sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Reflexões de um ex-vira-lata!!!

Reflexões de um ex-vira-lata






PAULO NOGUEIRA BATISTA JR.





A cotação do Brasil está muito alta; como economia, como ator na cena internacional, como nação cultural





ANTONIO PATRIOTA , até recentemente embaixador brasileiro aqui em Washington, reclamou comigo: "Para de falar em complexo de vira-lata!

O Brasil passou dessa fase". Talvez o nosso embaixador tenha razão. O Brasil vem ganhando autoconfiança com uma rapidez surpreendente.





Nas recentes reuniões do G20, em Londres e Pittsburgh, e na última reunião anual do FMI, em Istambul, o Brasil bateu um bolão. Somos subdesenvolvidos? Sim. Temos equipes pequenas? Sim, muito menores do que as dos países desenvolvidos. E, no entanto, as delegações brasileiras têm sido das mais atuantes e -correndo o risco de soar presunçoso- acrescento: das mais influentes.





A aliança Bric (Brasil, China, Índia e Rússia) vem sendo fundamental. Mas não é só isso. O Brasil, em si mesmo, tem tido um papel cada vez maior. Há um fator que nos ajuda enormemente: a imagem favorável do país no exterior. A cotação do Brasil está muito alta. Do Brasil como economia, do Brasil como ator na cena internacional, do Brasil como nação cultural.





Bem sei, leitor, que o brasileiro está longe de compartilhar uma visão tão positiva. Talvez porque esteja mais perto do Brasil e conheça melhor as nossas mazelas. Talvez porque o complexo de vira-lata ainda esteja mais vivo do que imagina o embaixador Patriota.





Faço ainda outra ressalva: existe provavelmente um certo economicismo na forma como os países são vistos internacionalmente. O chamado mercado (um dos codinomes da turma da bufunfa) só se interessa pelos indicadores econômicos e financeiros. Não quer nem saber da péssima distribuição de renda, dos problemas sociais, dos níveis ainda elevados de pobreza e de miséria.





Ora, os indicadores econômicos brasileiros têm ficado, em geral, acima do esperado. Até 2007-2008, os nossos detratores (quase sempre brasileiros) diziam: "O Brasil está navegando uma onda internacional favorável". Veio então a maior crise internacional desde a Grande Depressão. A torcida adversária (brasileira, em geral) começou a salivar intensamente, aguardando o colapso. Não aconteceu. O Brasil sofreu os efeitos da crise, claro. Mas menos do que se esperava. A recuperação brasileira também começou mais cedo do que o previsto. Basta dizer uma coisa: no meio dessa crise mundial, o Brasil anunciou um empréstimo de US$ 10 bilhões ao FMI.





O meu complexo de vira-lata deu arrancos triunfais de cachorro atropelado (para combinar dois bordões do Nelson Rodrigues em uma única frase). Quis o destino ou o acaso que coubesse a mim, logo a mim - devedor nato, hereditário e até inadimplente -, ser o diretor-executivo pelo Brasil no Fundo exatamente nessa conjuntura. Qualquer um dos meus antecessores -Alexandre Kafka, Murilo Portugal ou Eduardo Loyo- desempenharia o papel de credor com mais categoria e convicção.





Só tenho uma coisa a dizer em meu favor: apesar de credor neófito, acho que preservo uma identificação autêntica com os devedores do FMI. Sei o que significa ser devedor dessa instituição e, dentro do que posso, empresto a minha voz aos países em crise, especialmente os pequenos e oprimidos (mesmo aos brancos de olhos azuis). Foi o que tentei fazer pela Islândia, por exemplo, que passou ontem pela Diretoria-Executiva do FMI.





Dizem que os mulatos podem ser os piores racistas. Que os cristãos-novos são os mais fervorosos. Que um credor neófito pode ser o mais linha-dura. Vamos tentar desmentir esses ditados.







PAULO NOGUEIRA BATISTA JR. , 54, escreve às quintas-feiras nesta coluna. É diretor-executivo no FMI, onde representa um grupo de nove países (Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Haiti, Panamá, República Dominicana, Suriname e Trinidad e Tobago), mas expressa seus pontos de vista em caráter pessoal.

SEMINÁRIO SOBRE AÇÕES AFIRMATIVAS!!!

Abertas as inscrições para Seminário sobre ações afirmativas

O evento acontecerá em Campo Largo entre os dias 20 e 22 de novembro

A Associação da Comunidade Afro Brasileira de Campo Largo (C.A.B.) em conjunto com a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) e o Centro de Informação das Nações Unidas no Brasil (UNIC/ONU) realizam entre os dias 20 e 22 de novembro a Conferência Internacional do Centro de Informações das Nações Unidas. A solenidade de abertura acontece no dia 20 - Dia Nacional da Consciência Negra -, a partir das 8 horas, na Casa da Cultura de Campo Largo (Av. Centenária, 2011, centro - próximo ao Fórum).
A conferência é voltada para gestores municipais e estaduais, parlamentares - deputados e vereadores dos municípios e Estados da região sul -, profissionais da Educação, sociedade civil organizada e comunidade. Durante os três dias de evento, além da palestra com a participação do representante da ONU, que falará sobre "Ações Afirmativas para Promoção da Igualdade Racial e Políticas de Impacto Público e Iniciativa Privada", o público acompanhará os debates sobre o Plano Nacional de Igualdade Racial e as parcerias dos municípios e o Plano Nacional de Implementação das Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação das Relações Étnicorraciais no Ensino da História da Cultura Afro-Brasileira e Africana.
No último dia do evento (22/11), será realizado o Concurso Beleza Afro Brasileiro, voltado para jovens - moças e rapazes - entre 16 a 30 anos e crianças na faixa etária de 6 a 14 anos. As inscrições para o concurso terminam neste domingo (25/10).
Sobre a C.A.B. - Criada há três anos, a CAB está localizada no Jardim Tropical, na periferia de Campo Largo. De acordo com um dos coordenadores, o professor Alexandre Cezar, a entidade desenvolve ações afirmativas para a promoção da igualdade racial no município e no Estado. "Somos parceiros da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e junto com essa instituição realizamos cursos de capacitação para professores da rede estadual e municipal, fazemos palestras sobre políticas de ações afirmativas, trabalhamos com comunidades quilombolas, desenvolvemos projetos de resgate da identidade cultural da população negra, entre outros", explicou o professor.
*** Envie o formulário para o e-mail abrazilians@ig.com.br até o dia 15/11/2009
PROGRAMAÇÃO:
SEXTA: 20 DE NOVEMBRO
10h15 às 12hs: Mr. Giancarlo - Diretor do Centro de Informações da Organização das Nações Unidas (UNIC/ONU)
13h45: Paulo Borges - Professor especialista em Historia e Cultura Africana e Afro-brasileira, Gestor da Associação Cultural de Negritude e Ação Popular (Acnap) e integrante do Fórum Permanente de Educação e Diversidade Étnicorracial do Estado Paraná.
15h15: Dr.Prof. Paulo Vinicius B.da Silva, coordenado do Núcleo de Estudo Afro-brasileiro da UFPR (NEAB/UFPR).
16h15: Dr.Prof. Antonio Carlos Gomes, pesquisador da Universidade Estadual de Londrina (UEL) e Universidade de Moscou/Rússia.

