista Luiz Gama para libertar escravos

Em outro lançamento, sociólogo traça perfil biográfico do militante, e pesquisadora finaliza antologia com inéditos



Escravo liberto que conquistou respeito por sua força intelectual e pela habilidade, como advogado, em libertar negros cativos muito antes da Lei Áurea, Luiz Gama (1830-1882) foi o primeiro vulto abolicionista do país.


Mulato autodeclarado negro em plena escravidão, poeta satírico, líder republicano, é intrigante que sua figura continue subestimada na galeria das personalidades históricas do país, com reconhecimento quase restrito ao movimento negro, ao mundo jurídico e à maçonaria, outro setor em que atuou.


No aniversário de 180 anos do nascimento de Gama, comemorados na última segunda (21), dois lançamentos engordam a relativamente parca bibliografia a seu respeito.


Do advogado Nelson Câmara, "Luiz Gama: O Advogado dos Escravos", com prefácio de Miguel Reale Júnior, agrega à biografia transcrições das defesas de Gama, garimpadas no arquivo do Tribunal de Justiça de SP.


Revela como usou com astúcia as leis do Império para libertar seus clientes, que, mostra a pesquisa, não eram apenas negros -a estes ele atendia de graça. Previsto em lei desde 1832, o habeas corpus foi usado à exaustão pelo abolicionista, de forma pioneira, segundo o autor.



Militante do movimento negro, o sociólogo e professor Luiz Carlos Santos escreveu o perfil biográfico "Luiz Gama", em que sintetiza a trajetória única do perfilado ressaltando-lhe o caráter combativo na luta contra a discriminação da raça.


Traz as íntegras da carta autobiográfica que Gama escreveu a pedido do amigo Lúcio de Mendonça e do comovente artigo em que Raul Pompéia descreve o enterro do abolicionista, que reuniu 3.000 pessoas numa São Paulo de 40 mil habitantes.



REFERÊNCIAS
Ambos os autores se valem de trabalhos anteriores, como a biografia de Sud Menucci (de 1938), o ensaio biográfico "Orfeu de Carapinha", de Elciene Azevedo, e a edição crítica das "Primeiras Trovas Burlescas" de Gama, da professora da Unifesp Lígia Fonseca Ferreira.


Esta última finaliza antologia de cartas e artigos de Gama, alguns inéditos, além de preparar a tradução da sua tese de doutorado na Sorbonne sobre o personagem.
Os pesquisadores levantam hipóteses variadas sobre o desprezo a Gama no país.


Lígia Ferreira aponta a folclorização da cultura negra, o elitismo da República, as teses pseudocientíficas da época sobre a inferioridade dos negros e até um ensaio em que Roger Bastide desdenha da poesia de Gama.
"O Brasil é tão preconceituoso que embranquece as figuras para legitimá-las. Quando não consegue, as subestima", interpreta Santos. Câmara vê responsabilidade do próprio movimento negro, "que se fixou muito na figura de Zumbi e de certa maneira ignorou Luiz Gama".

ELEIÇÕES - 2010!!!

A natureza política do caos na campanha de Serra

Os problemas envolvendo a composição da chapa de José Serra não se resumem à biografia política do deputado Índio da Costa. Não se trata exatamente de ausência de programa. Serra e o PSDB têm um programa político e ele pode ser visto na maneira como governam estados como São Paulo, Rio Grande do Sul e Minas Gerais. No entanto, diante do êxito das políticas do governo Lula, interna e externamente, e da comparação com o que foi feito no governo FHC, Serra ficou sem espaço. A necessidade de esconder a agenda do PSDB e de inventar um discurso é uma das causas políticas reais das incríveis confusões da candidatura tucana.



Editorial - Carta Maior

Do jeito que a coisa vai, a candidatura de José Serra (PSDB) à presidência da República não precisa de adversários. O fogo amigo, as indecisões e trapalhadas que se avolumaram nos últimos dias estão atingindo a fronteira do surreal. O episódio da escolha do vice na chapa de Serra já ingressou nas páginas do anedotário da política nacional. Quem achava que já tinha visto tudo com as reações iradas de aliados de Serra contra a escolha de Álvaro Dias (PSDB-PR) deve ter ficado sem ar nesta quarta-feira com o anúncio de que o deputado paranaense não seria mais o candidato a vice, mas sim o deputado Índio da Costa (DEM-RJ). Quem? – foi uma pergunta muito repetida logo após o anúncio do nome. Logo começaram a surgir informações sobre o vice de Serra.

