sábado, 29 de maio de 2010

A BATALHA DE 2010!!!

Brasil!!!

29 de Maio de 2010
A mídia, os membros do Judiciário e a quimera do golpe improvável
A temperatura da disputa política, agitada com os recentes programas partidários, traz ao primeiro plano uma movimentação que, dependendo dos desdobramentos, pode ser ridícula ou inquietante: a nova direita, tal como a antiga, parece o homem que, acordado, age como se dormisse, transformando em atos os fragmentos de um longo e agitado sonho no qual ele ainda é o principal ator, com poderes para interromper qualquer possibilidade de avanço institucional.

Por Gilson Caroni Filho*, em Carta Maior
O sonho-delírio do bloco neoudenista insiste em não aceitar a disputa democrática, reitera a disposição em deixar irresolvidos conflitos fundamentais, antecipando o fracasso de qualquer debate político. Seu ordenamento legal não se propõe a garantir o mesmo direito a todos, ampliando o Judiciário e racionalizando as leis. Deseja uma democracia que só existe no papel, com instituições meramente ornamentais que dão um tom barroco às estruturas de mando.

Inconformada com a derrota que se anuncia em pesquisas de intenção de voto, a classe dominante se esmera em repetir ações que um dia lograram êxito. Tornam-se cada vez mais frequentes as ações combinadas de articulistas de direita e membros do Judiciário.

Acreditando que a história permite repetições grotescas, multiplicam-se editoriais, artigos, entrevistas com vice-procuradoras e ministros do TSE que acreditam estar criando condições superestruturais para um golpe contra a candidatura de Dilma Rousseff. Se ainda podemos encontrar pouquíssimos comentários políticos de diferentes matizes, é inegável a homogeneidade discursiva dos “especialistas” em jornalismo panfletário. E eles se repetem à exaustão.

No entanto, o erro de cálculo pode ser surpreendente. Confundir desejo com realidade tem um preço alto quando se pensa em estratégia política. Ao contrário de 1964, não faltam às forças do bloco democrático-popular, o único capaz de impedir de retrocessos, organização e direção. Os movimentos sociais, e esse não é um pequeno detalhe, não mais se organizam a partir do Estado, como meros copartícipes de governos fracos e ambíguos. Estruturados no vigor das bases, acumulando massa crítica desde o regime militar, os segmentos organizados contam, hoje, com experiências suficientemente amadurecidas para deslegitimar ações e intenções golpistas junto a expressivos setores da opinião pública.

Rompendo as alternativas colocadas pelas elites patrimonialistas que apoiam José Serra, as forças progressistas dispõem de plataforma política para não permitir que a democracia brasileira venha a submergir no pseudolegalismo que se afigura em redações e tribunais.

Nesse sentido, o que significam as palavras da vice-procuradora da República, Sandra Cureau, afirmando que, devido à quantidade de irregularidades, "a candidatura Dilma Rousseff caminha para ter problema já no registro e, se eleita, já na diplomação”? Nada mais que identidade doutrinário-ideológica com o que há de mais reacionário no espectro político brasileiro. Inexiste no palpite da doutora Sandra um pensamento jurídico que se comprometa com os anseios democráticos da sociedade brasileira.

Nem que fosse por mera hipótese exploratória, seria interessante que o Judiciário se pronunciasse sobre o conteúdo da informação televisiva, em especial a que é produzida pela TV Globo. Quando uma emissora monopolística, operando por meio de concessão pública, editorializa seu noticiário e direciona a cobertura para favorecer o candidato do PSDB, o que podemos vislumbrar? Desrespeito a uma obrigação constitucional? Abuso de poder político e econômico? Ou um exemplar exercício de “liberdade de imprensa”?

São questões candentes quando, antes de qualquer coisa, o custo da judicialização da vida pública partidariza algumas magistraturas. Sem se deixar intimidar com as pressões togadas, a democracia só avança através de pactos que permitam abrir a sociedade às reivindicações e participação social de setores recém-incluídos. A candidatura de Dilma Rousseff expressa essa possibilidade. Do lado oposto, sob pareceres e editoriais que se confundem tanto no estilo quanto no conteúdo, reside a quimera de um golpismo cada vez menos provável.

* Gilson Caroni Filho é professor de Sociologia das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), no Rio de Janeiro, colunista da Carta Maior e colaborador do Jornal do Brasil

segunda-feira, 24 de maio de 2010

CRESCIMENTO ECONOMICO EM MARÇO/2010!!!

Economia cresce 9,3%. Que horror ! O que o Lula vai pendurar no pescoço do Serra ?

* Publicado em 24/05/2010



O Conversa Afiada reproduz release da Serasa Experian:

Indicador Serasa Experian de Atividade Econômica (PIB Mensal) – Março/2010

Economia cresceu 9,3% em março, a maior taxa desde abril de 1995, revela indicador Serasa Experian

Indústria liderou o crescimento no primeiro trimestre de 2010

São Paulo, 24 de maio de 2010 – A economia brasileira acelerou ainda mais o seu ritmo de crescimento ao final do primeiro trimestre de 2010. Segundo o Indicador Serasa Experian de Atividade Econômica (PIB Mensal), o crescimento verificado em março foi de 9,3% em relação ao mesmo mês do ano passado, resultando na maior taxa anual de expansão da atividade econômica desde abril de 1995, quando a taxa anual de crescimento atingiu 10,4%. Vale lembrar que nos meses iniciais de 1995, a economia brasileira vivia um período de superaquecimento tendo em vista os ganhos reais de renda auferidos pelo consumidor com o fim do processo hiperinflacionário e com o cambio valorizado.

Desconsiderando-se os fatores sazonais, o crescimento mensal observado em março de 2010 foi de 1,8% em relação a fevereiro/2010. Com isto, a variação do PIB trimestral (estimado) encerrado em março deste ano foi de 2,8% em relação ao trimestre anterior (out/nov/dez de 2009), sinalizando que a economia brasileira cresceu num ritmo anualizado de 11,7% no primeiro trimestre de 2010. De acordo com a análise dos economistas da Serasa Experian, tal ritmo deverá reduzir a partir do segundo trimestre de 2010, por causa da retirada dos estímulos fiscais à aquisição de veículos e outros bens duráveis, pelos cortes orçamentários anunciados pelo Governo Federal e pelos efeitos contracionistas da política de aperto monetário posta em prática pelo Banco Central.

Sob a ótica da demanda agregada, a alta de 9,3% na atividade econômica, considerando a sua comparação anual, foi determinada pelos crescimentos de 27,8% nos investimentos produtivos (formação bruta de capital fixo) e de 11,0% no consumo das famílias. Também as exportações, com avanço anual de 18,5% em março de 2010, contribuíram para este resultado positivo. Na direção contrária, as importações, com elevação anual de 47,2%, contribuíram para reduzir a taxa anual de crescimento da atividade econômica em março.

Do ponto de vista da oferta agregada, o setor industrial foi o grande responsável pelo avanço de 9,3% na atividade econômica em março: crescimento de 17,7% frente a março de 2009. O setor de serviços apresentou uma alta mais modesta, de 7,0% frente a março do ano passado. Por sua vez, o setor agropecuário exibiu crescimento anual de 7,7% em março de 2010, a segunda taxa anual positiva consecutiva após treze meses seguidos de taxas anuais negativas.

No acumulado do primeiro trimestre de 2010 o crescimento anual do Indicador Serasa Experian de Atividade Econômica (PIB Mensal) foi de 8,2%, puxado pelo avanço de 14,6% do setor industrial, seguido pela alta de 6,0% no setor de serviços e de 4,2% na agropecuária. Por fim, nos doze meses encerrados em março de 2010, o crescimento econômico atingiu 2,3%, resultado ainda prejudicado pelo período recessivo do início de 2009.

Metodologia do Indicador Serasa Experian de Atividade Econômica (PIB Mensal)

Na construção do Indicador Serasa Experian de Atividade Econômica (PIB Mensal) são utilizadas técnicas estatísticas de desagregação temporal com indicadores (Chow-Lin, Fernandez, Litterman e Santos Silva-Cardoso). Cada subcomponente do PIB Trimestral, sem ajuste sazonal, oriundo do Sistema de Contas Nacionais Trimestrais do IBGE foi desagregado, por cada uma das técnicas supramencionadas, utilizando-se séries de alta freqüência (mensais) altamente correlacionadas com a série a ser desagregada. Considerou-se como estimativa final de cada série mensal associada a cada um dos subcomponentes do PIB Trimestral a média aritmética simples dos valores mensais obtidos por cada um das técnicas distintas de desagregação temporal.

As séries mensais finais dos subcomponentes foram utilizadas como indicadores para a obtenção das séries dos níveis hierárquicos imediatamente superiores, sempre considerando como estimativas finais, em cada etapa, as médias aritméticas dos valores obtidos pelas quatro técnicas de desagregação temporal. Tal procedimento foi conduzido até chegar-se à última desagregação temporal, ou seja, do PIB Trimestral Consolidado sendo que, para tanto, consideramos como indicadores mensais, as séries desagregadas dos componentes da oferta agregada.

Para a obtenção das estimativas mensais das séries do PIB Trimestral com ajuste sazonal, cada componente mensal desagregado nos procedimentos anteriores (sem ajuste sazonal) foram ajustados sazonalmente utilizando-se TRAMO/SEATS constituindo-se, assim, os indicadores mensais a serem utilizados nas técnicas de desagregação temporal das séries, com ajuste sazonal, do PIB Trimestral.

Para maiores detalhes sobre a metodologia acesse o link.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

A BANDA LARGA DEVE SER SERVIÇO PUBLICO!!!

Entidades civis defendem banda larga como serviço público .


segunda-feira, 10 de maio de 2010, 17h36



Dezenas de entidades civis manifestaram-se em favor do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), lançado na semana passada pelo governo federal. O posicionamento foi encaminhado por meio de carta à Casa Civil, subscrita por 34 entidades que representam os mais diversos segmentos da sociedade civil. Mas, apesar de o PNBL ser visto como um primeiro passo positivo em direção à massificação da banda larga, os signatários da carta defendem movimentos mais fortes do governo. Em especial, o estabelecimento da oferta de Internet em alta velocidade como um serviço prestado em regime público.

"As organizações da sociedade civil abaixo-assinadas saúdam a iniciativa e reconhecem as medidas ali contidas, inclusive o fortalecimento da Telebrás, como um passo importante - ainda que não suficiente - para a democratização do acesso", afirmam os representantes das entidades na carta ao governo. "Entendemos que qualquer política pública para banda larga deve estar baseada na garantia da universalização, da qualidade e da continuidade do serviço, promovendo a acessibilidade econômica a partir do reconhecimento das desigualdades sociais, de gênero e étnico-raciais do país."