SÁBADO: 21 DE NOVEMBRO
10h15: Mr. Giancarlo - Diretor do Centro de Informações da Organização das Nações Unidas (UNIC/ONU). Paulo Borges - Professor especialista em História e Cultura Africana e Afro-brasileira, Gestor da Associação Cultural de Negritude e Ação Popular (Acnap) e integrante do Fórum Permanente de Educação e Diversidade Étnicorracial do Estado Paraná. Luiz Carlos Paixão da Rocha - professor mestre em Educação pela UFPR e pesquisador da Lei 10.639 e suas Implicações pedagógicas do Ensino da Cultura Afro-Brasileira e Africana no trabalho docente.
13h às 15h: Ilton Costa - Professor Mestre em História pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS) e pesquisador em política e população negra no Estado Paraná. Dr.Prof. Marcos Silveira, pesquisador do Núcleo de Estudo Afro-brasileiro da UFPR (NEAB/UFPR) na área de Antropologia Social.
15h15 às 16h30: Participação do Representante da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do Ministério da Educação (Secad/MEC).
16h30 às 17h45: intervalo.
17h50: Apresentação do Coral ABRH.
18h10: Entrega de certificados.
18h30: Café Cultural.

Informações
Coordenador Geral do Evento: Prof. Alexandre Cezar/ 41 9133 1390

domingo, 25 de outubro de 2009

MANIFESTO EM DEFESA DO MST!!!

Manifesto em defesa do MST

Contra a violência do agronegócio e a criminalização das lutas sociais

As grandes redes de televisão repetiram à exaustão, há algumas semanas, imagens da ocupação realizada por integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em terras que seriam de propriedade do Sucocítrico Cutrale, no interior de São Paulo. A mídia foi taxativa em classificar a derrubada de alguns pés de laranja como ato de vandalismo.

Uma informação essencial, no entanto, foi omitida: a de que a titularidade das terras da empresa é contestada pelo Incra e pela Justiça. Trata-se de uma grande área chamada Núcleo Monções, que possui cerca de 30 mil hectares. Desses 30 mil hectares, 10 mil são terras públicas reconhecidas oficialmente como devolutas e 15 mil são terras improdutivas. Ao mesmo tempo, não há nenhuma prova de que a suposta destruição de máquinas e equipamentos tenha sido obra dos sem-terra.

Na ótica dos setores dominantes, pés de laranja arrancados em protesto representam uma imagem mais chocante do que as famílias que vivem em acampamentos precários desejando produzir alimentos.

Bloquear a reforma agrária

Há um objetivo preciso nisso tudo: impedir a revisão dos índices de produtividade agrícola – cuja versão em vigor tem como base o censo agropecuário de 1975 – e viabilizar uma CPI sobre o MST. Com tal postura, o foco do debate agrário desloca-se dos responsáveis pela desigualdade e concentração para criminalizar os que lutam pelo direito do povo. A revisão dos índices evidenciaria que, apesar de todo o avanço técnico, boa parte das grandes propriedades não é tão produtiva quanto seus donos alegam e estaria, assim, disponível para a reforma agrária.

Para mascarar tal fato, está em curso um grande operativo político das classes dominantes objetivando golpear o principal movimento social brasileiro, o MST. Deste modo, prepara-se o terreno para mais uma ofensiva contra os direitos sociais da maioria da população brasileira.

O pesado operativo midiático-empresarial visa isolar e criminalizar o movimento social e enfraquecer suas bases de apoio. Sem resistências, as corporações agrícolas tentam bloquear, ainda mais severamente, a reforma agrária e impor um modelo agroexportador predatório em termos sociais e ambientais, como única alternativa para a agropecuária brasileira.

Concentração fundiária

A concentração fundiária no Brasil aumentou nos últimos dez anos, conforme o Censo Agrário do IBGE. A área ocupada pelos estabelecimentos rurais maiores do que mil hectares concentra mais de 43% do espaço total, enquanto as propriedades com menos de 10 hectares ocupam menos de 2,7%. As pequenas propriedades estão definhando enquanto crescem as fronteiras agrícolas do agronegócio.

Conforme a Comissão Pastoral da Terra (CPT, 2009) os conflitos agrários do primeiro semestre deste ano seguem marcando uma situação de extrema violência contra os trabalhadores rurais. Entre janeiro e julho de 2009 foram registrados 366 conflitos, que afetaram diretamente 193.174 pessoas, ocorrendo um assassinato a cada 30 conflitos no 1º semestre de 2009. Ao todo, foram 12 assassinatos, 44 tentativas de homicídio, 22 ameaças de morte e 6 pessoas torturadas no primeiro semestre deste ano.

Não violência

A estratégia de luta do MST sempre se caracterizou pela não violência, ainda que em um ambiente de extrema agressividade por parte dos agentes do Estado e das milícias e jagunços a serviço das corporações e do latifúndio. As ocupações objetivam pressionar os governos a realizar a reforma agrária.

É preciso uma agricultura socialmente justa, ecológica, capaz de assegurar a soberania alimentar e baseada na livre cooperação de pequenos agricultores. Isso só será conquistado com movimentos sociais fortes, apoiados pela maioria da população brasileira.

Contra a criminalização das lutas sociais

Convocamos todos os movimentos e setores comprometidos com as lutas a se engajarem em um amplo movimento contra a criminalização das lutas sociais, realizando atos e manifestações políticas que demarquem o repúdio à criminalização do MST e de todas as lutas no Brasil.

20 DE NOVEMBRO: ZUMBI VIVE!!!

Zumbi dos Palmares Imprimir E-mail
Zumbi dos Palmares

Cronologia

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• Mais ou menos em 1600: negros fugidos do trabalho escravo nos engenhos de açúcar, onde hoje são os estados de Pernambuco e Alagoas no Brasil, fundam na serra da Barriga o Quilombo dos Palmares. Os quilombos, eram povoados de resistência, seguiam os moldes organizacionais da república e recebiam escravos fugidos da opressão e tirania. Para muitos era a terra prometida, um lugar para fugir da escravidão. A população de Palmares em pouco tempo já contava com mais de 3 mil habitantes. As principais funções dos quilombos eram a subsistência e a proteção dos seus habitantes, e eram constantemente atacados por exércitos e milícias.

• 1630: Começam as invasões holandesas no nordeste brasileiro, o que desorganiza a produção açucareira e facilita as fugas dos escravos. Em 1644, houve uma grande tentativa holandesa de aniquilar com o quilombo de Palmares, que como nas investidas portuguesas anteriores, foi repelida pelas defesas dos quilombolas.

• 1654: Os portugueses expulsam os holandeses do nordeste brasileiro.