E, nova surpresa, as mais duras críticas vieram da vereadora Andréa Gouvêa Vieira (PSDB-RJ), que detonou a indicação do deputado do DEM para a chapa presidencial de Serra. Ex-colega de Índio da Costa na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, Andréa Gouvêa resumiu: escolheram um “ficha suja” para ser vice de Serra. A vereadora foi relatora de uma CPI na Câmara do Rio que investigou irregularidades nos contratos de merenda escolar na cidade na época em que Índio ocupou a Secretaria de Administração (2001-2006). No relatório da CPI, Andréa Gouvêa apontou indícios de formação de cartel e de direcionamento de licitação e pediu a quebra do sigilo fiscal dos envolvidos ao Ministério Público Estadual. “O que eu penso do candidato Índio da Costa está refletido neste relatório da CPI. Houve direcionamento no resultado da merenda escolar. A conduta dele não é uma conduta de Ficha Limpa”.

Mas os problemas envolvendo a composição da chapa de José Serra não se resumem à biografia política do deputado Índio da Costa. A lambança ocorrida nos últimos dias foi mais um capítulo na acidentada trajetória do candidato que afirma ter se preparado a vida inteira para ser presidente da República. A julgar pelos últimos acontecimentos envolvendo sua campanha, essa preparação parece estar repleta de lacunas. Não é só o fato de que Serra tenha declarado publicamente que desejava ter ao seu lado na chapa o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), e, após uma indicação atropelada de Álvaro Dias, rechaçada pelo DEM, tenha se contentado com o nome de um deputado desconhecido no cenário nacional e contestado no cenário estadual do Rio. A questão mais importante aqui não reside nos nomes, mas sim no método de escolha de um nome para o segundo cargo político mais importante do país e na qualidade da articulação política. E tanto o método quanto a qualidade da articulação foram marcados pela falta de preparo, pela truculência e pelo desrespeito aos próprios aliados. Essas não são exatamente virtudes de alguém que se preparou a vida inteira para a presidência da República.

É sintomático que algumas das declarações mais duras dirigidas ao ex-governador paulista tenham partido de aliados seus. “O poder do Serra de desorganizar as coisas é fora do comum. O Álvaro Dias não acrescenta nada e desagrega muito”, escreveu o deputado federal Ronaldo Caiado (DEM-GO) no twitter, logo após ter ficado sabendo, pela imprensa, da indicação de Dias para ser vice de Serra. “O DEM não poderia saber da indicação do vice pela imprensa. Que tipo de parceria é esta?”, acrescentou o deputado Felipe Maia (DEM-RN). Fiel ao seu estilo,o ex-deputado e presidente do PTB, Roberto Jefferson, respondeu, também pelo twitter: “O DEM é uma merda”. Em meio a esse tiroteio, a campanha de Serra sofreu outro revés. No dia 30 de junho, o Partido Social Cristão (PSC) rompeu o acordo que havi feito com o PSDB e anunciou o apoio formal à candidatura da petista Dilma Rousseff á presidência da República. A direção do PSC apontou duas razões para a mudança: a posição da maioria dos deputados pró-Dilma e o fato de que o nome do partido ofertado para ser vice de Serra, o senador Mão Santa, sequer ter sido levado em consideração pelo candidato.