As entidades listaram 12 princípios que o governo deve seguir, caso pretenda de fato promover a inclusão digital dos brasileiros. O primeiro item é não só classificar a banda larga como um serviço público, mas também assegurar que o acesso seja um "direito fundamental" do brasileiro. As entidades apoiam que empresas públicas participem da oferta do serviço, com as empresas privadas. Também argumentam que é necessária a oferta do serviço em "condições acessíveis" à população.

A necessidade de que a rede de oferta de dados seja tarifada e fiscalizada é outro item de destaque na carta. Para as entidades, este é o meio para que não haja discriminação de tarifas entre usuários e pode permitir "a gratuidade do serviço sempre que necessário". Elas apóiam o estabelecimento de instrumentos que promovam a concorrência e a necessidade de políticas públicas que integrem União, estados e municípios. O estímulo à inovação e à participação da sociedade na construção das políticas também é ressaltado pelas entidades. Conheça as 12 diretrizes sugeridas pelas entidades civis:

1. Considerar o acesso à internet banda larga como um direito fundamental e um serviço público, a ser garantido pelo Estado e prestado em regime público, por empresas e entidades públicas e privadas;

2. Garantir a universalização do acesso residencial à banda larga, na perspectiva de efetivar o direito à comunicação, com a oferta do serviço em condições acessíveis para o conjunto da população;

3. Estabelecer controle sobre as tarifas de modo a tornar viável o acesso a toda população, garantindo a gratuidade do serviço sempre que necessário e a não discriminação de tarifas entre os usuários;

4. Promover a concorrência efetiva entre operadoras na prestação de serviços, inclusive por meio do provimento direto por empresas públicas e da parceria destas com pequenos provedores, garantindo acesso não discriminatório e competitivo à infraestrutura das operadoras;

5. Definir políticas integradas entre União, estados e municípios de modo a otimizar o uso da infraestrutura física e lógica e viabilizar a ampliação da oferta pública de banda larga com o uso de diferentes tecnologias, inclusive por meio da reserva de espaço eletromagnético livre de licenças para aplicações comunitárias;

6. Proporcionar espaços de acesso público e comunitário gratuito e sem restrições quanto ao tipo de uso, inclusive por meio do fomento a redes abertas;

7. Determinar parâmetros obrigatórios de continuidade e qualidade do serviço, em especial em relação à velocidade de acesso e ao dever de informação ao consumidor;

8. Proteger o direito à liberdade de expressão, à privacidade, à proteção de dados pessoais, à neutralidade de rede de todos os usuários e usuárias e à acessibilidade de pessoas com deficiência;

9. Estimular o uso da rede para produção, compartilhamento e distribuição de conteúdo informativo e cultural, visando à democratização da comunicação e da cultura;

10. Implementar políticas públicas de promoção da cultura digital e estímulo ao uso da rede para fins educacionais, científicos e culturais;

11. Fortalecer instrumentos de regulação e fiscalização por parte do poder público, com ampliação da participação social, garantia de independência em relação aos agentes de mercado e capacidade de atuação rápida e eficaz;

12. Promover a inovação com base em uma política de fomento à pesquisa e ao desenvolvimento de tecnologia nacional para hardwares e softwares livres.


Dezenas de entidades civis manifestaram-se em favor do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), lançado na semana passada pelo governo federal. O posicionamento foi encaminhado por meio de carta à Casa Civil, subscrita por 34 entidades que representam os mais diversos segmentos da sociedade civil. Mas, apesar de o PNBL ser visto como um primeiro passo positivo em direção à massificação da banda larga, os signatários da carta defendem movimentos mais fortes do governo. Em especial, o estabelecimento da oferta de Internet em alta velocidade como um serviço prestado em regime público.

"As organizações da sociedade civil abaixo-assinadas saúdam a iniciativa e reconhecem as medidas ali contidas, inclusive o fortalecimento da Telebrás, como um passo importante - ainda que não suficiente - para a democratização do acesso", afirmam os representantes das entidades na carta ao governo. "Entendemos que qualquer política pública para banda larga deve estar baseada na garantia da universalização, da qualidade e da continuidade do serviço, promovendo a acessibilidade econômica a partir do reconhecimento das desigualdades sociais, de gênero e étnico-raciais do país."

As entidades listaram 12 princípios que o governo deve seguir, caso pretenda de fato promover a inclusão digital dos brasileiros. O primeiro item é não só classificar a banda larga como um serviço público, mas também assegurar que o acesso seja um "direito fundamental" do brasileiro. As entidades apoiam que empresas públicas participem da oferta do serviço, com as empresas privadas. Também argumentam que é necessária a oferta do serviço em "condições acessíveis" à população.

A necessidade de que a rede de oferta de dados seja tarifada e fiscalizada é outro item de destaque na carta. Para as entidades, este é o meio para que não haja discriminação de tarifas entre usuários e pode permitir "a gratuidade do serviço sempre que necessário". Elas apóiam o estabelecimento de instrumentos que promovam a concorrência e a necessidade de políticas públicas que integrem União, estados e municípios. O estímulo à inovação e à participação da sociedade na construção das políticas também é ressaltado pelas entidades.

Conheça as 12diretrizes sugeridas pelas entidades civis:

1. Considerar o acesso à internet banda larga como um direito fundamental e um serviço público, a ser garantido pelo Estado e prestado em regime público, por empresas e entidades públicas e privadas;

2. Garantir a universalização do acesso residencial à banda larga, na perspectiva de efetivar o direito à comunicação, com a oferta do serviço em condições acessíveis para o conjunto da população;

3. Estabelecer controle sobre as tarifas de modo a tornar viável o acesso a toda população, garantindo a gratuidade do serviço sempre que necessário e a não discriminação de tarifas entre os usuários;

4. Promover a concorrência efetiva entre operadoras na prestação de serviços, inclusive por meio do provimento direto por empresas públicas e da parceria destas com pequenos provedores, garantindo acesso não discriminatório e competitivo à infraestrutura das operadoras;

5. Definir políticas integradas entre União, estados e municípios de modo a otimizar o uso da infraestrutura física e lógica e viabilizar a ampliação da oferta pública de banda larga com o uso de diferentes tecnologias, inclusive por meio da reserva de espaço eletromagnético livre de licenças para aplicações comunitárias;

6. Proporcionar espaços de acesso público e comunitário gratuito e sem restrições quanto ao tipo de uso, inclusive por meio do fomento a redes abertas;

7. Determinar parâmetros obrigatórios de continuidade e qualidade do serviço, em especial em relação à velocidade de acesso e ao dever de informação ao consumidor;

8. Proteger o direito à liberdade de expressão, à privacidade, à proteção de dados pessoais, à neutralidade de rede de todos os usuários e usuárias e à acessibilidade de pessoas com deficiência;

9. Estimular o uso da rede para produção, compartilhamento e distribuição de conteúdo informativo e cultural, visando à democratização da comunicação e da cultura;

10. Implementar políticas públicas de promoção da cultura digital e estímulo ao uso da rede para fins educacionais, científicos e culturais;

11. Fortalecer instrumentos de regulação e fiscalização por parte do poder público, com ampliação da participação social, garantia de independência em relação aos agentes de mercado e capacidade de atuação rápida e eficaz;

12. Promover a inovação com base em uma política de fomento à pesquisa e ao desenvolvimento de tecnologia nacional para hardwares e softwares livres.



--
Movimento Rio Pró-Confecom ( Conferência Nacional de Comunicação )

terça-feira, 18 de maio de 2010

SOBRE A PESQUISA E OS RUMOS DA CAMPANHA!!!

Por que Serra agora perde nas pesquisas
Os números dos institutos Vox Populi (divulgados na noite de sábado, 13) e Sensus (desta segunda-feira, 17), deram pela primeira vez a candidata de Lula, Dilma Rousseff, à frente do oposicionista José Serra – embora dentro da margem de erro. No QG da comunicação de Dilma, há hoje um contido entusiasmo, mas não é com a virada nas pesquisas. É com o discurso defensivo de Serra.

Por Bernardo Joffily

Pesquisas vêm e vão. As últimas trazem como novidade a pontuação de Dilma superior à de Serra (35,7% contra 33,2% no Sensus, 38% a 35% no Vox Populi). Foi uma mudança esperada, pois desde o ano passado a trajetória da ex-ministra da Casa Civil é ascendente. Se houve surpresa foi a ultrapassagem acontecer em maio, quando era esperada para o início oficial da campanha, em julho.

Até o insuspeito jornalista Ricardo Noblat pôs no ar, em seu bem visitado blog no site da Globo, uma enquete perguntando "quando Dilma ultrapassará Serra nas pesquisas". As opções eram "até meados de junho (7.04% das respostas)"; "depois do fim da Copa do Mundo (2.90%)"; "quando Lula começar a pedir votos para ela na TV a partir de agosto (12.27%); "não ultrapassará Serra (76.63%)"; e "não sei (1.17%)". Tanto as respostas como as alternativas escolhidas apostaram em um ritmo mais lento.

"Serrinha Paz e Amor"

Porém é outro fator que entusiasma os comunicadores de Dilma. O entusiasmo, só percebido nas entrelinhas, por temor do salto alto, vem da percepção de que o presidenciável do PSDB-DEM-PPS, José Serra, está metendo os pés pelas mãos, sem encontrar um discurso que lhe permita ser o candidato da mudança em uma disputa onde o eleitor quer a continuidade. Os números ds pesquisas, nessa interpretação, são apenas uma consequência.

Desde o discurso em que oficializou sua pré-candidatura, em 10 de abril, Serra escolheu um caminho esquisito. Só tem elogios para o atual governo e o presidente Lula, que considera "acima do bem e do mal" e "um fenômeno".

O discurso soa falso

No QG de Dilma, que acompanha a disputa com pesquisas qualitativas, acredita-se que essa linha vai dar errado. Onde já se viu um candidato da oposição que só fala bem do governo?

O discurso soa falso. Não combina com a trajetória do PSDB-DEM-PPS nestes quase oito anos. Colide também com o histórico do próprio Serra, que enfrentou Lula em 2002 sob a bandeira do medo (simbolizada pelo "Eu tenho medo" da atriz Regina Duarte no programa eleitoral do tucano). O comando do marketing de Dilma avalia que a insinceridade não resistirá a uns poucos depoimentos de Lula no horário eleitoral de TV.