Porto A palavra Zumbi, ou Zambi, vem do africano zumbi. Em quimbundo "nzumbi", significa, grosso modo, "duende". No Brasil, Zumbi significa fantasma que, segundo a crença popular afro-brasileira, vagueia pelas casas a altas horas da noite.

História


O Quilombo dos Palmares (localizado na atual região de União dos Palmares, Alagoas) era uma comunidade auto-sustentável, um reino (ou república na visão de alguns) formado por escravos negros que haviam escapado das fazendas, prisões e senzalas brasileiras. Ele ocupava uma área próxima ao tamanho de Portugal e situava-se onde era o interior da Bahia, hoje estado de Alagoas. Naquele momento sua população alcançava por volta de trinta mil pessoas.

Zumbi nasceu em Palmares, Alagoas, livre, no ano de 1655, mas foi capturado e entregue a um missionário português quando tinha aproximadamente seis anos. Batizado 'Francisco', Zumbi recebeu os sacramentos, aprendeu português e latim, e ajudava diariamente na celebração da missa. Apesar destas tentativas de aculturá-lo, Zumbi escapou em 1670 e, com quinze anos, retornou ao seu local de origem. Zumbi se tornou conhecido pela sua destreza e astúcia na luta e já era um estrategista militar respeitável quando chegou aos vinte e poucos anos.

Por volta de 1678, o governador da Capitania de Pernambuco cansado do longo conflito com o Quilombo de Palmares, se aproximou do líder de Palmares, Ganga Zumba, com uma oferta de paz. Foi oferecida a liberdade para todos os escravos fugidos se o quilombo se submetesse à autoridade da Coroa Portuguesa; a proposta foi aceita, mas Zumbi rejeitou a proposta do governador e desafiou a liderança de Ganga Zumba. Prometendo continuar a resistência contra a opressão portuguesa, Zumbi tornou-se o novo líder do quilombo de Palmares.

Quinze anos após Zumbi ter assumido a liderança, o bandeirante paulista Domingos Jorge Velho foi chamado para organizar a invasão do quilombo. Em 6 de fevereiro de 1694 a capital de Palmares foi destruída e Zumbi ferido. Apesar de ter sobrevivido, foi traído por Antonio Soares, e surpreendido pelo capitão Furtado de Mendonça em seu reduto (talvez a Serra Dois Irmãos). Apunhalado, resiste, mas é morto com 20 guerreiros quase dois anos após a batalha, em 20 de novembro de 1695. Teve a cabeça cortada, salgada e levada ao governador Melo e Castro. Em Recife, a cabeça foi exposta em praça pública, visando desmentir a crença da população sobre a lenda da imortalidade de Zumbi.

Em 14 de março de 1696 o governador de Pernambuco Caetano de Melo e Castro escreveu ao Rei: "Determinei que pusessem sua cabeça em um poste no lugar mais público desta praça, para satisfazer os ofendidos e justamente queixosos e atemorizar os negros que supersticiosamente julgavam Zumbi um imortal, para que entendessem que esta empresa acabava de todo com os Palmares."

Calvo


• 1670: Zumbi aos quinze anos de idade foge e regressa a Palmares. Neste mesmo ano de 1670, Ganga Zumba, filho da Princesa Aqualtune, tio de Zumbi, assume a chefia do quilombo, então com mais de trinta mil habitantes.

• 1675: Na luta contra os soldados portugueses comandados pelo Sargento-mor Manuel Lopes, Zumbi revela-se grande guerreiro e organizador militar. Neste ano, a tropa portuguesa comandada pelo Sargento-mor Manuel Lopes, depois de uma batalha sangrenta, ocupa um mocambo com mais de mil choupanas. Depois de uma retirada de cinco meses, os negros contra-atacam, entre eles Zumbi com apenas vinte anos de idade, e após um combate feroz, Manuel Lopes é obrigado a se retirar para Recife. Palmares se estendia então da margem esquerda do São Francisco até o Cabo de Santo Agostinho e tinha mais de duzentos quilômetros de extensão, era uma república com uma rede de onze mocambos, que se assemelhavam as cidades muradas medievais da Europa, mas no lugar das pedras haviam paliçadas de madeira. O principal mocambo, o que foi fundado pelo primeiro grupo de escravos foragidos, ficava na Serra da Barriga e levava o nome de Cerca do Macaco. Duas ruas espaçosas com umas 1500 choupanas e uns oito mil habitantes. Amaro, outro mocambo, tem 5 mil. E há outros, como Sucupira, Tabocas, Zumbi, Osenga, Acotirene, Danbrapanga, Sabalangá, Andalaquituche.

• 1678: A Pedro de Almeida, governador da capitania de Pernambuco, mais interessava a submissão do que a destruição de Palmares, após inúmeros ataques com a destruição e incêndios de mocambos, eles eram reconstruídos, e passou a ser economicamente desinteressante, os habitantes dos mocambos faziam esteiras, vassouras, chapéus, cestos e leques com a palha das palmeiras. E extraiam óleo da noz de palma, as vestimentas eram feitas das cascas de algumas árvores, produziam manteiga de coco, plantavam milho, mandioca, legumes, feijão e cana e comercializavam seus produtos com pequenas povoações vizinhas, de brancos e mestiços. Sendo assim o governador propôs ao chefe Ganga Zumba a paz e a alforria para todos os quilombolas de Palmares. Ganga Zumba aceita, mas Zumbi é contra, não admite que uns negros sejam libertos e outros continuem escravos. Além do mais eles tinham suas próprias Leis e Crenças e teriam que abrir mão de sua cultura.

• 1680: Zumbi assume o lugar de Ganga Zumba em Palmares e comanda a resistência contra as tropas portuguesas. Ganga Zumba morre assassinado com veneno.

• 1694: Domingos Jorge Velho e Bernardo Vieira de Melo comandam o ataque final contra a Cerca do Macaco, principal mocambo de Palmares e onde Zumbi nasceu, cercada com três paliçadas cada uma defendida por mais de 200 homens armados, após 94 anos de resistência, sucumbiu ao exército português, e embora ferido, Zumbi consegue fugir.

• 1695, 20 de Novembro: Zumbi foi traído e denunciado por um antigo companheiro, ele é localizado, preso e degolado aos 40 anos de idade. Zumbí ou "Eis o Espírito", virou uma lenda e foi amplamente citado pelos abolicionistas como herói e mártir.

Atualmente, o dia 20 de novembro, feriado em mais de 200 cidades brasileiras, é celebrado como Dia da Consciência Negra. O dia tem um significado especial para os negros brasileiros que reverenciam Zumbi como o herói que lutou pela liberdade e como um símbolo de liberdade. Hilda Dias dos Santos incentivou a criação do Memorial Zumbi dos Palmares.

Várias referências nas artes fazem tributo a seu nome:


• Música composta por Edu Lobo e Vinicius de Moraes e popularizada por Elis Regina.

• Mencionado em diversas letras da banda Soulfly.

• Mencionado na música "Ratamahatta", da banda Sepultura.

• Seu nome é dado a um lutador no jogo feito em Adobe Flash: Capoeira Fighter 2.