A truculência apontada pelos próprios aliados do PSDB na condução da campanha de Serra talvez não seja meramente um traço de personalidade individual e/ou institucional. A fulanização e a cultura do espetáculo e da fofoca que caracterizam boa parte da cobertura política na imprensa brasileira ocultam um fato que teima em ficar aparecendo: há algo chamado programa ou agenda política envolvido em uma campanha eleitoral. No caso da eleição presidencial brasileira, há, em linhas gerais, dois projetos em disputa. O projeto do atual governo, que conta com mais de 75% de aprovação popular, segundo as últimas pesquisas. E o projeto da oposição capitaneada pelo PSDB que representa o retorno ao projeto implementado durante os dois governos FHC. O desempenho presente do atual governo e as comparações com os números daquele período são amplamente desfavoráveis ao candidato Serra, razão pela qual ele procura fugir dessa recordação. Mas, ao fazer isso, o tucano e seus aliados ficam sem referência programática visível. Essa ausência ajuda a explicar um pouco o caos que marcou a campanha serrista nos últimos dias.

Não se trata exatamente de ausência de programa. Serra e o PSDB têm um programa político e ele pode ser visto na maneira como governam estados como São Paulo, Rio Grande do Sul e Minas Gerais. Serra e o PSDB têm uma visão de política externa e ela pode ser vista nas declarações do candidato contra o Mercosul, contra a Bolívia e em defesa da retomada da idéia da ALCA (Área de Livre Comércio das Américas) com os Estados Unidos. O discurso do PSDB propondo o corte de gastos públicos também aponta para uma agenda que é aquela que vem sendo imposta agora pelo FMI a diversos países europeus. No entanto, diante do êxito das políticas do governo Lula, interna e externamente, não há espaço político para que Serra defenda essas idéias de claro e transparente. Essa é uma das causas políticas reais das incríveis dificuldades políticas da candidatura tucana. Falta espaço de debate político, sobra truculência e desencontro.

Esse cenário, obviamente, favorece a candidatura de Dilma Rousseff, que já ultrapassou Serra nas pesquisas e abriu uma vantagem de cinco pontos. A principal vantagem de Dilma, na verdade, é a existência de um programa ancorado em políticas que vem sendo implementadas (e aprovadas) pela população. Do outro lado, o que Serra está oferecendo? Até aqui a promessa de que se preparou a vida inteira para ser presidente e uma sucessão de trapalhadas na condução da própria campanha. Considerando esse contexto, a candidatura Dilma parece ter dois potenciais adversários principais: a soberba, acreditar que a eleição já está ganha e passar a cometer erros em função disso; uma possível truculência do campo adversário que, diante deste quadro desfavorável e do desejo expresso do candidato (“Agora, trata-se, sobretudo, de vencer”, repete Serra), pode partir para o vale-tudo, deixando definitivamente a política de lado.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

TEMOS CANDIDATO AO GOVERNO DO PARANÁ!!!

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Osmar Dias é candidato ao governo do Paraná

A novela da candidatura ou não do senador Osmar Dias (PDT) ao governo do Paraná pode ter tido seu último capítulo na noite de ontem. Depois de quase três horas de reunião com o presidente nacional da legenda, Carlos Lupi, Osmar, enfim, comunicou aos prefeitos e deputados do PDT que será candidato ao governo do Paraná. O anúncio oficial, no entanto, só ocorrerá hoje, após a formalização da aliança com PT e PMDB.


Da reunião na sede estadual do PDT, Osmar e Lupi partiram para a casa do governador Orlando Pessuti (PMDB), para comunicá-lo pessoalmente da decisão. A desistência de Pessuti em disputar a reeleição é uma das condições para a formalização da aliança.

Ao governador, caberá a indicação do nome do candidato a vice-governador na chapa que terá, ainda, Gleisi Hoffmann (PT) e Roberto Requião (PMDB) como candidatos ao Senado. Com a confirmação da aliança, PT, PDT e PMDB também deverão estar juntos nas eleições proporcionais, coligados com, até, outros cinco partidos.

“Acabou a angústia. Temos candidato do PDT ao governo do Estado. Osmar e Lupi já comunicaram a todos os prefeitos do PDT de que ele (Osmar) será nosso candidato. Agora não tem volta”, disse o prefeito de Paranaguá, José Baka Filho (PDT).

Na reunião da noite de ontem, o ex-governador Mário Pereira (PDT) também foi confirmado como o coordenador da campanha de Osmar Dias. A novela sobre a candidatura de Osmar Dias é uma das mais longas da política paranaense.