A falsidade dessa premissa desmonta a segunda parte do discurso de Serra, sobre seu suposto maior preparo e competência. Haveria muito a questionar sobre esses predicados autoatribuidos, vindos de quem fez um governo em São Paulo marcado pela mediocridade, as enchentes, os desmoronamentos nas obras do Metrô e do Rodoanel. Mas o seu ponto mais fraco é o ponto de partida: tentar apagar a fronteira entre governo e oposição.

Munição pesada para o plano B

É possível que essa linha de conduta da oposição tenha vida curta. Correm boatos de que a mídia dominante, em especial, está acumulando munição pesada, repugnante mesmo, para desovar na fase aguda da campanha eleitoral.

O publicitário que vai pilotar o programa de TV de Dilma, João Santana, conhece de perto essa alternativa. Ela é, com pequenas variantes, a preferida das forças de direita desalojadas dos governos da maior parte da América Latina. Santana a enfrentou pessoalmente, meses atrás, quando atuou na campanha presidencial em El Salvador. As acusações ao seu candidato, Mauricio Funes (da Frente Farabundo Martí) eram de "terrorista" e "amigo de Hugo Chávez" para baixo. Santana revidou com uma versão em ritmo de salsa do Samba de Martinho da Vila, A vida vai melhorar. Os salvadorenhos votaram na vida melhor e Funes foi eleito em 15 de março.

Gaguejando para o eleitor

Seja com o atual discurso do "Serrinha Paz e Amor", quase ex-oposicionista, ou com um plano B baseado na truculência, a sucessão de Lula será uma disputa dura e de resultado em aberto. Em aberto porque as classes dominantes são Serra, apesar de todo o dinheiro que ganharam no governo Lula (uma interessante enquete do jornal Valor junto a grandes empresários e executivos, em abril, deu Serra 78%, Dilma 9% e Marina 6%; clique aqui para ver mais), a mídia dominante é Serra roxa e a estrutura de poder em geral – que nem de longe se limita ao aparelho de governo – favorece a volta por cima dos que sempre mandaram no país.

Visto isto, é Serra que está hoje na defensiva, nem tanto por ter sido suplantado nas duas últimas pesquisas, mas principalmente porque está gaguejando para o eleitor. Em qualquer eleição isso é um grave defeito. Mais ainda em uma como a de 3 de outubro, que se anuncia plebiscitária e bipolarizada.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

DO BLOG: http://www.tijolaco.com/

domingo, 16 maio, 2010 às 16:19

A manchete da Folha de hoje é de doer. É mais uma daquelas matérias em que se manda o repórter ir a campo não para ver uma realidade, mas ratificar uma afirmação que já saiu concebida da mesa da chefia. O tema, hoje, é aquela velha história de que, recebendo o Bolsa-Família, o “povinho vagabundo” se acomoda e não quer trabalhar. É evidente que, em um caso ou outro isso pode acontecer, como acontece com os herdeiros de gente rica que não querem nada com o batente.

Num trabalho “científico” e aprofundado, o jornal chega a esta conclusão ouvindo dois trabalhadores e um cafeicultor. A antiga fazenda de café, que está acabando por falta de gente que queira trabalhar, fica-se sabendo, está se acabando por “falta de quem queira trabalhar” com carteira assinada. É preciso ir té o finzinho da segunda parte da matéria para saber que “a dificuldade na contratação de mão-de-obra não é o único motivo para o abandono da produção de café” e que o dono da fazenda diz que, na comparação com outros produtos “o café vem tendo valorização baixa nos últimos anos”.

Mais curioso ainda é que o jornal atribui parte do problema à fiscalização do Ministério do Trabalho, que se intensificou e que pune o trabalho em condições irregulares. Fica, sem ser dita, a impressão de que “uma afrouxadinha” do Ministério ajudaria bastante. Curioso, entretanto, é que a mesma matéria, lá no finzinho, também, diz que a fiscalização rendeu à Bahia quase 30% do total de carteiras assinadas em todo o país e o maior número absoluto de admissões formais em todo o Brasil.

Muito, não é, para um povinho que não quer trabalhar de carteira.

O Ministério do Desenvolvimento, questionado, disse que precisava se informar do problema específico da localidade de Brejões e foi ignorado: segundo o jornal, o MDS “não se posiciona”. Cita-se, en passant, um estudo da ONU, que “derrubaria” a tese de que o Bolsa-Família gera recusa ao trabalho formal, mas que admitiria que o fenômeno é “estatisticamente relevante”.

O estudo está disponível aqui, em inglês. E parte de suas conclusões está em português, no site do Programa de Desenvolvimento da ONU, em português:

“O levantamento derruba a tese de que o Bolsa Família estimule as pessoas a pararem de trabalhar. O impacto na participação no mercado “não é significativo nem para homens nem para mulheres”. A probabilidade de quem recebe os recursos governamentais estar ocupado é maior — 1,7% a mais para homens, 2,5% para mulheres —do que entre pessoas da mesma faixa de renda que não participam do programa. Uma das explicações para isso é que o benefício está atrelado à necessidade de as crianças frequentarem a escola. Sem terem de ficar em casa para cuidar dos filhos, as mulheres disporiam de mais tempo para se dedicar a uma atividade remunerada.

Outro trabalho do PNUD, da autoria de três pesquisadores brasileiros do Centro Internacional da Pobreza, outra entidade multinacional diz que “no grupo dos 10% mais pobres do Brasil, a porcentagem de pessoas que trabalhavam ou procuravam trabalho era de 73% entre os que recebiam o Bolsa Família e de 67% entre os que não recebiam. Na parcela dos 10% a 20% mais pobres, 74% dos beneficiários pelo programa de renda eram economicamente ativos, contra 68% entre os não-beneficiados. No grupo seguinte (20% a 30% mais pobres), a taxa era de 76% para atendidos e de 71% para não-atendidos.”

Aliás, os pesquisadores vão direto ao ponto: “A noção de que programas de transferência são um desincentivo ao trabalho é mais baseada em preconceito do que em evidências empíricas”.

Traduzindo, no mito do brasileiro preguiçoso.

Monteiro Lobato, que começou sua carreira literário com o Jeca Tatu, indolente, preguiçoso, desdenhoso para com o trabalho, mostrou que, de olhos e coração aberto os homens de bem são capazes de entender que a maioria dos pobres não é pobre porque quer. E terminou sua vida escrevendo o contraponto do Jeca, o Zé Brasil – um folhetim ilustrado por Portinari, como vai este post, e que diz lá, em carto trecho:

A gente da cidade – como são cegas as gentes das cidades!… Esses doutores, esses escrevedores nos jornais, esses deputados, paravam ali e era só crítica: vadio, indolente, sem ambição, imprestável … não havia o que não dissessem do Zé Brasil. Mas ninguém punha atenção nas doenças que derreavam aquele pobre homem – opilação, sezões, quanta verminose há, malária. E cadê doutor? Cadê remédio? Cadê jeito? O jeito era sempre o mesmo: sofrer sem um gemido e ir trabalhando doente mesmo, até não agüentar mais e cair como cavalo que afrouxa. E morrer na velha esteira – e feliz se houver por ali alguma rede em que o corpo vá para o cemitério, senão vai amarrado com cipó.
Mas você morre, Zé, e sua alma vai para o céu, disse um dia o padre – e Zé duvidou.
Está aí uma coisa que só vendo! Minha idéia é que nem deixam minha alma entrar no céu. Tocam ela de lá, como aqui na vida o coronel Tatuíra já me tocou das terras dele.

Quem sabe Lobato tem piedade das alminhas miúdas metidas em empregos fartos, de escrevedores de jornal e de deputados”, que depois de um século quase não conseguiram ver o que ele viu em poucos anos.

domingo, 16 de maio de 2010

CARLOS VEREZA??? OU PEÇA DE CAMPNHA DA CHAPA: serra/arruda!!!

2010 Cristais Quebrados – Carlos Vereza


Esse email que recebi dia 10.03.2010 é bem interessante, o texto introdutório da mensagem em letras maiúsculas, para deixar bem claro o desespero e “indignação” da pessoa que encaminhou o email aos amigos. O tom é bastante agressivo mas não vou perder tempo com ele, vou me ater ao texto principal. Minhas observações se encontram logo abaixo de cada paragrafo em italico bold na cor verde, para facilitar a identificação dos meus comentários.

NÃO PODEMOS PERMITIR O AVANÇO DA IMORALIDADE, DA CANALHICE QUE A CORJA DO GOVERNO QUER NOS IMPOR. VAMOS DAR UM BASTA NISTO…VAI DEPENDER ÚNICA E EXCLUSIVAMENTE DE TODOS NÓS. SOU CONTRA QUALQUER TIPO DE E-MAIL FALANDO SOBRE POLÍTICA, MAS DESTA VEZ É DIFERENTE; EU NÃO POSSO E NÃO DEVEMOS FICAR DE BRAÇOS CRUZADOS! ESTÁ HAVENDO UM RETROCESSO MUITO PERIGOSO, O QUE AFETARÁ MUITO AS NOSSAS VIDAS. POR ISTO PENSEM MUITO ANTES DE VOTAR.

ABRAÇOS!!!

OTÁVIO

2010: Cristais quebrados

*Carlos Vereza, ator
Já identifica o autor do texto. Sei que Carlos Vereza é um crítico contumaz do governo Lula, mas será que o ator global se sujeitaria a manchar sua biografia lançando mentiras tão descabidas na internet sem nenhuma prova?

Não é necessário ser profeta para revelar antecipadamente o que será o ano eleitoral de 2010.
Aqui sou obrigada a concordar.
Ou existe alguém com tamanha ingenuidade para acreditar que o “fascismo galopante” que aparelhou o estado brasileiro, vá, pacificamente, entregar a um outro presidente, que não seja do esquema lulista, os cargos, as benesses, os fundos de pensão, o nepotismo, enfim, a mais deslavada corrupção jamais vista no Brasil?
Prefiro deixar as falácias de lado, cada um tem direito a pensar o que quiser sobre esse ou àquele governo. Mas convenhamos, "a mais deslavada corrupção jamais vista no Brasil”. Aonde o autor desse texto viveu nos últimos 70 anos? Nenhum outro governo investiu tanto na Polícia Federal, os agentes ganham mais, fazem cursos de atualização e especialização, estão sendo equipados com armas e tecnologia de ponta para cumprir seu papel de investigar e prender. Sem contar a autonomia que a PF tem hoje, pois ai do governo Lula se fosse ao contrário, estaria estampado na capa da Veja no dia seguinte, ou alguém dúvida disso? O problema que eu tenho visto é que a PF prende e o judiciário solta, um dos casos mais famosos é o do banqueiro Daniel Dantas, só para dar um exemplo.
Lula, já declarou, que (sic) “2010 vai pegar fogo!”. Entenda-se por mais esta delicadeza gramatical, golpes abaixo da cintura: Dossiês falsos, PCC “em rebelião”, MST convulsionando o país… Que a lei de Godwin me perdoe – mas assistiremos em versão tupiniquim, a Kristallnacht, A Noite dos Cristais que marcou em 1938 o início do nazismo na Alemanha.
Sim, Lula declarou, eu declarei e o autor também declarou a mesma coisa no inicio do texto, o rapaz é repetitivo e nada original. Sempre as batidas observações sobre a escolaridade do presidente, o graduado autor considera-se um gênio com certeza, por isso perde tempo escrevendo mentiras enquanto o Lula e sua equipe fazem o Brasil nadar de braçada na hecatombe econômica que abateu o mundo em 2009. Dossiês falsos, sim, os aloprados do PT, entendo, é aquela coisa, tem que investigar quem fez o dossiê, mas nunca o conteúdo, sei, sei… O PCC cresceu, se instalou nos presídios e mostrou seu poder no período em que o governo do estado estava (e está) nas mãos do PSDB. sempre é mais fácil culpar o presidente do que enfrentar os bandidos do PCC. A referência à Noite dos Cristais da Alemanha nazista é tão ingênua que dispensa comentários.