• Quilombo, 1985, filme de Carlos Diegues sobre o Quilombo dos Palmares, ASIN B0009WIE8E

• Gilberto Gil lançou um CD chamado "Z300 Anos de Zumbi".

• A banda de nome Chico Science & Nação Zumbi (atualmente é chamada somente de Nação Zumbi, após a morte do vocalista Chico Science).

• Música de Jorge Ben também cantada por Caetano Veloso nos CDs Noites do Norte e Noites do Norte Ao Vivo.

• Música "300 anos" gravada por Alcione em 2007 (composta por Alty Veloso e Paulo César Feital).

• Nome do aeroporto de Maceió, Alagoas (Aeroporto Internacional Zumbi dos Palmares).

Referências bibliográficas


• CARNEIRO,Edison.O Quilombo dos Palmares, Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 3a ed., 1966, p. 35

• FONSECA Júnior, Eduardo. Zumbi dos Palmares, A História do Brasil que não foi Contada. Rio de Janeiro: Soc. Yorubana Teológica de Cultura Afro-Brasileira, 1988. 465 p.

• FREITAS, Décio. Palmares, a guerra dos escravos. Porto Alegre: Movimento,1973.

• LEAL, I.S. & LEAL, A. (1988). O menino de palmares. Coleção "Jovem do Mundo Todo". Editora Brasiliense. 18ª Edição.

• MARTINS Souza, José.Divisões Perigosas: Políticas Raciais no Brasil Contemporâneo.Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira,2007 p.99

• SANTOS, Joel Rufino dos. (1988). Zumbi. Projeto Passo à Frente - Coleção Biografias.Editora Moderna.

• SCISÍNIO, Alaôr Eduardo. Dicionário da escravidão. Rio de Janeiro: Léo Christiano, 1997.

• VAINFAS, Ronaldo (org.). Dicionário do Brasil Colonial. Rio de Janeiro: Objetiva, 2000.

sábado, 24 de outubro de 2009

Declaração de Caracas do Primeiro Encontro Latino-americano contra o Terrorismo Midiático

Declaração de Caracas do Primeiro Encontro Latino-americano contra o Terrorismo Midiático

1. Jornalistas, comunicadores e estudiosos da comunicação da América Latina, Caribe e Canadá, reunidos em Caracas entre 27 e 30 de março de 2008 neste Primeiro Encontro Latino-americano contra o Terrorismo Midiático, denunciamos o uso da falsificação pelas transnacionais informativas como uma agressão permanente contra os povos e governos que lutam pela paz, a justiça e a inclusão.

2. O terrorismo midiático é a primeira expressão e condição necessária do terrorismo militar e econômico que os países do Norte industrializado empregam para impor à humanidade sua hegemonia imperial e seu domínio neocolonial. Como tal é inimigo da liberdade, da democracia e da sociedade aberta e deve ser considerado como a peste da cultura contemporânea.

3. Em nível regional, o terrorismo midiático, utilizado como arma política na derrubada de governos democráticos de países como Guatemala, Argentina, Chile, Brasil, Panamá, Granada, Haiti, Peru, Bolívia, República Dominicana, Equador, Uruguai e Venezuela, está sendo empregado hoje para sabotar qualquer acordo humanitário ou saída política para o conflito colombiano e para regionalizar a guerra na região andina.

4. A atual luta democrática no Equador, Bolívia e Nicarágua, junto ao Brasil, Argentina, Uruguai e México, confirma a vontade política de nossas sociedades para desbaratar a agressiva e simultânea campanha de difamação das transnacionais informativas e da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP). Cuba e Venezuela representam com clareza os marcos mais vigorosos desta batalha ainda não concluída. Por outro lado, estamos obrigados a redobrar nossos esforços diante da dramática situação pela qual atualmente atravessa o jornalismo democrático no Peru, Colômbia e outras nações.

5. Este Encontro Latino-americano mostrou a necessidade de criar a Plataforma Internacional contra o Terrorismo Midiático, que convoca a um novo encontro, a ser realizado em um prazo não maior de dois meses, para o que atuará em conjunto com outras organizações como a Federação Latino-americana de Jornalistas (Felap) que, no crescimento da consciência dos povos latino-americanos e caribenhos, defendeu com exemplaridade o direito à verdade e ao distintivo que mantêm seus princípios: Por um jornalismo livre em pátrias livres.

6. Obstinada em criminalizar todas as modalidades de luta e resistência popular, sob pretexto de uma falaciosa noção de segurança, a administração fundamentalista de George W. Bush foi responsável pela sistemática agressão terrorista dos últimos anos contra os meios de comunicação alternativos, populares, comunitários e inclusive alguns empresariais.

7. A informação não é uma mercadoria. Tal como a saúde e a educação, a informação é um direito fundamental dos povos e deve ser objeto de políticas públicas permanentes.

8. Convencidos de que esta história começou há 200 anos, ratificamos o compromisso dos que nela nos precederam com o propósito de nos ajustar a um exercício ético de nossa profissão, apegados aos valores da democracia real e afetiva e à veracidade que se merece a diversidade de pensamentos, crenças e culturas.

9. Não só a SIP, mas grupos de choque como Repórteres Sem Fronteiras, respondem aos ditames de Washington na falsificação da realidade e na difamação globalizada. Neste contexto, a União Européia cumpre um papel vergonhoso que contradiz a heróica luta de seus povos contra o nazi-fascismo.

10. Na forja da unidade dos povos latino-americanos e caribenhos, os firmantes desta Declaração chamam os professores e estudantes de comunicação social a considerar o terrorismo midiático como um dos problemas centrais da humanidade. Convocamos os jornalistas livres a se comprometerem a redobrar seus esforços em prol da paz, do desenvolvimento integral e da justiça social.

11. Neste espírito, exortamos os chefes de Estado da América Latina e do Caribe a incluir o tema do Terrorismo midiático em todas as reuniões e fóruns internacionais.

A grande e as novas mídias em debate!!! (Portal Vermelho)

Mídia

23 de Outubro de 2009 - 18h14

Nassif, Kucinski e Venício: a grande e as novas mídias em debate

A crescente partidarização da grande mídia e os dilemas da Conferência Nacional de Comunicação (Confecom) foram os temas que dominaram o debate “A mídia hegemônica e a liberdade de expressão”, nesta quinta-feira (22), em São Paulo. Com a participação do pesquisador Venício Lima e dos jornalistas Bernardo Kucinski e Luis Nassif, o evento reuniu cerca de cem pessoas — de estudantes a professores de Comunicação, passando por jornalistas, blogueiros e lideranças políticas.

Não faltaram visões polêmicas ao longo do debate, que foi promovido pelo Vermelho e pela Fundação Perseu Abramo. Ao mesmo tempo em que endossou as acusações de que a revista Veja promove “uma política de achaques e chantagens”, Nassif sustentou que, com a internet, “acabaram os donos da opinião”.