Anunciado como pré-candidato ao governo logo após a derrota para Roberto Requião em 2006, quando perdeu o segundo turno por 10 mil votos, Osmar vinha trabalhando sua candidatura ao lado de seus aliados tradicionais no Estado, PSDB, DEM e PPS, até o fim das eleições municipais de 2008, quando apoiou a reeleição de Beto Richa (PSDB) à prefeitura de Curitiba.

Com a votação histórica alcançada por Beto nas eleições municipais, o PSDB passou a trabalhar a candidatura própria do tucano e Osmar foi buscar novos aliados, passando a ser o candidato preferido do presidente Lula (PT) e da candidata petista à presidência, Dilma Rousseff, no Paraná.

O senador hesitou em trocar de palanque e, ao mesmo tempo em que travava uma difícil negociação com PT e PMDB, estudava uma proposta para ser candidato ao Senado na chapa de Beto.

Quando estava decidido a disputar o governo pela base de Lula e com a aliança pronta para ser fechada, Osmar foi surpreendido com o convite recebido por seu irmão, Álvaro Dias (PSDB), para ser candidato a vice-presidente de José Serra (PSDB) e suspendeu o anúncio da candidatura, alegando que estaria exposto a um enorme constrangimento sendo adversário do próprio irmão e argumentando que o eleitor não entenderia uma disputa em família.

A vinda de Lupi foi fundamental para a decisão do senador. Segundo convencionais pedetistas que participaram da reunião, Lupi explicitou, mais uma vez, que o PDT nacional havia fechado questão no apoio a Dilma, que não autorizaria coligação com o PSDB e que conquistar o governo do Paraná era uma das prioridades do partido, já que Osmar aparece com mais de 30% das intenções de votos em todas as pesquisas registradas este ano na Justiça Eleitoral.

Lupi disse a Osmar que não havia como esperar pela definição do vice de Serra, já que hoje é o último dia para a o fechamento das convenções e vários outros partidos dependiam da decisão do PDT e salientou que não via nenhuma incoerência em Osmar ser candidato ao governo mesmo com Álvaro sendo vice do Serra, uma vez que, frisou, “ninguém vota em vice”. Osmar saiu da reunião com o compromisso de disputar o governo independente do futuro de Alvaro.

fonte: paranaonline

domingo, 27 de junho de 2010

LECI BRANDÃO CANDIDATA!!!

Candidata pelo PCdoB, Leci Brandão diz que já fez música para Marina

Por: Priscila Tieppo



Nome consagrado no samba brasileiro, Leci Brandão aceitou o desafio de candidatar-se a uma cadeira na Assembleia Legislativa de São Paulo. A cantora recebeu o convite do vereador e candidato ao Senado Netinho de Paula para filiar-se ao PCdoB e entrar na política. Aos 66 anos, a carioca, nascida em Madureira, diz querer o cargo de deputada estadual para levantar temas referentes ao preconceito e à justiça social.



Além de elogiar Dilma Rousseff, candidata do PT à presidência, a cantora também disse ser fã de Marina Silva, do PV, e contou que já fez uma música para a ex-senadora.



Confira a entrevista com Leci Brandão na íntegra:

Terra: Por que você decidiu se filiar ao PCdoB e concorrer ao cargo de deputada estadual?
Leci Brandão: Sempre defendi todo tipo de cidadania, sou contra todo tipo de preconceito, sempre tive músicas contra o racismo, pelo MST, pelos índios, contra a fome, participei das Diretas Já, sempre fui engajada. As pessoas falavam o meu nome, achavam que eu tinha capacidade, daí o Netinho de Paula, em uma reunião que nós tivemos na sede estadual, me disse que eu só não tive um mandato, mas sempre fui muito política e que sempre demonstrei preocupação com os problemas da sociedade brasileira menos favorecida. O meu público é o povão e eu resolvi aceitar esse desafio.



Terra: Você tem um histórico de shows em atos políticos.
Leci Brandão: Principalmente os dos partidos de esquerda.