E as vítimas serão todos os democratas, os meios de comunicação não cooptados (verificar mais uma tentativa de cercear a liberdade de expressão no país: em texto aprovado pelo diretório nacional do PT, é proposto o controle público dos meios de comunicação e mecanismos de sanção à imprensa). Tudo isso para a perpetuação no poder de um partido que traiu um discurso de ética e moralidade ao longo de mais de 25 anos e, gradativamente, impõe ao país um assustador viés autoritário. Não se surpreendam: Há todo um lobby nacional e internacional visando a manutenção de Lula no poder.
Quem seriam as vítimas democratas ao qual o autor se refere? Seriam os DEMocratas do Arruda? FHC e a turma de Higienópolis? Jabor e Mainardi? A elite paulista? “Meios de comunicação não cooptados? Essa última força muito a barra. Não há sequer um grande veículo de comunicação desse país que esteja do lado de Lula, nenhum, portanto, quem está cooptando quem? Se for cooptado pela direita que o Serra representa, aí pode? uhum… Lula já disse centenas de vezes que não quer se manter no poder. Se a palavra dele não basta para o autor, não há muito o que fazer, quem sabe, se o presidente desenhar sua afirmação ajude o rapaz (suponho que seja um homem o autor do texto) a compreender a negativa.
Prêmios, como por exemplo, o Chatham House, em Londres, que contou com “patrocínios” de estatais como Petrobrás, BNDES e Banco do Brasil, sem, até agora, uma explicação convincente por parte dos “patrocinadores”; matérias em revistas estrangeiras, enaltecendo o “mantenedor da estabilidade na América do Sul”. Ou seja: a montagem virtual de um grande estadista.
Aí é recalque. Aonde já se viu, um iletrado, um apedeuta como o Lula ganhar prêmios? Estariam os gringos loucos, cegos? Que eu saiba, o Chatham House não recebeu patrocínio apenas da Petrobrás, recebeu também de quase uma centena de outras empresas. Porque não citam os outros prêmios que Lula ganhou durante seu mandato? Eu sei porquê, porque ainda não engoliram o fato de termos um operário no poder, operário esse que está levando o Brasil a condição de potência. Talvez o autor seja saudoso da época que nossos diplomatas precisavam tirar os sapatos para entrar em solo americano.

Na verdade, Lula, é o übermensch (SUPERHOMEM) dos especuladores que lucram como “nunca na história deste país”.
Essa é a melhor, se o Lula fizesse como o Cháves e enquadrasse os grandes empresários, seria um ditador, agora como eles continuam lucrando e muito, é o vendido. Nas palavras do autor, qualquer coisa que o governo fizer estará errado e ponto. Ah, e detalhe, é a primeira vez que especuladores ganham rios de dinheiro nesse país, uhum… sei…
Sendo assim, quem, em perfeito juízo, pode supor que este ególatra passará, democraticamente, a faixa presidencial para, por exemplo, José Serra , ou mesmo Aécio Neves?
Hahaha, aqui ele se denuncia, é eleitor do Serra ou quem sabe do Aécio, não custa sonhar. O voto é livre, óbvio, mas caluniar os outros para favorecer Serra é golpe muito baixo.
Pelo que já vimos de “inaugurações” de obras que sequer foram iniciadas, de desrespeito às leis eleitorais, do boicote às CPI, como o da Petrobrás, do MST e tantos outros “deslizes”, temos o suficiente para imaginar o que será a “disputa” eleitoral em 2010.
Quais as obras do governo Lula que foram inauguradas sem estarem finalizadas, por favor me aponte. Não é o Lula que anda inaugurando maquete por aí que eu saiba. A Petrobrás, sempre a Petrobras, enquanto não a venderem não vão sossegar, estão loucos para botar a mão no ouro negro, mesmo que isso signifique prejudicar toda a população brasileira e beneficiar apenas meia dúzia de já bilionários amigos da turma de Higienópolis. E sim, precisam criminalizar os movimentos sociais, aonde já se viu pobre ter porta voz, não pode.
E tem mais, o PT está comprando com o nosso dinheiro, Políticos, Intelectuais, juízes, Militares, o povo humilde com bolsa esmola e formando milícias com o MST, PCC, Sindicatos, ONGS, Traficantes e outros, que recebem milhões e milhões de reais, para apoiar o PT e as falcatruas do Governo lula.
Critica os especuladores de um lado mas não dã nenhum pio quando bilhões e bilhões são investidos para salvar bancos privados. Agora dar comida a quem tem fome, não pode, “vão trabalhar bando de vagabundos” ! Nunca deram o peixe, não ensinam a pescar e ainda criticam quem o faz.
Não podemos nem pensar em colocar como Presidente do Brasil, uma mulher Terrorista, que passou a vida assaltando bancos, matando pessoas inocentes, arrombando casas, roubando e matando as pessoas. Só uma pessoa internada num manicômio, seria capaz de votar numa BANDIDA para presidente de um País.
Estão tentando colar na testa da Dilma a tarja de terrorista, Dilma lutou, inclusive foi vítima de tortura, pela democratização desse país. Ela matou alguém? Quem são as vítimas? Quais seus nomes? Ela assaltou bancos? As provas, aonde estão as provas? Não há nomes nem provas, não há nada contra Dilma, apenas palavras torpes para denegrir aquela que já empatou com o Serra nas pesquisas de intenção de voto. Por último o autor do texto desqualifica e ofende quem pensa diferente dele e em sua prepotência, torpeza e mesquinhez, conclama todos a não votar na “bandida”.
É essa a oposição brasileira, medíocre, mentirosa, arrogante e classista.
http://cartasadilma.wordpress.com/2010/04/14/2010-cristais-quebrados-carlos-vereza/

sexta-feira, 14 de maio de 2010

CENTRO DE MÍDIA BARÃO DE ITARARÉ!!!

Jornalistas e lideranças lançam o Centro "Barão de Itararé"


Chegou o dia. Na noite desta sexta-feira (14), jornalistas independentes e lideranças sociais fundam, em São Paulo, o Centro de Estudos da Mídia Alternativa “Barão de Itararé”. O coquetel de lançamento, marcado para as 21 horas, ocorre no auditório do Sindicato dos Engenheiros de São Paulo.

Por André Cintra
Antes, às 19 horas, ocorre a primeira ação da nova entidade. O debate “A cobertura jornalística da sucessão presidencial” — com os jornalistas Altamiro Borges (Vermelho), Leandro Fortes (CartaCapital), Maria Inês Nassif (Valor Econômico) e Paulo Henrique Amorim (TV Record e Conserva Afiada) — abre o seminário “A Mídia e as Eleições de 2010”.

“A entidade surge a partir de uma demanda real, que é a luta pela democratização dos meios de comunicação no Brasil. Tem a ver com este momento em que a grande mídia vai assumindo um papel cada vez mais partidarizado, mais ideologizado, golpista. Como contraponto, cresce o movimento para estimular a diversidade e a pluralidade informativa no Brasil”, afirma Altamiro Borges, o Miro, idealizador e presidente do Centro de Estudos.

A homenagem a Barão de Itararé, pseudônimo do jornalista gaúcho Apparício Fernando de Brinkerhoff Torelly, resgata as origens da imprensa alternativa brasileira — e um jornalista sarcástico, mas sempre ético. “Antes do Barão, já havia imprensa sindical, anarquista, partidária. Mas é ele que vislumbra e inicia um jornal progressista de circulação nacional, que disputa a opinião da sociedade. Seu jornal A Manha (fundado 1926) chega a ser o segundo mais vendido no Rio de Janeiro, que era a capital federal”, destaca Miro.

Os desafios da atualidade

Segundo o jornalista, é preciso combater o “relaxamento” que se seguiu à Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), realizada no final de 2009, em Brasília. “Há mais pessoas hoje preocupadas com o direito à comunicação, antenadas com essa questão estratégica — mas sem uma militância mais permanente. Um dos nossos objetivos é ajudar a formar essa militância que luta pelo fortalecimento das mídias alternativas.”

Os desafios não param por aí. Na opinião de Miro, o novo centro de estudos tem de se engajar tanto nas lutas existentes na área. “Existem batalhas imediatas — em defesa, por exemplo, do Plano Nacional de Banda Larga, que sofre um verdadeiro bombardeio das operadoras, das teles, da mídia hegemônica. Mas também há lutas de longo prazo, como exigir a aplicação das resoluções da Confecom.”

Miro defende também o “fortalecimento de iniciativas alternativas de comunicação”. Cita o caso de Misael Avelino dos Santos, da Rádio Favela, de Belo Horizonte (MG). “Há cerca de 60 mil pessoas envolvidas nas 3.800 rádios comunitárias do Brasil, muitas delas feitas por gente heróica, como o Misael, que enfrenta a polícia e tem marcas de algema até hoje nas mãos. A gente conhece pouco o que existe de contra-hegemônico.”

Pela emancipação humana

Mas, como deixa exposto o nome da nova entidade, haverá investimentos em pesquisas e estudos — “para entender o que está ocorrendo com a mídia”. De acordo com o jornalista, “os trabalhos dessa frente não podem se militar apenas ao que há de negativo. Não faremos uma boa luta se não entendermos as novas dinâmicas, os novos espaços da comunicação”.