Kucinski criticou as prioridades e até certas terminologias dos debates em comunicação. Para surpresa da plateia, propôs que o alvo principal da conferência seja o governo Lula — porque “não cumpriu os compromissos firmados em campanha” nem procurou alterar a correlação de forças no setor midiático.

Já Venício afirmou, peremptoriamente, que a mídia é que “está se lixando para a opinião pública”, ao manter “indistinção entre o que é opinião e o que é informação”. É de assuntos do gênero que ele, Venício, e Kucinski tratam em Diálogos da Perplexidade — Reflexões Críticas sobre a Mídia (Editora Perseu Abramo), lançado também na quinta-feira, logo após o debate.

Saudade dos anos 90

Para Nassif, a crise da “opinião pública midiatizada” é o resultado de um longo processo. Depois de ascender sensivelmente na década de 1980 — no rastro da campanha pelas Diretas-Já —, a grande mídia atingiu seu auge em 1992, quando ajudou a derrubar o presidente Fernando Collor de Mello. “Com o impeachment, a mídia se reveste de um poder tal que tudo lhe é permitido, inclusive manipular”.

Nassif, no entanto, aponta deturpações e abusos dos veículos de comunicação já na “abjeta” campanha contra Collor. “A notícia é completamente estuprada. Cria-se um priapismo midiático, e os jornais começam a estampar um escândalo por dia, sem se preocupar em checar os fatos. O factóide vira a norma”, disse Nassif.

Na opinião do jornalista, a imprensa — com a Veja e a Folha de S.Paulo à frente — se perdeu na década atual. “Quando ocorre o escândalo do mensalão, a mídia faz um pacto com as vozes dissidentes para derrubar o Lula. Eles viram a chance de voltar aos tempos de glória dos anos 90 e, para isso, gastaram todo o patrimônio de credibilidade”. Além de transformar os três poderes em seus reféns, a mídia põe seus colunistas para “dar ordens”, com manchetes do tipo “a oposição está de joelhos”.

A exacerbação teve um custo. “Dois ou três grupos dominaram por décadas o mercado de opinião, que agora está pulverizado”, analisa Nassif. “A imprensa tinha predomínio sobre o leitor. Mas, hoje em dia, a soma dos temas legítimos não precisa passar pelo filtro da mídia.”

Incompetência da esquerda?

Muito mais “à esquerda” que Nassif, Kucinski assevera que os desvios dos grandes veículos de comunicação são históricos, e não pontuais. “O poder midiático — um monopólio construído sobre concessões públicas — é culturalmente golpista, autoritário, elitista e antipovo”, frisa.

Em sua opinião, no entanto, os setores progressistas não podem jogar toda a culpa nas costas da mídia hegemônica. “A imprensa burguesa apenas faz o que não podemos fazer. O PT, que é o maior partido de esquerda do Brasil, não tem um diário, não tem uma revista popular. A maior central sindical também não tem.”

De acordo com Kucinski, apesar da “profundidade e do enorme alcance da revolução digital, permanece nesta nova era o grande poder midiático”. Os jornalistas, porém, são mais co-responsáveis do que nunca. “Há uma degeneração da ética jornalística, e é uma pena que o Sindicato dos Jornalistas não faça nada a respeito. Temos um código de ética que é uma farsa. É preciso cobrar uma cláusula de consciência contra o assédio ideológico da mídia.”

E o governo Lula, diz Kucinski, também está no banco dos réus. “Lula pôs o Henrique Meirelles no Banco Central e o Hélio Costa no Ministério das Comunicações. Fez, assim, um pacto sincero com o capital financeiro e um pacto insincero com a Globo.” Segundo o jornalista, o presidente vai terminar seu segundo mandato sem dar conta de inúmeras promessas na área de comunicação, como o recadastramento das concessões públicas e a revisão dos critérios da publicidade.

De Gramsci a William Bonner

Venício aprofundou a ideia de as grandes transformações da atualidade opõem as novas tecnologias (essencialmente democratizantes) às velhas mídias (monopolizadas), mas não há uma transição automática. “A grande mídia ainda é capaz de fazer muito estrago.”

Nesse sentido, o pesquisador evoca uma célebre síntese formulada pelo revolucionário italiano Antonio Gramsci (1891-1937) nos Cadernos de Cárcere: “A crise consiste precisamente no fato de que o velho está morrendo e o novo ainda não pode nascer. Nesse interregno, uma grande variedade de sintomas mórbidos aparece”. Gramsci tratava da “crise de autoridade”. Venício aborda as comunicações nesta primeira década do século 21.

Não que falte enfrentamento. É na América Latina que ocorrem, segundo Venício, “as principais experiências de mudanças significativas na regulação da mídia”. Venezuela, Equador, Argentina, Uruguai e Bolívia são exemplos de países que puseram limites à concentração e à ditadura da mídia. “Respeitadas as diferenças e as especificidades, o que há em comum entre todos esses países é que seus governos foram eleitos por setores que estavam excluídos do processo político. O que os caracteriza é a mobilização — e não a manipulação — da sociedade civil.”

No Brasil, a convocação da Conferência Nacional de Comunicação — marcada para os dias 13, 15, 16 e 17 de dezembro, em Brasília — é um passo ainda tímido, mas indispensável para o debate da democratização da mídia. Venício recorda que, dias atrás, o global William Bonner falou a estudantes da UnB que sobra democracia nas comunicações. “São seis grandes grupos disputando democraticamente entre si”, zombou o apresentador do Jornal Nacional. Ao que consta, nenhum estudante consentiu.

De São Paulo,
André Cintra

PACTO PT-PMDB CAREC INCORPORAR A ESQUERDA!!!

Brasil

22 de Outubro de 2009 - 17h47

Pacto PT-PMDB carece incorporar a esquerda, diz Jô Moraes

A pré-aliança eleitoral entre o PT e PMDB foi o primeiro passo para a continuidade do projeto político que dá sustentação ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas ela não satisfaz e não garante a polarização desse campo com os tucanos na disputa de 2010. Isso só será assegurado com incorporação nesse processo do núcleo dos partidos de esquerda, leia-se PCdoB e PSB. A análise é da deputada federal Jô Moraes (PCdoB-MG), ex-candidata à Prefeitura de Belo Horizonte.

Para ela, o pré-candidato do PSB, deputado Ciro Gomes (SP), é uma figura política de expressão nesse processo. “Neste momento, ele está cumprindo uma importante tarefa de demarcar com os tucanos, aos ataques que eles fazem a nossa experiência”, disse.

Porém, a parlamentar acredita que o pré-candidato do PSB não será um empecilho para a formatação de uma ampla aliança. “Ele tem um profundo compromisso com essa experiência levado a cabo pelo governo do presidente Lula, evidentemente que com o passar do tempo e a intensificação do debate, ele saberá se posicionar da melhor forma que não atrapalhe a polarização.”

Segundo ela, quem vai dar o caráter de continuidade ao projeto político em voga será justamente os partidos de esquerda. As siglas, no seu entendimento, deverão intervir no programa e na coordenação de uma aliança eleitoral mais ampla, “jogando um papel decisivo.”