Terra: Você costuma escolher os eventos, se oferece, ou sempre foi convidada?
Leci Brandão: Sempre fui convidada. Eu sempre me ofereço quando são eventos beneficentes. Ao longo da minha carreira eu sempre batalhei ao lado de ações que tem a ver com as causas sociais. É muito difícil alguém me convidar para eventos que não sejam de esquerda, porque eu sempre fui muito transparente. Por causa disso, eu já tive problemas dentro da mídia, de ficar cinco anos sem gravar, de não participar de alguns programas com outros sambistas porque tinham medo de que eu falasse alguma coisa política.



Terra: Teve algum programa que você não participou e que te marcou, por achar injusto?
Leci Brandão: Eu não vou nem citar para não dar problema e nem ficar divulgando esses programas, estes produtores, entendeu? Mas o povo percebe e diz: "você sempre tem tanta coisa a dizer, por que não está lá?". Mas é uma opção do programa.



Terra: Qual é a principal bandeira que você levantará na sua campanha?
Leci Brandão: A minha bandeira é sempre as classes menos favorecidas. Além disso, defendo os direitos humanos, a justiça social, a negritude. Não é à toa que me chamaram para fazer parte do Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial, na gestão da Matilde Ribeiro Secretaria da Igualdade Racial. Aí, continuei, porque o ministro Edson Santos pediu e agora eu vou ter que sair porque vou me candidatar.



Terra: Acha que as mulheres e os negros ainda são muito discriminados na sociedade?
Leci Brandão: A questão do negro é claro que existe, embora exista o discurso hipócrita de que o Brasil tem preconceito social e não racial, mas quem é negro sabe que isso é uma falácia. Existe sim e tem o institucionalizado que é o pior. É difícil ver negros em cargos de direção, como gerentes de banco privado, comandantes nas companhias áreas. Se você observar os negros em destaque são jogadores de futebol ou artistas. Mas eu quero ver os negros médicos, arquitetos. Aí, as pessoas perguntam por que eles não conseguem, eles são burros? Não, não é isso. Para entrar em uma universidade pública, é muito difícil.



Terra: Você é a favor das cotas?
Leci Brandão: Sim, eu acho que as cotas resolveriam o grande problema de inclusão nessas profissões liberais. Raramente você vê negros na medicina, você vê auxiliares de enfermagem, mas médicos não.



Terra: E na política?
Leci Brandão: Na política também tem poucos políticos negros. Porque se você olhar na população brasileira o percentual de negros que tem e a quantidade que têm no Congresso Nacional é pouco. Você não vê na Assembleia Legislativa de São Paulo, que tem 94 deputados.



Terra: Como avalia a candidatura de Netinho de Paula para o Senado? Ele está preparado para o cargo?
Leci Brandão: Sim, até porque ele está fazendo um mandato como vereador que é elogiado por muita gente. Ele é um cara muito interessado, conversa muito com os outros vereadores, para procurar ter mais sabedoria, porque ele é um cara muito inteligente. Ele está fazendo uma política séria, comprometida, está estudando mais, ele está fazendo faculdade inclusive. O Netinho está demonstrando que está dando conta do recado. Ele quer ser senador, é um sonho dele e ele quer provar que pode fazer muita coisa e provar que um cara pobre, negro, pode ser um senador com competência.



Terra: Você acha que os artistas ainda sofrem preconceitos por tentar cargos públicos?
Leci Brandão: O preconceito existe. É o povo que fica sempre com o pé atrás e pergunta: "o que esse artista vai fazer lá?" Eu, graças a Deus, tenho o apoio das pessoas para a minha candidatura, porque eles dizem: "a Leci sempre foi uma militante". Na verdade, o espanto é porque eu vou ser candidata e eu sempre disse que não queria ser.



Terra: Você acredita que a sua posição é diferente dos outros candidatos porque sempre esteve na condição de militante.
Leci Brandão: O povo, pelo menos, vê isso dessa forma. São as pessoas que estão dizendo: "a Leci é uma pessoa séria, a Leci eu conheço e sempre conversou com seu público". Eu sempre falo coisas sérias no meu palco, eu falo mesmo, falo até demais.