Outro objetivo do Centro "Barão de Itararé" é contribuir para a formação de agentes da mídia alternativa — comunicadores qualificados a serviço de uma mídia democrática e progressista. “Muitos universitários estão se formando para virar Wiliam Bonner e Fátima Bernardes. Precisamos fazer um debate de ideias com essa galera dentro das universidades, valorizar o que é ético na profissão, mostrar como o jornalismo tem a contribuir para a emancipação humana”, conclui Miro.

Leia abaixo a programação do seminário

Seminário “A mídia e as eleições de 2010″
(Centro de Estudos da Mídia Alternativa “Barão de Itararé”)


Data: 14 de maio, sexta-feira - Local: Sindicato dos Engenheiros de São Paulo (Rua Genebra, 25, Centro)
18h30 - Debate “A cobertura jornalística da sucessão presidencial”, com os jornalistas Maria Inês Nassif (Valor Econômico), Leandro Fortes (CartaCapital), Paulo Henrique Amorim (Conserva Afiada) e Altamiro Borges (Vermelho).
21 horas - Coquetel de lançamento do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé.

Data: 15 de maio, sábado - Local: Salão Nobre da Câmara Municipal de São Paulo (Viaduto Maria Paula)
9 horas - Debate “Plataforma democrática para a comunicação”, com Marcos Dantas (professor Universidade Federal do Rio de Janeiro), Luiza Erundina (deputada federal do PSB-SP), Manuela D’Ávila (deputada federal do PCdoB-RS) e Igor Felippe (assessoria de imprensa do MST).

14 horas - Debate “Políticas públicas para democratização da comunicação”, com Ottoni Fernandes (secretário executivo da Secom), Regina Lima (presidente da Abepec), Jandira Feghali (ex-secretária de Cultura do Rio de Janeiro) e José Soter (coordenador nacional da Abraço).

17 horas - Lançamento do livro Vozes em Cena — Análise das Estratégias Discursivas da Mídia sobre os Escândalos Políticos, de Regina Lima.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

GRAFITE!!! O VITORIOSO!!!

Publicada em:12/05/2010


GRAFITE, O VITORIOSO


Recife (PE) - Quando ontem a televisão anunciou a seleção de Dunga e vi a imagem de um guerreiro alto, altivo e talentoso, a minha memória deu um salto a gritar em silêncio: “viva, finalmente”. Ao ver Grafite entre os selecionados, lembrei e guardei alguns fatos, à espera dos jornais deste outro dia. No entanto, nada, nada nos jornais de hoje que recuperasse momentos essenciais na vida desse jogador.

Nos jornais dos novíssimos tempos a memória deixou os repórteres e migrou para os arquivos, que raro são buscados. Restaram repórteres sem história e sem desconfiômetro, que nem suspeitam de que os famosos não nasceram no momento da notícia. Por isso destacaram a declaração de Dunga, sem qualquer moldura ou explicação:

“Tem jogadores que jogam cinco minutos e aproveitam. Tem pessoas que têm inúmeras oportunidades e acham que sempre vão ter a próxima. Você não quer que o jogador chegue e arrebente, mas eu quero que, quando ele coloque aquela camisa, tenha uma postura de campeão, a mesma personalidade do clube. Ele fez isso”.

Os jornalistas do dia nem imaginaram que a personalidade de Grafite nasceu antes, quando vestia a camisa do São Paulo contra o Quilmes, equipe argentina, em 13 de abril de 2005. Naquela ocasião, ele denunciou o jogador Desábato (alguma notícia do bravo?) por crime de racismo. Em artigo para o site espanhol La Insignia, escrevi então no texto Grafite, o negro, http://www.lainsignia.org/2005/abril/soc_008.htm :

“Quando o jogador Grafite, da equipe do São Paulo, foi chamado de ‘negro de mierda’, de ‘mono negro’, os dirigentes do Quilmes, time argentino, nada viram nisso que merecesse uma denúncia policial. Qué pasa? ‘Si Grafite se va a ofender porque alguien le dice una grosería, entonces que vaya a jugar con las muñecas. No es para el fútbol’.

E para esse espanto, para essa estranheza, compreendemos-lhes alguma razão. Ora, desde a Guerra do Paraguai, no século XIX, que argentinos chamavam às tropas brasileiras, fortalecidas por negros bons de morrer, então escravos, de ‘macaquitos’. A alcunha pegou, e mais voltava e volta nos conflitos, sempre que se desejava e deseja ressaltar as diferenças entre latinos miscigenados, negros, e os latinos menos misturados, os argentinos, que Jorge Luís Borges dizia serem os únicos europeus conhecidos em sua vida...

Para não ir muito longe, lembramos que em 1996, ao saber que a seleção de futebol argentina iria jogar contra a seleção do Brasil ou da Nigéria, assim anunciou os adversários o periódico Olé: ‘Que venham os macacos’. Ora, é natural. Negros, macacos, tudo a ver. Tão natural quanto primos pobres que se insultam, que não se reeducam nem na desgraça, nem mesmo quando a RAF lhes mostra que todos são macacos. Daí que compreendamos que chamar a um atleta negro, que leva o nome de Grafite, de negro de mierda, de negro hijo de puta, e temperar tais naturalidades com cuspidas em seu rosto, nada é demais, para alguns periodistas argentinos. E que completem, mui britanicamente, que faltou a um simples negro o low profile...

Que pasa? Então os negros deixaram de ser negros? Então deixaram de ser negros de merda, negros filhos de uma puta, monos, macaquitos, como sempre o foram há décadas? ‘Fueron expresiones que son comunes en un estadio cuando hay fricción e semejante nível de adrenalina’, explicou, pensou em justificar uma autoridade do governo argentino, o Ministro do Interior Aníbal Fernández...

Então por aqui terminamos. Mas não saio antes de te dizer, Grafite, que este artigo foi escrito com o coração apertado no espírito, para que do teclado brotassem apenas palavras isentas, ponderadas, serenas. No entanto compreenderás o quanto me segurei, se souberes que o tempo todo ouvia uma composição de Pixinguinha, o chorinho 1 x 0. O que em letras convencionais quer dizer: Um a zero fizeste para nós, Grafite. Que belo gol, homem, os negros de todo o mundo se levantam nos estádios”.

Agora, neste maio de 2010, com a sua convocação Grafite faz mais um gol. Belo será ver os africanos de pé saudando mais uma estrela. Dois a zero.

sábado, 8 de maio de 2010

65 ANOS DA VITÓRIA NA SEGUNDA GUERRA!!!

9 de Maio de 2010

Partidos Comunistas comemoram vitória na Segunda Guerra

Uma declaração conjunta, assinada por 45 partidos comunistas e operários de todo o planeta, enaltece os 65 anos da vitória dos povos de todo o mundo sobre a Alemanha Nazi-fascista, especialmente a enorme contribuição dada à vitória pela então socialista União Soviética e por seus povos, que suportaram e revidaram o poderoso golpe dado pela máquina de guerra nazista contra seu território, e cujo Exército Vermelho libertou dezenas de povos europeus do jugo nazi-fascista.
Leia abaixo o texto na íntegra:

Comemoremos os 65 anos da Vitória!


Em 9 de maio comemorara-se o 65º aniversário da Vitória sobre o Nazi-fascismo - a mais brutal e violenta expressão do domínio dos monopólios, num sistema capitalista em profunda crise -, que conduziu a Humanidade a uma das maiores catástrofes da sua História, com a barbárie dos campos de concentração e o cortejo de morte e destruição que a Segunda Guerra Mundial significou para os povos.

Os Comunistas estiveram desde o primeiro momento na primeira linha, mobilizando e organizando os trabalhadores e os povos para a resistência. A luta anti-fascista contou com a firme e resoluta ação dos comunistas, pela qual milhões deram as suas vidas.

Para a Vitória sobre as hordas fascistas foi determinante a heróica contribuição da URSS, do seu Exército Vermelho, do seu povo, que sofreu cerca de 27 milhões de mortos.

Foi com a vitória em 1945 e a formação do campo socialista que milhões de homens e mulheres encetaram a sua emancipação, libertando-se da exploração, da opressão e do colonialismo, e o movimento operário alcançou enormes conquistas sociais e políticas, no caminho de progressos nunca antes alcançados na história da Humanidade.

Na atual situação, em tempos de profunda crise do capitalismo, em que a ofensiva desencadeada por várias organizações imperialistas, como a Otan e a União Europeia, atinge tão duramente as massas trabalhadoras, a Humanidade está de novo confrontada com grandes perigos resultantes do agravamento das contradições do imperialismo, da corrida aos armamentos, do reforço das alianças militares agressivas e da tentativa de impor pela força o aumento brutal da exploração, da precariedade das relações laborais, dos demissões, do desemprego, da pobreza, da negação da satisfação das necessidades mais básicas de milhões e milhões de seres humanos.

Deste modo, apelamos a que se assinale o 65 aniversário da vitória sobre o nazi-fascismo como um importante marco na luta pela paz, contra a monumental falsificação da História e o anticomunismo - que como a história mostra, é sempre antidemocrático -, que tentando equiparar fascismo com comunismo e apagar o papel decisivo dos comunistas na libertação dos povos do jugo nazi-fascista, procura criminalizar, ilegalizar, reprimir, não apenas os ideais e a ação dos comunistas mas de todos os democratas que se oponham à dominação e à exploração capitalistas, o seu propósito de perseguir e reprimir todos os que, de alguma forma, resistam e lutem organizadamente contra os monopólios e o imperialismo.

Para nós, comunistas, evocar o 65º aniversário da Vitória é reafirmar a nossa profunda convicção na luta pela emancipação social, na justiça dos nossos valores e ideais libertadores; é reafirmar a nossa determinação em combater as causas e as forças que estiveram na raiz do horror fascista; é reafirmar a nossa confiança inabalável de que o futuro pertence não aos que oprimem e exploram, mas aos trabalhadores e aos povos que resistem e lutam em prol da emancipação da Humanidade das grilhetas da exploração do homem pelo homem e por uma sociedade onde os trabalhadores usufruam plenamente da riqueza por si criada, do progresso social, da paz e do bem-estar. O futuro pertence não ao capitalismo, mas sim ao Socialismo e ao Comunismo.