Jô Moraes argumenta que foi por meio das bandeiras programáticas apresentadas pela esquerda que o governo Lula avançou. “Não será numa plataforma de centro que vai se caracterizar a polarização. Por isso, que a pactuação entre PT e PMDB tem que se somar de forma decisiva à articulação da esquerda”, explicou.

Oposição à deriva

Por outro lado, a deputada mineira salienta as dificuldades do campo oposicionista para as eleições de 2010, sobretudo a complexidade que tem o PSDB e o Democratas para a formatação de um projeto para o país. “A oposição não tem o que apresentar de novo à sociedade. Os dois possíveis candidatos (os governadores de São Paulo, José Serra, e o de Minas, Aécio Neves) não têm identidade de ação política. Eles são de dois estados que historicamente se confrontam no interior do PSDB”, diz.

Na sua opinião, a oposição está perdida por falta de projeto e também pela “enorme dificuldade de conviver com os fatos positivos que o Brasil vive”. Citou o processo de superação da crise econômica com o desencadeamento de projetos de investimentos públicos que ativam a economia.

Ao se referir ainda ao governo Lula, a deputada destacou a articulação do diálogo com a sociedade, principalmente com as centrais sindicais e com a União Nacional dos Estudantes (UNE). “Isso a oposição não tem o que responder. Não consegue criticar. Não consegue apresentar qualquer outro tipo de alternativa mais avançada. Ao mesmo tempo as forças da situação buscam tomar passos que avance no sentido de caracterizar que as eleições de 2010 vai ser uma eleição entre eles e nós.”

Política mineira

Jô Moraes avisa para quem não conhece os meandros da política em Minas Gerais que é quase nula a possibilidade do governador Aécio Neves ser o candidato a vice numa chapa puro sangue do PSDB. Ou seja, não há sustentação no estado para esse projeto tucano. “Há uma tendência muito nítida e clara de que São Paulo não deixará uma figura política de Minas dirigir o país (...). Nesse momento o governador tenta manter-se na disputa, mas há uma tendência natural de ele ser candidato ao Senado”, avaliou.

“Os que consideram que ele será o vice do candidato de São Paulo tem pouco conhecimento do que seja a dinâmica econômica e política de Minas Gerais. Minas ao longo de sua história nunca se colocou a serviço da construção do projeto paulista”.

Da Sucursal de Brasília,
Iram Alfaia

PSDB USA DINHEIRO DO "TRABALHO E EMPREGO" PARA "PERFUMARIAS" DA CIDADE!!!

19/10/2009

INCOERÊNCIA

Prefeito quer reformar Rua 24 Horas com recursos da Secretaria do Trabalho

Dinheiro deveria ser aplicado em políticas de qualificação profissional para a juventude, uma vez que Curitiba perdeu pelo menos sete mil vagas do Projovem Trabalhador

A Prefeitura enviou à Câmara Municipal um crédito adicional especial de R$ 1,27 milhão. O objetivo é remanejar recursos da Secretaria Municipal do Trabalho e Emprego (SMTE) para a Urbanização de Curitiba S.A (URBS). O dinheiro seria utilizado para a revitalização da Rua 24 Horas. O projeto de Lei foi aprovado nesta segunda-feira (19) pela Comissão Economia, Finanças e Fiscalização da Câmara e em breve deve ir à votação em plenário. A líder do PT, vereadora Professora Josete, apresentou voto contrário à proposta.

“Não temos nada contra a revitalização da Rua 24 horas; ela é um importante cartão postal da cidade e deve estar sempre bem conservada, mas discordamos da forma como a reserva de recursos está sendo feito”, diz a parlamentar. A SMTE é uma das pastas que tem um dos menores orçamentos em Curitiba. Ela é responsável pelas políticas públicas voltadas ao Trabalho e Emprego. Nos últimos dias, devido a diversos impasses com a Procuradoria Geral do Município (PGM), a pasta perdeu a oportunidade de atender pelo menos sete mil jovens de baixa renda por meio do Projovem Trabalhador, projeto do Governo Federal voltado à qualificação profissional.

“Por isso, ainda mais neste momento, não faz sentido retirar dinheiro da SMTE para outros fins que não seja o investimento em Trabalho e Emprego; milhares de jovens de baixa renda não vão ser atendidos pelo Projovem; então, esse recurso, que agora vai ser enviado à URBS, poderia ser investido em ações complementares de qualificação profissional”, defende a parlamentar. Para a vereadora, a proposta enviada pelo Prefeito demonstra que a atual Administração Municipal não dá a devida importância a este tema, diretamente vinculado aos problemas com a segurança pública sentidos na cidade.

O mandato entrou em contato com a SMTE. A notícia pegou de surpresa a própria secretaria, que não sabia que a Prefeitura pretendia fazer essa manobra no orçamento.

“Outro ponto complicado é que a Prefeitura não enviou nenhum projeto de revitalização da Rua 24 horas; não sabemos qual é a proposta da Prefeitura para aquele espaço, que precisa, sim, ser revitalizado, mas não com dinheiro da SMTE”, afirma.

Além da Professora Josete, a vereadora Noemia Rocha (PMDB), votou contra a iniciativa. Os outros sete vereadores da Comissão, todos da bancada de apoio ao prefeito Beto Richa, foram favoráveis à mensagem do Executivo.

Confira, a seguir, a íntegra do parecer do mandato sobre o crédito adicional especial:



CÂMARA MUNICIPAL DE CURITIBA
GABINETE DA VEREADORA PROFESSORA JOSETE

VOTO CONTRÁRIO AO PARECER DO RELATOR

Após análise do Projeto de Lei 013.00016.2009, chegamos ao seguinte parecer:

1. O projeto atende aos requisitos para abertura de créditos especiais estabelecidos no art.43 parágrafo 1º da lei 4320/64, porém, o mesmo não atende o artigo 4º, parágrafo único do Regulamento Interno da Comissão de Economia, Finanças e Fiscalização.

“ Parágrafo único: Os subsídios e informações a que se refere o “caput” deste artigo, servirão de apoio técnico ao relator da matéria para exarar seu parecer, devendo estar apenso ao processo no prazo máximo de dois anos contados da data em que a matéria deu entrada na Comissão.”

Consta que, o referido crédito será destinado à: Reforma e Melhorias em Equipamentos Urbanos – Obras de Reformas e Melhorias na Rua 24 horas – porém, não foram apensados ao referido Projeto de Lei, nem o Projeto da Obra e nem o detalhamento dos custos da mesma.

2. Em contato com a SMTE, Departamento de Qualificação para o Trabalho, fomos informados do desconhecimento e perplexidade quanto à anulação parcial de recursos destinados a esta secretaria, haja vista que recursos destinados a mesma precisa, constantemente, de novos recursos para desenvolver os projetos relacionados à Política Municipal, voltada à Geração de Trabalho, Emprego e Renda. Também não consta neste processo o parecer do Conselho Municipal do Emprego e Relações do Trabalho, cuja função trata das Políticas Públicas para o Emprego e Geração de Renda no Município, órgão do Controle Social afeto nesta temática.