Terra: E a classe artística, tem te apoiado?
Leci Brandão: Eu já recebi apoio da Paula Lima, do Reinaldo, do Mano Brown, do Rappin Hood, de vários intérpretes de escolas de samba de São Paulo, do Jorge Aragão, da Zélia Duncan. Bom, essas pessoas já disseram que estão apoiando a candidatura, falaram naturalmente, sem divulgar nada, ficaram sabendo e se manifestaram. Eu não saí propagando isso.



Terra: O PCdoB, que é seu partido, faz parte da base aliada do PT. Como você avalia a candidatura de Dilma Rousseff?
Leci Brandão: Eu acho uma coisa muito importante, primeiro por ser mulher, porque a participação da mulher no Brasil está se valorizando mais. Eu tive o prazer de conhecer a Dilma em uma homenagem que recebi no Senado federal, por meus serviços prestados a sociedade e ela fez um discurso maravilhoso. Eu não sabia que ela sacava a minha história. Mas antes disso, eu já a admirava porque ela é uma mulher que foi presa, foi torturada e sempre lutou, é uma mulher inteligente e é uma pessoa que demonstra um grande conhecimento do País. Eu confio na Dilma, ela é uma pessoa séria. Mas é claro que a mídia que é contra ela, fica ocupando espaço para falar da roupa, do cabelo, que ela é gorda, acho isso muito medíocre, é um horror, é uma coisa preconceituosa, de gente que só quer saber de estética.



Terra: Mas estas críticas são da mídia no geral?
Leci Brandão: É da mídia que é contra o Lula, que é contra a candidatura da Dilma. Existe uma mídia que é forte no Brasil, que tem poder e que não é favorável. O que puder falar vai falar.



Terra: Por outro lado, a Marina Silva também concorre à presidência. Acha que ela está sofrendo o mesmo preconceito que Dilma?
Leci Brandão: De vez em quando falam da Marina, só porque é mulher e fica essa coisa horrorosa. Eu sou fã da Marina e da vida dela, já fiz uma música para ela quando ela foi senadora. Eu acho a Marina demais, porque ela tem uma história linda, ela veio da seringueira. Ela é muito inteligente.



Terra: E Dilma, também vai ganhar uma música?
Leci Brandão: Quem sabe, né? (risos)



Terra: O PT já havia feito algum convite para você se filiar?
Leci Brandão: Nunca ninguém me convidou não, mas sei que eles gostam de mim. O primeiro convite foi do Netinho mesmo.



Terra: Leci, você tem algum plano de governo ou temas que pretende abordar na Assembleia?
Leci Brandão: São necessários projetos para que as pessoas pobres e da periferia possam ter oportunidades, condições de estudar mais, de poder se formar no curso superior, para mudar o quadro no Brasil. Tem a questão cultural, fazer com que a cultura popular tenha mais espaço. A questão da saúde da mulher, da anemia falciforme. E o problema da habitação, porque eu vi que muita gente ficou desabrigada, com doenças, por que fizeram casas onde não podia ser feito. E outra coisa que eu queria falar é sobre a abordagem policial com os jovens negros. A filosofia da segurança pública em São Paulo é extremamente racista. Outros temas importantes são a intolerância religiosa e a homofobia.



Terra: Se você vencer o pleito de outubro, como conciliará a vida artística e a política?
Leci Brandão: Eu sou uma pessoa que faço shows de forma normal, não faço show a toda hora, não sou superstar e nem celebridade. As apresentações são mais aos finais de semana. Vai dar para associar, até porque quero deixar claro que eu não vou encerrar a minha carreira, pois foi a música foi a válvula propulsora para realizar tudo que realizei.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

GUERRILHEIROS DA COMUNICAÇÃO: UNI-VOS!!!

A GUERRILHA DA INFORMAÇÃO


MAIR PENA NETO



O poder da internet, com suas redes sociais, tem se revelado um fenômeno extremamente interessante, que deixa de lado a alienação da informação instantânea e se aproxima da guerrilha semiológica do texto de Umberto Eco no sentido de apropriação de um “instrumento extremamente potente” que interfere na comunicação de massa.

O Brasil, com sua enorme adesão ao uso da internet e às novas tecnologias de informação, está criando situações exemplares de interferência dinâmica na comunicação, com os antigos receptores deixando seu papel passivo para se tornarem produtores ativos de informação.