Os Partidos

1. Partido Comunista Sul-africano
2. Partido Comunista Alemão
3. Partido Comunista da Armênia
4. Partido Comunista do Azerbaijão
5. PADS da Argélia
6. Partido Comunista da Austrália
7. Partido do Trabalho da Bélgica
8. Partido Comunista de Belarus
9. Partido Comunista da Boêmia e Morávia
10. Partido Comunista do Brasil
11. Partido Comunista do Canadá
12. Partido Comunista do Cazaquistão
13. Partido Comunista do Chile
14. Partido Socialista dos Trabalhadores da Croácia
15. Partido Comunista de Cuba
16. Partido Comunista da Espanha
17. Partido Comunista dos Povos de Espanha
18. Partidos dos Comunistas da Catalunha
19. Partido Comunista da Dinamarca
20. Partido Comunista dos EUA
21. Partido Comunista da Finlândia
22. Novo Partido Comunista Britânico
23. Partido Comunista Britânico
24. Partido Comunista Unificado da Geórgia
25. Partido Comunista da Grécia
26. Novo Partido Comunista da Holanda
27. Partido Comunista dos Trabalhadores da Hungria
28. Partido Comunista da Índia (Marxista)
29. Partido Comunista da Índia
30. Partido do Povo do Irã
31. Partido Comunista Iraquiano
32. Partido Comunista da Irlanda
33. Partido Comunista Libanês
34. Partido Comunista Luxemburguês
35. Partido dos Comunistas, México
36. Partido do Povo da Palestina
37. Partido Comunista do Paquistão
38. Partido Comunista Peruano
39. Partido Comunista do Quirguistão
40. Partido Comunista da Federação Russa
41. União dos Partidos Comunistas - CPSU - Rússia
42. Partido Comunista da Síria
43. Partido Comunista da Suécia
44. Partido do Trabalho (EMEP) da Turquia
45. Partido Comunista da Ucrânia

BANDA LARGA É PARA TODOS!!!

Com saudades de FHC, empresas privadas querem barrar banda larga

Beneficiadas pelo escandaloso processo de privatização conduzido pelo governo FHC e com saudades do neoliberalismo tucano, as grandes empresas privadas de telecomunicações estão em campanha contra a Telebrás e o plano do governo Lula para universalizar o acesso à banda larga.
Após a divulgação pelo Planalto do Plano Nacional de Banda Larga, as empresas de telefonia cogitam recorrer à Justiça para tentar impedir a Telebrás de oferecer internet rápida a usuários finais.


Oligopólio

Segundo executivos ouvidos ontem pelo jornal “Folha de São Paulo”, a reativação da Telebrás uniu tradicionais concorrentes, como Embratel, Oi, Telefônica e GVT, que se sentem igualmente ameaçadas pela perspectiva de terem concorrência estatal no segmento de banda larga. A união sugere a existência de um oligopólio que dita os preços (altíssimos) cobrados pelos serviços de banda larga no mercado.

De acordo com a reportagem, as teles esperavam discussão antes do anúncio, e o plano abre a possibilidade de intervenção estatal no ramo que antes da privatização promovida por FHC era completamente operado e controlado pelo Estado.

Neoliberalismo tucano

As empresas privadas revelaram saudades do neoliberalismo tucano e alegam que a lei que criou a Telebrás estabelece que a estatal só poderia operar a rede de banda larga com autorização do Congresso Nacional, por meio de uma nova lei.

A reativação da Telebrás como prestadora de serviço, na interpretação das privadas, seria uma quebra nos compromissos assumidos pelo governo FHC por ocasião da privatização da telefonia, em 1998.

Exclusão social

O que tais empresas querem, mas não admitem publicamente, é preservar o monopólio privado da banda larga, um serviço que hoje no país sai muito caro para os consumidores e garante altos lucros aos capitalistas que exploram o ramo. Por esta razão, é um serviço acessível a uma proporção reduzida da população. Dezenas de milhões de brasileiros são simplesmente excluídos da possibilidade de acesso à banda larga em função dos baixos salários vigentes por aqui;

O plano do governo Lula é universalizar o acesso, promovendo a chamada inclusão digital. Além de garantir mais justiça social, a universalização terá efeitos muito positivos para o desenvolvimento nacional e, especialmente, para a educação popular.

Choque de interesses

Todavia, a universalização só será possível com a redução substancial do preço da banda larga, o que pressupõe a quebra do monopólio privado. Só a intervenção do Estado, através da Telebrás (que foi destruída pelos tucanos e ressuscitada agora pelo governo Lula), pode garantir banda larga a preços baixos ou gratuita para todos, conforme pretende o governo com total apoio dos movimentos sociais e dos partidos e personalidades progressistas.

A universalização contempla os interesses nacionais, mas as empresas privadas estão em franca contradição com a nação. Essas são movidas apenas por um único e exclusivo interesse: a maximização dos lucros.

Da redação, Umberto Martins, com informações do jornal “Folha de São Paulo”

ARTIGO ESCRITO PELA COMPANHEIRA JANDIRA!!!

Emoção, convicção, indignação, esperança, solidariedade, saudade e garra. Poderia citar muitos sentimentos para expressar tudo que passou na cabeça e no coração de tantos lutadores, familiares, cidadãos que estiveram na OAB-RJ, dia 15 de abril, para o lançamento da campanha pela abertura dos arquivos da ditadura. Diferente do que muitos acham, um país só é digno de ser uma nação se conseguir contar plena e verdadeiramente sua História, se definir valores para as relações intergeracionais, se conseguir mostrar as razões da liberdade e para que servem, como também o que significa a falta dela.

Infelizmente o Brasil tem uma tradição histórica e cultural de ignorar, esquecer o passado. Todos os países da América Latina que passaram por ditaduras militares, repressoras e cruéis, abriram seus arquivos e apesar de leis de anistia ou “obediência devida”, processaram e condenaram os torturadores e os mandantes. Tortura é um crime contra a Humanidade, hediondo e covarde e não pode prescrever e muito menos ser esquecido.

A geração dos nossos filhos e netos tem que saber que a tortura é crime inaceitável e passível de punição. Não pode haver impunidade para quem torturou, matou, e retirou pessoas queridas do convívio de suas famílias e da sociedade, caso dos desaparecidos mortos, esquartejados, despejados no mar ou em cemitérios clandestinos, após terem sido presos, privando suas famílias do direito inalienável de enterrar seus mortos, ou pelo menos saber o que foi feito deles.

Os desaparecidos se transformaram em fantasmas que assombram a cidadania e mantem abertas as feridas dessa guerra suja, por constituírem crimes continuados, uma verdadeira tortura psicológica sem fim. Onde estão eles? O Brasil, “mãe gentil”, tem o direito de saber. Só a verdade trará a paz e cicatrizará essas feridas.

O próprio Estado já reconheceu sua responsabilidade nesses casos que violam todas as leis de guerra. As mentiras passadas e repassadas muitas vezes com o cinismo de alguns generais em meios de comunicação precisam ter a devida resposta do Estado Brasileiro. As Forças Armadas, cuja grande maioria repudia com firmeza a tortura, a ilegalidade e a quebra da disciplina que resultaram dos porões do regime, precisam demonstrar seu total descompromisso com o período ditatorial, condenar práticas criminosas e assumir junto ao povo a credibilidade de quem tem compromisso com a Constituição e com suas funções lá definidas. O silêncio, os arquivos fechados, as explicações mentirosas, como as do atentado ao RioCentro, comprometem a Instituição.
A abertura dos arquivos da ditadura é uma obrigação histórica, que trará tranquilidade à nação, respeito às famílias que obtiveram na reparação econômica um reconhecimento de culpa do Estado, mas não consideram isso uma solução. As mães que perderam seus filhos, muitos ainda jovens estudantes, querem saber quando, como e quem os fizeram entrar para a estatística dos desaparecidos políticos.

Não perdoar os torturadores é decisivo para a democracia e a Suprema Corte Brasileira terá este compromisso, no qual se empenham lutadores que conseguiram salvar sua vidas com o exílio e o apoio de muitos outros democratas que acreditavam na reconquista de uma República Federativa Brasileira democrática ou até mesmo daqueles que, sem qualquer vínculo ideológico, foram capazes de generosamente auxiliar um coirmão.
Reforçar a cultura da solidariedade, da liberdade, da cidadania plena constitui o maior legado que podemos deixar às futuras gerações. Para isso é necessário que o Estado Brasileiro torne todo este período aberto e transparente. Hoje em dia quem quiser informar-se sobre o golpe militar de 64, o papel dos norte-americanos nesse golpe, suas causas e consequências ou até sobre a repressão no Brasil terá mais sucesso se se dirigir à Biblioteca do Congresso, em Washington onde os documentos oficiais relativos ao período estão disponíveis para consulta há alguns anos.

MEMÓRIA, VERDADE E JUSTIÇA são pilares sustentados pelo povo, pelos artistas que emprestam seu prestígio e representatividade à campanha para dar voz aos desaparecidos, uma campanha, que se ampliará pelo país, e será capaz, na mistura da razão com a emoção, de provocar a superação dessa página triste da nossa História, que precisa ser dignamente virada.

JOÃO CÂNDIDO NA TRANSPETRO!!!

João Cândido, petróleo, racismo e emprego

A Transpetro lançou ao mar o navio petroleiro João Cândido. Batizado com o nome de um dos nossos heróis, marinheiro negro, filho de escravos e líder da Revolta da Chibata, o navio tem 247 metros de comprimento, casco duplo que previne acidente e vários significados históricos. Primeiro, leva a industrialização para Pernambuco, contribuindo para reduzir as desigualdades regionais. Em segundo lugar, dá um cala-boca para quem insinuou de forma maldosa que o PAC era apenas virtual. Em terceiro, prova que está em curso a remontagem da indústria naval brasileira criminosamente destruída na era da privataria. O artigo é de Beto Almeida.

Beto Almeida (*)

Nesta sexta-feira a Transpetro lançou ao mar o navio petroleiro João Cândido. Batizado com o nome de um dos nossos heróis, marinheiro negro, filho de escravos e líder da Revolta da Chibata, o navio tem 247 metros de comprimento, casco duplo que previne acidente e vários significados históricos. Primeiro, leva a industrialização para Pernambuco, contribuindo para reduzir as desigualdades regionais. Em segundo lugar, dá um cala-boca para quem insinuou de forma maldosa que o PAC era apenas virtual. Em terceiro, prova que está em curso a remontagem da indústria naval brasileira criminosamente destruída na era da privataria. Como um simbolismo adicional, um total de 120 operários dekasseguis foram trazidos do Japão, com suas famílias, para juntarem-se aos operários nordestinos que construíram o navio. Os primeiros não precisam mais morar longe da pátria; os outros, saem do canavial para a indústria e não precisam mais pegar o pau-de-arara, nem entoar com amargura a Triste Partida, de Patativa do Assaré, como um certo pernambucano teve que fazer na década de 50. Até que virou presidente.