3. Como salienta o relator “temos acompanhado atentamente a discussão sobre o problema da decadência desse cartão postal da capital paranaense, bem como as propostas de revitalização trazidas à tona nesta Câmara Municipal por nobres colegas parlamentares”, porém, em momento algum, nos foi apresentado o projeto que define o gerenciamento do referido espaço, bem como estudos que garantem a viabilidade econômica e social do empreendimento para a população curitibana.

4. Há, aproximadamente, 2 (dois meses), devido à perda de prazos, foi cancelado convênio relativo ao PROJOVEM Trabalhador que tem o objetivo de qualificar jovens e inserí-los no mercado trabalho, entre a PMC e o Governo Federal, prejudicando mais de 7 mil jovens.

5. Diante dos fatos, consideramos que, além das questões normatizadas no Regulamento Interno desta Comissão, não há argumentos econômicos plausíveis que indiquem a concordância em subtrair recursos da SMTE à favor da URBS, ou seja, o voto é contrário ao parecer do relator, tendo em vista a necessidade primeira de qualificar a população e encaminhá-la ao mercado de trabalho.

6. Salientamos que a contrariedade é quanto à origem dos recursos (SMTE ) e não quanto à revitalização da Rua 24 Horas.

Vereadora Professora Josete

Assessoria de Imprensa do Mandato

domingo, 18 de outubro de 2009

SEMINÁRIO: OS RUMOS DO PRÉ-SAL!!! CURITIBA-PR

Governo faz seminário para debater os rumos do pré-sal - 22/10/2009 - CANAL DA MÚSICA(09h00)

“Pré-sal – o Brasil no caminho certo” é tema do seminário que será realizado na próxima quinta-feira (22), das 9 às 13 horas, no Canal da Música, em Curitiba. Promovido pelo Governo do Paraná, com apoio dos partidos políticos paranaenses, o evento tem por objetivo apoiar a mudança do marco regulatório e apontar alternativas para a distribuição de royalties, propondo que contemple todos os estados brasileiros.

Participarão do seminário os ministros Edison Lobão, de Minas e Energia, e Paulo Bernardo, do Planejamento, o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, deputados federais e dirigentes da Federação Única dos Petroleiros (FUP) e da Associação dos Engenheiros da Petrobrás.

Proposto pelo governador Roberto Requião e organizado pela Casa Civil, o seminário é aberto para toda a sociedade. “Essa iniciativa é de fundamental importância para o Paraná. Por isso recebeu o apoio dos dirigentes dos partidos políticos no Estado, caracterizando-se como um movimento supra-partidário na defesa dos interesses do povo paranaense”, explica o secretário da Casa Civil, Rafael Iatauro.

Iatauro destaca também que, como o seminário recebeu o apoio dos partidos políticos no Paraná, deverá contar com a presença da bancada federal paranaense, dos senadores, deputados estaduais, prefeitos e entidades de classe.

Serviço: Seminário “Pré-sal – o Brasil no caminho certo”
Data: quinta-feira, dia 22
Horário: das 9 às 13 horas
Local: Canal da Música, em Curitiba,
O evento é aberto ao público, com transmissão pela TV Educativa

DIA 21/10 - MOBILIZAÇÃO NACIONAL POR MELHORIAS NO JUDICIÁRIO!!!

A deliberação foi tomada em Brasília no dia 16 de setembro, quando representantes de entidades sindicais dos trabalhadores no judiciário de 14 estados estiveram reunidos na Capital Federal. Na oportunidade, juntamente com a Federação Nacional dos Trabalhadores no Judiciário dos Estados (Fenajud), as lideranças elegeram o dia 21 de outubro como o Dia Nacional de Lutas do Judiciário. O esforço é para que ocorram mobilizações em todas as unidades da federação com paralisações em protesto contra a Resolução 88/09 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que determinou aos tribunais que sejam elevadas as jornadas de trabalho para 8 horas diárias. No mesmo dia, representantes sindicais deverão promover ato político em Brasília.

VALORIZAÇÃO
Já no dia 9 de novembro, o Sindijus-PR prepara um grande mobilização para marcar a Audiência Pública: Valorização dos Servidores do Judiciário.
Plenárias Regionais estão acontecendo no interior do Estado, mas deve acontecer também na Capital. Já ocorreram plenárias em Cianorte, Cascavel, Londrina e Maringá. As próximas vão acontecer em Guarapuava no dia 16/10; Francisco Beltrão no dia 23/10 e em Ponta Grossa, no dia 30/10.
Segundo Mário Cândido de Oliveira, coordenador-geral do Sindijus-PR em exercício, a Plenária da Capital será agendada em comum acordo com as lideranças da Capital. Ainda segundo Mário Cândido, em Brasília, as entidades pediram ao CNJ a realização de uma audiência pública ou consulta pública em caráter de urgência para tratar da Resolução 88/09.
Outra medida aprovada na reunião em Brasília foi para que a Fenajud intervenha junto à Câmara dos Deputados para que aquela Casa realize uma audiência pública para tratar, além da Resolução do CNJ, da PEC 190/07 (que cria carreira única no judiciário).

O SAS: PROBLEMAS E SOLUÇÕES!!!

APP e Fórum dos Servidores levam a questão da saúde pública estadual à Assembleia

Servidores pediram aos parlamentares a aprovação de projetos referente à saúde dos trabalhadores do serviço público



Dando seqüência à mobilização do Dia do Professor, teve início na tarde desta quinta-feira, no plenarinho da Assembleia Legislativa do Paraná, a audiência pública para debater a saúde dos educadores e das demais categorias dos servidores estaduais. Durante a atividade, o público pode conhecer, por meio da revelação dos dados da pesquisa realizada pela APP-Sindicato com 2.400 educadores, um pouco mais sobre o quadro da saúde do educador paranaense.

Ao final, os servidores presentes pediram aos parlamentares a aprovação dos projetos de lei (PLs) que instituem a Política de Atenção Integral à Saúde dos Trabalhadores da Administração Pública do Estado do Paraná e reativa, em novos moldes, o IPE (que passaria a ser chamado de IPE-Saúde), substituindo o atual Sistema de Atendimento à Saúde (SAS), modelo que não atende às reivindicações dos funcionários públicos.

O Professor Lemos que abriu a audiência, afirmou no final do evento que os projetos serão levados para a Assembléia. "Se o governador não enviar, nós (deputados) vamos apresentá-los. Esse é um compromisso que o nosso mandato assume com o Fórum Estadual dos Servidores. Vamos angariar assinaturas e buscar apoio de outros parlamentares para fazer com que eles tramitem o mais rápido possível e que sejam aprovados ainda este ano.

O secretário e Saúde e Previdência da APP-Sindicato, Idemar Beki, falou sobre o resultado da pesquisa "Saúde e Condições de Trabalho dos Educadores do Paraná", fruto de um questionário que contou com a participação de 2.400 profissionais da educação. Além de trazer dados sobre os principais problemas encontrados no SAS, apresentou dados sobre doenças e condições de trabalho.