O tempo real, que transformava a notícia em commodity nas mãos de seus produtores, e mesmo ferramentas como o twitter, que José Saramago ironizou ao comparar seus 140 caracteres como o retorno ao grunhido, ganham nova conotação com a sua apropriação para fins de interferência política em seu sentido mais amplo.

Essa possibilidade de intervenção na realidade, que aconteceu no caso da propaganda dos 45 anos da TV Globo e sua associação (in)direta com a campanha de José Serra e que vem se manifestando numa vigilância permanente do comportamento midiático na atual eleição presidencial, ganhou exposição ainda maior no atual conflito entre a Globo e o técnico da seleção brasileira na Copa do Mundo.

O que era para ter sido um episódio comum, discussão entre técnico e jornalistas, mesmo que com uso de palavrões reprováveis, ganhou outra dimensão, quando a blogosfera identificou na condenação exacerbada da Globo uma vingança da emissora contra Dunga, que vinha eliminando seus privilégios no acesso à seleção.

A origem de toda a controvérsia, por sinal, foi apontada inicialmente na blogosfera. Um dia antes que alguns sites ligados aos meios de comunicação tradicionais dissessem ter identificado a raiz do problema, vários blogs já tinham contado que a Globo tentara conseguir entrevistas coletivas por intermédio do presidente da CBF, Ricardo Teixeira, e que Dunga ignorara memorando que lhe foi entregue neste sentido, chegando a rasgá-lo.

Como o editorial que a Globo fez ser lido em todos os seus veículos foi desmascarado como vingança, Dunga passou a contar com a solidariedade que não teve em nenhum momento de sua trajetória de treinador da seleção. Ninguém saiu em defesa de sua atitude na entrevista coletiva em que murmurou palavras ofensivas contra um jornalista da emissora, mas, sim, foi apontada a campanha orquestrada contra o treinador por causas alheias ao comportamento do time em campo.

A maneira das pessoas externarem sua indignação é imprevisível. A reação começou no twitter com uma mensagem que se tornou recordista no microblog , “cala a boca Tadeu Schmidt”, referência ao jornalista da Globo que primeiro leu a mensagem contra Dunga preparada pela emissora, e se estendeu a um movimento “Dia sem Globo”, que propõe um boicote à transmissão do jogo entre Brasil e Portugal nos canais da rede.

O significado dessa reação é muito revelador no modo de fazer e consumir informação. A mídia está sendo definitivamente mudada. Com as novas tecnologias, ninguém tem mais a exclusividade da opinião. Como escreveu Eco, “a batalha pela sobrevivência do homem como ser responsável na Era da Comunicação não se vence lá de onde a comunicação parte mas lá onde chega.” Parafraseando o escritor e semiólogo italiano, poderíamos dizer que o universo da comunicação tecnológica já está sendo atravessado por guerrilheiros da comunicação com uma dimensão crítica da recepção passiva.

sábado, 19 de junho de 2010

Aumento de salário Prefeito Curitiba.wmv

ABDIAS NASCIMENTO CONCORRE AO NOBEL DA PAZ 2010!!!

Em Debate

Por: PLÍNIO FRAGA

Pouco ousado, Lula não foi até o fim contra racismo

INDICADO AO NOBEL, LÍDER NEGRO FAZ A DEFESA DE MARINA E DIZ QUE DISCURSO DA MISCIGENAÇÃO É UMA COBERTURA MORAL PARA O PRECONCEITO



No dia 8 de outubro, uma comissão escolhida pelo Parlamento norueguês apontará qual dos 237 indicados receberá o Prêmio Nobel da paz deste ano. Entre eles, o militante do movimento negro Abdias Nascimento, 96.


A indicação ao Nobel é o mais novo item no currículo deste pintor, dramaturgo, escritor, poeta e fundador do Teatro Experimental do Negro em 1944.


Ex-senador pelo PDT (suplente, assumiu duas vezes a vaga de Darcy Ribeiro), Abdias não crê que será o escolhido: "Não acredito em vitória porque depende de uma mobilização muito grande de pessoas importantes para sensibilizar aquele povo de Oslo. E eu não tenho isso".