Mulheres trabalhando como chefes de equipe de soldagem no Estaleiro Atlântico Sul, no município de Ipojuca, em Pernambuco, pronunciavam frases orgulhosas lembrando que não sabiam nem que esta também poderia ser uma tarefa feminina. O ex-pescador de caranguejo contava em depoimento agreste que antes do estaleiro não sabia direito como ganhar o sustento da família a cada dia que acordava. O ex-canavieiro, agora operário, destaca que não depende mais temporalidade insegura da colheita da cana e quando acorda já tem para onde ir, quando antes vivia a insegurança. Estes alguns dos vários depoimentos colhidos na inauguração do navio petroleiro João Cândido ao ser lançado ao mar pernambucano. Deixa em terra um rastro de transformação.

Inicialmente, na vida destas pessoas antes lançadas ao deus-dará de uma economia nordestina reprimida, desindustrializada. A transformação atinge os municípios mais próximos, pois no local onde foi construído o estaleiro, uma antiga moradora, Mônica Roberta de França, negra de 24 anos, que foi escolhida para ser a madrinha do navio, dizia que ali era um imenso areal, não tinha nada. Agora tem uma indústria e uma escola técnica para os jovens da região. E que só agora ela tem seu primeiro emprego na vida com carteira assinada.

Desculpas à Nação
Para o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, o lançamento do João Cândido ao mar tem o mesmo alcance histórico do gesto de Getúlio Vargas quando deu forte impulso à nacionalização da indústria naval brasileira, na década de 30, por meio da empresa de navegação estatal. “Aqueles que destruíram a indústria naval tem que assumir sua responsabilidade e pedir desculpas à Nação”, disse Campos na solenidade que teve a participação de 5 mil pessoas aproximadamente, sobretudo dos operários.

O Navio João Cândido abre uma nova rota para a economia brasileira. Incialmente, porque a Petrobrás já não será obrigada a desembolsar cerca de 2,5 bilhões de reais por ano com o afretamento de navios estrangeiros. Há, portanto, um revigoramento do papel do estado na medida em que a reconstrução da indústria naval brasileira é resultado direto de encomendas da nossa empresa estatal petroleira. O que também permite avaliar a gravidade e o caráter antinacional das decisões que levaram um país com a enorme costa que possui, tendo montado uma economia naval de peso internacional respeitável, retroceder em um setor tão estratégico.

E isso quando nossa economia petroleira, há anos, já dava sinais de expansão, mesmo quando estavam no poder os que promoveram o espantoso sucateamento, a desnacionalização e a abertura da navegação em favor dos países que querem impedir nosso desenvolvimento. Este tema, certamente, não poderá faltar nos debates da campanha presidencial deste ano.

Almirante negro
A escolha do nome João Cândido também foi destacada na solenidade por meio do novo ministro da Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial, Eloy Moreira. Vale registrar que há pouco mais de um ano Lula participou de homenagem ao Almirante Negro inaugurando sua estátua na Praça XV, no Rio, que estava há anos guardada, supostamente porque não teria havido grande empenho da Marinha na realização desta solenidade. Pois bem, agora João Cândido não está apenas nas “pedras pisadas do cais”, com diz a maravilhosa canção de Bosco e Blanc. Está na estátua e está cruzando mares levando para o mundo afora o nome de um de nossos heróis.

Navegar é possível
O novo petroleiro estatal, portanto, é uma prova real de que sim “navegar é possível”, como dizia uma faixa no ato. Navegar na rota inversa daquela que promoveu o desmantelamento da nossa indústria naval. Navegar na rota da revitalização e qualificação do papel protagonista do estado. Recuperar um curso que havia sido fundado lá durante a Era Vargas onde se combinava industrialização e nacionalização com geração de empregos e direitos trabalhistas. Se no período neoliberal foi proclamada a idéia de destruir a “Era Vargas”, agora, está não apenas proclamada, mas já colocada em marcha, a necessidade de reconstruir a partir dos escombros da ruína das privatizações - entulho neoliberal - tendo no dorso no navio-gigante o nome heróico do líder da Revolta da Chibata. Sem revanchismo, o episódio permite lembrar outra canção: “É a volta do cipó de aroeira no lombo de quem mandou dar”

(*) Presidente da TV Cidade Livre de Brasília

GRITO DA TERRA!!!

Grito da Terra, clamor dos povos

Por Frei Betto

Os gregos antigos já haviam percebido: Gaia, a Terra, é um organismo vivo. E dela somos frutos, gerados em 13,7 bilhões de anos de evolução. Porém, nos últimos 200 anos, não soubemos cuidar dela e a transformamos em mercadoria, da qual se procura obter o máximo de lucro.

Hoje, a Terra perdeu 30% de sua capacidade de autorregeneração. Somente através de intervenção humana ela poderá ser recuperada. Nada indica, contudo, que os governantes das nações mais ricas estejam conscientes disso. Tanto que sabotaram a Conferência Ecológica de Copenhague, em dezembro de 2009.

A Terra, que deve possuir alguma forma de inteligência, decidiu expressar seu grito de dor através do vulcão da Islândia, exalando a fumaça tóxica que impediu o tráfego aéreo na Europa Ocidental, causando prejuízo de US$ 1,7 bilhão.

Em reação ao fracasso de Copenhague, Evo Morales, presidente da Bolívia, convocou, para os dias 19 a 23 de abril, a Conferência Mundial dos Povos sobre a Mudança Climática e os Direitos da Mãe Terra. Esperavam-se duas mil pessoas. Chegaram 30 mil, provenientes de 129 países! O sistema hoteleiro da cidade entrou em colapso, muitos tiveram de se abrigar em quartéis.

A Bolívia é um caso singular no cenário mundial. Com 9 milhões de habitantes, é o único país plurinacional, pluricultural e pluriespiritual governado por indígenas. Aymaras e quéchuas têm com a natureza uma relação de alteridade e complementaridade. Olham-na como Pachamama, a Mãe Terra, e o Pai Cosmo.

Líderes indígenas e de movimentos sociais, especialistas em meio ambiente e dirigentes políticos, ao expressar o clamor dos povos, concluíram que a vida no Planeta não tem salvação se perseverar essa mentalidade produtivista-consumista que degrada a natureza. Inútil falar em mudança do clima se não houver mudança de sistema. O capitalismo é ontologicamente incompatível com o equilíbrio ecológico.

Todas as conferências no evento enfatizaram a importância do aprender com os povos indígenas, originários, o sumak kawsay, expressão quéchua que significa “vida em plenitude”. É preciso criar “outros mundos possíveis” onde se possa viver, não motivado pelo mito do progresso infindável, e sim com plena felicidade, em comunhão consigo, com os semelhantes, com a natureza e com Deus.

Hoje, todas as formas de vida no Planeta estão ameaçadas, inclusive a humana (2/3 da população mundial sobrevivem abaixo da linha da pobreza) e a própria Terra. Evitar a antecipação do Apocalipse exige questionar os mitos da modernidade - como mercado, desenvolvimento, Estado uninacional - todos baseados na razão instrumental.

A conferência de Cochabamba decidiu pela criação de um Tribunal Internacional de Justiça Climática, capaz de penalizar governos e empresas vilões, responsáveis pela catástrofe ambiental. Cresce em todo o mundo o número de migrantes por razões climáticas. É preciso, pois, conhecer e combater as causas estruturais do aquecimento global.

Urge desmercantilizar a vida, a água, as florestas, e respeitar os direitos da Mãe Terra, libertando-a da insaciável cobiça do deus Mercado e das razões de Estado (como é o caso da hidrelétrica de Belo Monte, no Xingu).

Os povos originários sempre foram encarados por nós, cara-pálidas, como inimigos do progresso. Ora, é a nossa concepção de desenvolvimento que se opõe a eles, e ignora a sabedoria de quem faz do necessário o suficiente e jamais impede a reprodução das espécies vivas. Temos muito a aprender com aqueles que possuem outros paradigmas, outras formas de conhecimento, respeitam a diversidade de cosmovisões, sabem integrar o humano e a natureza, e praticam a ética da solidariedade.

Cochabamba é, agora, a Capital Ecológica Mundial. Sugeri ao presidente Evo Morales reeditar a conferência, a exemplo do Fórum Social Mundial, porém mantendo-a sempre na Bolívia, onde se desenrola um processo social e político genuíno, singular, em condições de sinalizar alternativas à atual crise da civilização hegemônica. O próximo evento ficou marcado para 2011.

Pena que o governo brasileiro não tenha dado a devida importância ao evento, nem enviado qualquer representante. A exceção foi o deputado federal Chico Alencar (PSOL-RJ), que representou a Câmara dos Deputados.

Frei Betto é escritor, autor, em parceria com Marcelo Barros, de O amor fecunda o Universo – ecologia e espiritualidade (Agir), entre outros livros. http://www.freibetto.org

segunda-feira, 3 de maio de 2010

IGNORANCIA OU SAFADEZA NA CAMPANHA DEMOTUCANA!!!

O Mercosul, o BRIC e o planeta

Um candidato a presidente do Brasil que tem possibilidades de ser eleito deveria ao menos estar bem informado. Por exemplo, deveria conhecer os altíssimos índices de crescimento que o comércio exterior de seu país vem tendo durante os últimos dois anos, em que o Mercosul existiu notoriamente. Este foi um dos principais fatores do crescimento e do enorme superávit de seu país. Haveria uma boa quantidade de dados, cifras e percetuais para demonstrar a Serra que suas opiniões nao têm por certo um fundamento muito sólido e sobretudo sereno. E essas são virtudes que se reclama de qualquer governante. O artigo é de Esteban Valenti, diretor da agência UyPress.

Esteban Valenti (*)
Em declarações recentes na Federação das Indústrias de Minas Gerais, o pré-candidato a Presidência da República do Brasil pelo partido centrista PSDB, José Serra qualificou o Mercosul como uma “farsa” e como “uma barreira para que o Brasil possa fazer acordos comerciais”.

Depois, em outras declarações à imprensa ele flexibilizou suas definiçãos mais taxativas. Como em todos os casos, devemos partir da realidade. Um candidato a presidente do Brasil que tem possibilidades de ser eleito deveria ao menos estar bem informado. Por exemplo, deveria conhecer os altíssimos índices de crescimento que o comércio exterior de seu país vem tendo durante os últimos dois anos, em que o Mercosul existiu notoriamente. Este foi um dos principais fatores do crescimento e do enorme superavit fiscal de seu país.

Durante a crise mundial que devastou setores inteiros do comércio internacional, inclusive, os países do Mercosul estão entre os menos afetados, tanto em termos de crescimento como em seu comércio internacional. Assim o informa o último relatório do Fundo Monetário Internacional, que prevê para a região um crescimento de 4,3% neste ano.

Haveria uma boa quantidade de dados, cifras e percetuais para demonstrar a Serra que suas opiniões nao têm por certo um fundamento muito sólido e sobretudo sereno. E essas são virtudes que se reclama de qualquer governante. Muito mais em se tratando de um potência emergente como hoje é o Brasil.