Segundo Idemar, 66% dos entrevistados responderam que adquirem doenças em virtude do seu local de trabalho. "A pesquisa revelou que o afastamento se deu em decorrência de depressão (30%), problemas de coluna (17%), que acometem mais os funcionários de escolas, problema de voz e respiratório, que somam mais de 30%. O descaso é tão grande que há situações em que educadores que foram à perícia médica e o perito, sem saber como diagnosticar as doenças específicas da categoria, respondeu a uma professora que ela estava com doença da alma", comentou.

A presidente da APP-Sindicato Marlei Fernandes de Carvalho, saudou os professores e todos os educadores presentes pela data de ontem. Lembrou que no dia 28 de outubro haverá mobilização do Fórum dos Servidores Públicos do Paraná. Segundo ela, o que estará em debate será a universalização da saúde por meio do SUS. "O que estamos vendo atualmente é um progressivo adoecimento de todas as categorias, a precarização da saúde e o não atendimento dos servidores. A APP luta por melhores condições de trabalho e entende também que o investimento em saúde é um investimento para a sociedade brasileira", declarou.

Ela explicou que desde 2003, a APP debate com o Fórum uma proposta para melhorias no atendimento a saúde dos servidores, no entanto, as propostas dos funcionários públicos foram engavetadas. "Queremos apresentar essa a nossa proposta, que é a regulação, pois alguns hospitais não estão realizando o atendimento da forma que desejamos e precisamos. O modele atual privilegia a iniciativa privada e o resultado disso é a precarização, a demora no atendimento, entre outros", acrescentou.

Segundo ela, para que a proposta dos educadores e demais servidores seja efetivada é preciso criar - em regime de urgência - um grupo de trabalho para discutir um modelo de saúde que passe pela avaliação dos representantes do Fórum, da Secretaria de Estado da Educação (Seed) e da Secretaria de Estado da Administração e da Previdência (Seap). "Vamos apresentar as nossas proposições para o governo e cobrar melhorias no atendimento da saúde dos educadores e de todos os servidores públicos", finalizou.

Ao final da exposição dos convidados presentes na mesa, o secretário de Imprensa e Divulgação da APP, Luiz Carlos Paixão da Rocha, falou sobre o risco que os educadores passarão se o Estado for omisso em relação à saúde dos educadores. "A pesquisa da APP apresenta um quadro de doenças psicológicas como depressão, síndrome de Bournout e Pânico que têm levado os educadores a se afastarem do ambiente escolar. Hoje o número de afastamento por exaustão profissional faz o Estado contrair gastos para fazer a substituição desses profissionais. Para reverter essa situação, precisamos da imediata aprovação desses projetos da área de saúde", destacou.

Saúde Mental - Para a deputada Rosane Ferreira, que também é enfermeira, a saúde mental dos professores precisa ser repensada pelo Estado, pois, sem avaliar os problemas decorrentes do atual ritmo de vida e das condições de trabalho, fica difícil impedir o adoecimento dos professores e da sociedade. "O enfrentamento da sala de aula, as condições físicas dos locais de trabalho e o comportamento dos estudantes fazem com que os professores adoeçam. Há casos de professores que entram pânico quando tem de voltar para sala de aula. É preciso construir uma saída não apenas para os educadores, mas para todos. A sociedade está adoecendo, o planeta está adoecendo", declarou.

Fórum dos Servidores - Para a coordenadora do Fórum dos Servidores, Elaine Rodella, o grande problema da saúde pública estadual é a destinação de recursos públicos para hospitais privados, pois a lógica destes não é a saúde como direito, mas como mercadoria. "Saúde é dever do Estado e direito do cidadão. Mas o que vemos hoje é que o SAS dá lucro a quem consegue ganhar a licitação", enfatizou.

De acordo com ela, o próprio governo divulga os recursos que são passados para os hospitais conveniados, no entanto, omite informações sobre o número dos servidores atendidos. "São milhões que esses hospitais embolsam sem fazer atendimento adequado. Por isso é preciso verificar que sistema é esse e qual o interesse que há por trás. Conseguimos esses dados na página do governo, mas se procurarmos dados de quantos foram atendidos não tem", desabafou. Outro ponto que destacou foi as restrições do SAS. Os hospitais conveniados não cobrem, por exemplo, cirurgias cardíacas, doenças cancerígenas, hemodiálise, o que acaba onerando o Sistema Único de Saúde (SUS).

Antes de finalizar, destacou ainda a falta de avaliação das condições de trabalho do funcionalismo. "O Estado fala em avaliação, mas ninguém nunca viu um profissional que faça esse trabalho. Os servidores trabalham em ambientes inadequados, correm riscos enormes a sua saúde. Nos hospitais, convivem com material contaminado e nas escolas a situação é semelhante, ou seja, não há controle. É preciso que haja uma estrutura para avaliar as condições e os processos de trabalho", apontou.

Para tanto afirma que a solução é a criação de uma comissão de saúde, eleita pelos trabalhadores sem interferência do poder público. "Hoje inexiste no Estado ocorrências de acidentes de trabalho. Temos trabalhadores nas penitenciárias, na educação, nos educandários, na agricultura, que convivem com trabalho insalubre, periculoso, mas faltam dados que revelem os fatores que fazem com que o servidor público adoeça. Há negligência, omissão. Estamos à mercê de todo tipo de risco e sem nenhum tipo de trabalho preventivo", concluiu.

Invisibilidade - O deputado federal Dr. Rosinha mencionou a invisibilidade das doenças de trabalho. Segundo ele, as empresas de comunicação divulgam dados de doenças, acidentes, mas mantêm um profundo silêncio em relação às doenças do trabalho. "O trabalho e ausência de trabalho são causas de doenças. No primeiro caso, o atual desenvolvimento tecnológico traz contato com novos produtos (indústria química) e, entre outros, gera novas patologias como stress, LER, pânico. Na falta de trabalho, o adoecimento concentra-se nos jovens que, sem alternativas, praticam violência, furtos", exemplificou.

Dr. Rosinha fez ainda a defesa do SUS. O parlamentar explicou que, ao contrário do que a grande imprensa divulga, o SUS é um sistema que abrange serviços desconhecidos pela população. "O SUS integra a vigilância sanitária e epidemiologia, a prevenção a saúde, além de atender patologias de alto custo. Transplante coração, hemodiálise, câncer são custeados pelo SUS. O servidor público não pode negar a importância desse sistema", defendeu.

Além dos citados, a composição da mesa na audiência pública contou com a participação da procuradora do trabalho, representando o Ministério Publico do Trabalho, Renée Araujo Machado, dos deputados estaduais Tadeu Veneri e Péricles de Melo, da secretária geral da CUT-Paraná, Marisa Stedile, do presidente da União Paranaense dos Estudantes (UPE), Rafael Clabonde. A atividade também contou com a presença de toda a diretoria da APP.