Recém-recuperado de problemas de saúde, ele mantém o bom humor e o apetite: "Como feijoada, mocotó, picanha. Muita pimenta. No almoço e no jantar."


Adbias recebeu a Folha na sede do Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-Brasileiros, fundado por ele.



Folha - O Supremo Tribunal Federal decide sobre a constitucionalidade das cotas raciais. O sr. é a favor das cotas?
Abdias Nascimento - Claro. Já que houve restrições é importante que haja também leis que assegurem valores como ingressar na universidade. Em 1946, na Constituinte, eu já falava dessas coisas, de como criar uma forma de ajudar, auxiliar os descendentes de africanos no Brasil.
É preciso dar apoio material objetivo aos afrodescendentes... A abolição não aboliu as restrições econômicas. Aboliu e daí? O que aconteceu? Não aconteceu nada que favorecesse realmente o descendente africano.

Os críticos defendem cotas sociais ou de renda, que beneficiem não só os negros, mas todos os mais pobres.
Os outros não tiveram esse tipo de entrave. Por que é preciso especificamente esse tipo de reparação? A injustiça em cima dos africanos e descendentes continuou mesmo depois da abolição.
A sociedade brasileira nasceu sob o signo do racismo e continua racista até agora.

Então o Estado deve intervir?
São necessárias leis de apoio bem claras. Não foi na lei que se inscreveu que o negro era escravo? Estava lá escrito. Havia políticos defendendo isso no Parlamento.
Não há nada de mais que sejam escritas nas leis do país uma série de garantias para que os negros possam cursar a faculdade, que o negro possa entrar nesta ou naquela carreira, no serviço público. Dos mais de dez ministros do STF só há um negro. Tinha de ter o mesmo número de negros e brancos. Isto é o que seria a Justiça no país.



Há quem diga que o Brasil é miscigenado, e por isso não faria sentido enxergar divisão racial aqui.
Isto é a cretinice brasileira, a falta de caráter, a sem-vergonhice brasileira. Isso vem de longe. Este discurso é para ajudar o Brasil a continuar racista. A continuar a ter a cobertura moral para o racismo. Eles querem até isto.



O sr. acha que o tema racial deveria ser levado à pauta nas eleições? Por quem?
Quem poderia fazer isso, mas não gosta das coisas não convencionais, é a Marina [Silva (PV)]. Mas ela não vai nada além das coisas que são aceitáveis. Estive com ela no Senado e vi que tem caráter para levantar a discussão. Mas falta alguma coisa.



Ela é melhor candidata na sua opinião?
Sem dúvida nenhuma. Tem qualidades e preparo. É de classe humilde, apesar de ter aprendido a ler muito depois de adulta, tem qualidade. Uma das primeiras solidariedades que tive no Senado foi a dela. Todo mundo sabe das minhas posições em defesa da minha raça. E ela não teve medo em vir me abraçar e se colocar à disposição para a ajuda que ela pudesse dar. Não recebi dos outros nenhum apoio.



Como analisa os dois mandatos do governo Lula?
Teve atos que favoreceram os mais humildes, mas foi uma coisa medrosa, não enfrentando os tabus brasileiros. O Lula, sendo humilde, não se negou a dar as mãos às classes humildes, desprestigiadas. Mas foi pouco ousado no geral. Não chegou ao fim das consequências. Nomeou o [Gilberto] Gil ministro, mas tinha de colocar um lutador, um defensor da causa negra. Não teve coragem de colocar um negro aguerrido na linha de frente.



Obama é criticado por muitos por não fazer um discurso constante de reafirmação de sua cor. Concorda com esse tipo de crítica?
Não. Isso é coisa secundária. A função dele é delicada e ele tem que falar para os dois lados que votaram nele. Tem de falar para toda a nação, composta de gente de várias raças, várias misturas. Está certo. Não precisa estar a todo instante reafirmando sua origem. Está na cara.
Ele falou que o Lula é o cara, mas ele também é o cara. Não precisa ficar lembrando a todo momento que tem estas e estas origens.