Se, por exemplo, analisa-se as afirmações de Serra desde os outros países integrantes do bloco, por exemplo Argentina e Uruguai e se considera o avanço impetuoso das grandes empresas brasileiras em setores como o cimento, a cerveja, os grãos, a terra, os frigoríficos, a energia, a construção e muitos outros setores, quem deveria se alarmar – caso tivéssemos uma visão míope e desconfiada – seríamos nós, os sócios do Mercosul. A menos que Serra considere que este avanço impetuoso dos grupos empresariais do Brasil nada tenha a ver com o Mercosul.

Seria bom que ele respondesse a uma simples pergunta: em que outra região do planeta o Brasil concentra tantos investimentos e tal predominância em setores inteiros da indústria e do comércio?

O que alarma, porém, é a absoluta falta de uma visão política, de uma mirada estratégica sobre o papel do Brasil na região e no mundo. Se algo paradoxicamente caracterizou o Brasil durante muitas décadas foi ter uma das melhores chancelarias do mundo, o Itamaraty, e a falta de uma estratégia global. Na realidade, nao era um problema profissional, era político, o que faltava era um Projeto Nacional.

O maior aporte que Luis Inácio “Lula” da Silva realizou não foi a luta contra a pobreza, mas inscrever essa luta num projeto nacional de desenvolvimento que tinha obrigatoriamente uma estratégia regional e internacional.

Quem poderia se queixar de certas lacunas e injustiças nessa estratégia seriam, por exemplo, os uruguaios, que no marco do Mercosul nao receberam nem apoio nem atenção por parte do Brasil, no vasto conflito com a Argentina no caso da construção da fábrica de celulose BOTNIA (atual UPM) e da não construção de uma ponte entre os dois países, violando um claro pronunciamento e as normas estabelecidas pelo próprio Mercosul. Não o fizemos com muita estridência porque privilegiamos a estratégia, o oolhar de médio e longo prazo.

E é esse olhar que falta a Serra em suas afirmações e inclusive em suas retificações posteriores. Sem a credibilidade que o Brasil ganhou no Mercosul, em seu aporte aos fundos estruturais e na comunidade dessa política na UNASUR, o Brasil não seria o mesmo, não teria o papel que hoje tem no BRIC e no mundo.

Um país que, por simples conveniência comercial de curto prazo liquida tantos anos de esforços e de negociações com seus vizinhos, sepultando-os com alguns adjetivos sem fundamento, não é um país sério e confiável. Nao é uma potência emergente.

Essa condição, esse papel em termos de mundo globalizado, essa capacidade de intelocução mundial, nas Nações Unidas e em todos os foros, nao se ganha só e principalmente com o tamanho, mas com seriedade, solidez e com uma mirada profunda em suas estratégias. O Brasil fez nos últimos anos grandes esforços para ganhar essas posições.

Se mirássemos o mundo através de uma fechadura, nós, Uruguaios – que somos pequenos e quase anões ao lado do gigante –, que temos deixado de ser chorões e passamos a assumir nosso papel e a defender nossos direitos, possivelmente sairíamos a gritar que o Mercosul limita nossos acordos comerciais. Alguns compatriotas o fazem, no entanto, nem o governo anterior, de Tabaré Vázquez, nem o de José Mujica tiveram essa postura. Muito pelo contrário, trataremos de aproveitar juntos uma oportunidade única.

O nível atual de desenvolvimento do mundo, o crescimento do consumo – ainda que em meio à fome de que grandes setores padecem – implica uma demanda crescente de alimentos, em especial de grãos. O Mercosul em seu conjunto é potencialmente o maior exportador de alimentos do planeta. Se esta possibilidade – que já está se expressando – for aproveitada por nós no marco de projetos de desenvolvimento, de investimentos adequados em tecnologia, na indústria, em logística, na educação, na cultura e na saúde, quer dizer, se concedermos sustentabilidade social ao crescimento, este momento é único e irrepetível para todos.

Como é óbvio, o Brasil tem um papel fundamental neste processo.

(*) Jornalista, escritor e diretor da agência UyPress. Uruguay.

Tradução: Katarina Peixoto

sábado, 1 de maio de 2010

JOSE FIORI - HISTÓRIAS PARANAENSES!!!

Todos os homens do presidente



José Aparecido Fiori*



O watergate paranaense entra para a história como o mais famoso escândalo político.

Há meses é notícia de primeira página.

Luz, câmara, ação...

Todos os homens do presidente.

Reprise, atual, impactante, pertinente, para ser reestudado.

Personagem: vários.

Personagem principal: um certo homem injusto.

Em um edifício do Centro Cívico de Curitiba, a noite era um breu, débeis luzes piscavam silenciosas, tênues traças obesas, picantes cupins, ratos broxas se alimentavam de velhos jornais em adiantado estado de putrefação nos porões da Desembreia do Povo.

O pesadelo.

Numa noite de insônia na sala reservada da Desembreia do Povo, o presidente patético perambulava peripatético de um lado a outro, discutia com seus botões da camisa do colarinho branco, chamava asseclas estrategistas, peritos e criminalistas, escatologistas, criptólogos, cleptólogos, rábulas e outros ladrões...

A busca de uma saída para o beco sem saída.

Pairavam no ar, no lar, no bar, ameaças de execução dos jornais jamais lidos pelos olhos da plebe.

Um incêndio criminoso em marcha...

Cismava-se de um guru do além reencarnado no aquém visitou a Desembreia do Povo com a missão de destruir aqueles inflamáveis papéis com escritos altamente secretos.

Encurralado na Desembreia do Povo, o presidente incorporado do guru envolvia-se como suspeito do crime quase perfeito, não fosse a descoberta em tempo dos jornais secretos.

Boca Maldita vociferou, os carapintadas saíram às ruas com panelaços, o povo ordinário invadiu o plenário da Desembreia.

Rebu e sururu.

A denúncia...

Dizia-se que uma quadrilha especializada assaltou a Desembreia. Uma caterva de fantasmas de carne e osso, vampiros esfomeados, engordavam seus salários com o dinheiro do povo. A derrama dos impostos subtraídos dos cofres públicos. A prática do ínclito deplorável do ilícito. Patrocinavam-se benesses a currais eleitorais.

Jabaculês, orgias, maracutaias.

Em síntese, os ladrões roubavam duplamente, abiscoitando em salários altos, e mais a grana que o governo pega do povo com a missão de reaplicar em projetos públicos e melhorias sociais.

Ladinos, os ladrões legitimavam seus atos nos famigerados jornais secretos encontrados apodrecendo nos porões da Desembreia.

O Tribunal de Contas, cuja missão era fiscalizar e aprovar contas, aprovou as contas dos ladrões, como faz desde imemoriáveis tempos.

O Poder Executivo calou-se requionicamente.

O Poder Judiciário não vale uma toga.

O affair causou frisson, pânico e aleivosia nas freguesias.

Vassalos da corte foram presos, incluindo o chefão do bando dos corruptos e dos corruptores, Ali Bibi e de quarenta ladrões.

Garganta Profunda.

Manejar a informação com precisão, fontes fidedignas, não há espaço para falhas, não basta escrever bem, saber o que se escreve é fundamental, a pauta, a investigação, a escrita como arma, o projétil é o fato, Garganta Profunda em tela, filme de sexo (oral) explícito, de 1972, com Linda Susan Boreman.

A produção de informações e provas, decodificaram os sinais cabalísticos, o ponto G, a Garganta Profunda, os “impublicáveis” jornais, os pornográficos escândalos.

O glamour e a crise.

Há tempos o jornal vinha perdendo glamour. Isso não bastasse, sofria retaliações pecuniárias do governo, sem verbas de subvenção.

As reportagens, algo esquecido no jornalismo contemporâneo, voltaram ao estilo da literatura detetivesca, os antigos folhetins, as narrativas picantes e cabeludas.

As primeiras ligações telefônicas de Garganta Profunda davam conta da existência diários secretos.

Jornalistas cheios de idealismo vão à apuração dos abomináveis atos dos ladrões.

Pau na mula.

O jornal, tradicionalmente conservador, nunca foi de ousar em matérias do tipo, mas acaba de assumir que publicará a série de reportagens, vender o peixe, dizer a verdade, doa a quem doer.

Agora são três jornalistas que desvendam o sórdido e sistemático esquema, descobrem os jornais com atos e editais secretos que serviam para mascarar o desvio de dinheiro público, a contratação de funcionários fantasmas, que nunca trabalharam na Desembreia do Povo, o chuncho homérico, o maior escândalo político da história.

Inspirada em filme paradigmático, Todos os homens do presidente, a reportagem não foi um furo jornalístico, mas a série de reportagens de interesse público, em seu conjunto, foi digna de um prêmio

O watergate paranaense mostra a redação de um jornal imerso em monotonia monocromática, onde trabalham vários jornalistas estressados, distribuídos em suas mesas, e que não mais fazem uso de máquinas de datilografia tal como nos anos 70 aos 90. Digitam em computadores monitorados pela internet. A diferença tecnológica não altera o teor de Todos os homens do presidente.

O filme acaba com a prisão dos ladrões do povo, o bloqueio judicial dos bens dos bandidos.

Um marco do jornalismo. O papel da imprensa na fiscalização dos podres poderes nas modernas sociedades democráticas.

Em cartaz nos principais cinemas.



Todos os homens do presidente



Escândalo de Watergate, ocorrido em Washington, em 1972, que veio a ganhar as primeiras páginas dos principais jornais do mundo. Tudo começou em um patamar muito pequeno na esfera política americana: uma invasão do edifício Watergate por cinco aparentes ladrões não mereceria mais do que as páginas policiais, mas ganhou, com o tempo, uma proporção não imaginada. O que ocorreu de fato foi um caso amplo de espionagem política que levou o presidente republicano Richard Nixon para seu segundo mandato, mas foi forçado a sair do cargo.

Alguns meses antes da reeleição de Nixon, a detenção dos cinco invasores, no quartel-general eleitoral do Partido Democrata, no edifício Watergate. Eram ligados ao FBI e à CIA, e foram apreendidos usando câmeras e microfones. As suspeitas de que o próprio presidente estivesse envolvido no caso aumentaram. Surgem no cenário jornalístico os repórteres investigativos Robert Woodward (interpretado por Robert Redford) e Carl Bernstein (Dustin Hoffman), do jornal The Washington Post. A partir daí, o filme mostra o esforço e os méritos de dois profissionais em busca da verdade' na solução de um caso extremamente obscuro.





joseafiori@hotmail.com – fiorisemcensura.com.br