sexta-feira, 4 de junho de 2010

Eleições de 2010 estão na terceira onda de campanhas na internet

*Eleições de 2010 estão na terceira onda de campanhas na internet*

*As redes sociais estão na moda agora, como foram antes os blogs e sites
pessoais. A relação entre candidato e eleitor fica mais próxima*


Juliana Braga - Da Secretaria de Comunicação da UnB

Twitter, Orkut e Facebook estão entre os principais fronts da disputa
eleitoral de 2010. É a terceira onda das campanhas no mundo virtual, segundo
o professor Marcello Barra, da Sociologia. As redes sociais da internet
diminuem as distâncias entre políticos e eleitorado e favorece a
fiscalização após as eleições. “Os eleitores têm a oportunidade de dizer
diretamente para o político o que pensam”, explica.

Isso fortalece a relação entre o eleitor e candidato porque na internet o
cidadão se sente mais a vontade para cobrar. Para os candidatos, a vantagem
é saber o que passa na cabeça do eleitorado. Mudando, inclusive, suas
propostas políticas. O cientista político Rodolfo Teixeira, doutor pela UnB,
diz que a importância das redes sociais está no espaço aberto para
comentários que serão lidos por outros eleitores. “Antes o cidadão lia
jornais, via TV e, quando muito, comentava com os amigos. Não saía dali.
Hoje o eleitor é também um formador de opinião”, sustenta.

O uso da internet nas campanhas não é novidade. O que muda são as
ferramentas. “As mudanças são tão dinâmicas que de uma eleição para outra
aparecem elementos completamente novos que não existiam na anterior. Daqui a
quatro anos vai ser tudo novo de novo”, brinca Marcello. Foi com base nessas
ferramentas que ele dividiu as campanhas virtuais em três ondas. Além da
terceira, em que predominam as redes sociais, o professor identificou a dos
sites e a dos blogs.

*HISTÓRICO -* Nas eleições de 2002, a internet começou a ser usada por meio
de sites pessoais e dos partidos. Aumentou o alcance das informações, mas o
eleitor ainda era passivo. O cidadão lia as informações, mas não tinha
espaço para comentar ou dialogar com os políticos. Já em 2006, na segunda
onda, apareceram os blogs. Havia espaço para comentários, mas eles eram
regulados. Mesmo assim, as contribuições do eleitorado eram ouvidas e podiam
influenciavar as propostas dos candidatos.

Independente da ferramenta utilizada, a internet veio para ficar nas
campanhas eleitorais. Rodolfo Teixeira alerta: “Os eleitores podem não ter
se dado conta, mas os políticos já perceberam a importância do mundo virtual
e tentam controlá-lo”. Por isso o tema foi alvo de debate no Congresso
Nacional durante a consolidação da Legislação Eleitoral para 2010.

Depois das discussões ficou estabelecido que as campanhas não serão
permitidas em sites de pessoas jurídicas e da administração pública, que não
poderão ser pagas, e que devem ser suspensas cinco dias antes das eleições.
Os infratores estão sujeitos a multas que chegam a R$ 30 mil.

O controle dos comentários e das redes sociais, entretanto, ficou de fora do
texto final. Mesmo assim, Rodolfo alerta que a legislação pode acabar sendo
ineficiente. Não tem como punir candidatos que hospedem sites em provedores
de outros países. Nem eleitores que decidam se manifestar às vésperas das
eleições. “Se todo mundo fizer comentários, vamos fazer o quê? Sair multando
todo mundo? Não tem como controlar”, aponta Rodolfo.

*TELEVISÃO –* A internet tende a diminuir a importância que é dada ao espaço
na campanha obrigatória veiculada no rádio e na TV. “Uma parte dos acordos
políticos feitos hoje, parte deles escusos, visam maior espaço na propaganda
eleitoral obrigatória. Já a internet não é moeda de troca, como a TV. É
território livre”, acredita Marcello. A internet está disponível sempre que
o eleitor quiser alguma informação, não só em horários estabelecidos como na
propaganda televisiva. E favorece principalmente pequenos partidos, que não
dispõem do mesmo tempo dos grandes.

Mas grandes as mudanças só devem ser sentidas a longo prazo. A televisão
atinge quase toda a população brasileira. Já a internet só está disponível
para pessoas com maior poder aquisitivo. Por isso é difícil medir qual será
o impacto das campanhas virtuais nas urnas. Rodolfo acredita que a internet
influenciará mais em locais onde o número de eleitores é menor. Nas eleições
presidenciais, entretanto, não há como prever qual será o peso das campanhas
na internet. “Será importante para atrair o público mais jovem e com mais
poder aquisitivo. Mas não dá pra traduzir isso em números”, avalia.

As eleições de 2010 trazem ainda outra novidade. O Tribunal Superior
Eleitoral autorizou a doação de campanha pela internet. Identificado pelo
CPF, qualquer cidadão poderá contribuir com seu candidato o cartão de
crédito. Apesar de ser novidade no Brasil, a fórmula já é usada em outros
países e foi uma das principais fontes de recursos da campanha do presidente
Barack Obama nos Estados Unidos. Isso favorece o envolvimento do cidadão.
“Hoje o eleitor não lembra em quem votou nas últimas eleições. Quando ele
tira R$ 50 para apoiar o candidato, será mais difícil esquecer”, diz
Marcello.


Todos os textos e fotos podem ser utilizados e reproduzidos desde que a
fonte seja citada. Textos: *UnB Agência*. Fotos: *nome do fotógrafo/UnB
Agência*.

--
Yuri Soares Franco
Estudante de História da UnB
Diretório Central dos Estudantes da UnB
Honestino Guimarães
Gestão Pra Fazer Diferente!!!

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